Saúde

Por Marcella Centofanti, Colaboração Para Marie Claire — São Paulo

Uma breve pesquisa na internet aponta diversos caminhos caseiros para fazer a menstruação descer imediatamente. Os métodos reúnem de receitas variadas de chás a massagem, de orgasmo a suplementos vitamínicos e exercícios físicos. Nenhum desses atalhos, no entanto, tem comprovação científica.

“Não existem estudos que comprovem o mecanismo de ação dessas estratégias”, afirma Helga Marquesini, ginecologista, obstetra e sexóloga do Centro de Medicina Sexual do Hospital Sírio-Libanês.

São crendices. Não há, de jeito nenhum, um método capaz de fazer uma mulher sangrar em 30 minutos. Nem mesmo os métodos abortivos têm essa garantia
— Patrick Bellelis, ginecologista colaborador do setor de endometriose do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo,

Além de não serem eficazes, essas fórmulas podem colocar a saúde em risco. “Algumas combinações de ervas são tóxicas para o fígado e podem desencadear uma hepatite medicamentosa por uso de substâncias”, alerta Helga Marquesini.

Como é o ciclo menstrual?

O ciclo menstrual é causado por uma série de mudanças pelas quais o corpo passa para preparar a gravidez. O processo é regido pela combinação de quatro hormônios: o folículo-estimulante (FSH) e o luteinizante (LH), produzidos pelo sistema nervoso central, e o estrogênio e a progesterona, fabricados pelos ovários.

As alterações provocadas pelo quarteto fazem com que, a cada mês, um dos ovários libere um óvulo — isso é chamado de ovulação. O organismo, então, causa mudanças no endométrio, a camada que reveste o útero internamente, para receber um embrião.

Se o óvulo liberado não for fertilizado durante a ovulação, o endométrio se desprende pela vagina. Este é um período menstrual.

Por que a menstruação pode atrasar?

A primeira hipótese que vem à mente quando a menstruação atrasa é a gravidez. Se o teste de farmácia ou de laboratório der negativo, é preciso investigar o motivo da demora.

De acordo com diretrizes da Federação Internacional de Ginecologia Obstetrícia, revisadas em 2018, o ciclo menstrual é considerado normal se varia entre 24 e 38 dias. O intervalo entre os sangramentos não precisa ser britânico. Ele pode se alterar em até nove dias de um mês para o outro, ainda dentro do que a medicina considera normal.

“Ciclos irregulares muitas vezes são causados por alterações hormonais. Pode ser algo na tireoide, mudança no padrão da prolactina ou síndrome dos ovários policísticos, por exemplo”, diz Helga Marquesini.

Outras causas incluem:
- Prática intensa de atividade física;
- Menopausa precoce;
- Perda ou ganho de peso;
- Procedimentos cirúrgicos que podem ter desencadeado aderências no útero;
- Idade;
- Picos de stress;
- Alimentação;
- Uso de suplementos alimentares, de formulações homeopáticas e de remédios antipsicóticos, antidepressivos, ansiolíticos e anticonvulsivantes.

Quais são os tratamentos para alterar o ciclo menstrual?

Embora não seja possível fazer a menstruação descer com urgência, dá para alterar o padrão do ciclo menstrual com segurança e eficácia.

Algumas mulheres procuram médicos para mudar a data do sangramento em função de uma viagem ou um evento. Trata-se de uma preocupação também para atletas durante campeonatos.

Com o uso de anticoncepcionais, é possível bloquear a menstruação, antecipá-la ou prorrogá-la, a depender da medicação e da fase do ciclo. A recomendação é procurar o médico com um mês de antecedência ou, sem garantia de sucesso, duas semanas antes da data desejada.

O planejamento será mais simples para quem já usa um método contraceptivo hormonal. As cartelas dos anticoncepcionais que combinam estrogênio e progesterona preveem 7 ou 4 dias de pausa, período em que a pessoa sangra. Uma opção seria emendar os comprimidos ativos e, assim, não sangrar no período previsto inicialmente.

Helga Marquesini aponta que esse método precisa ser esquematizado caso a caso, pois o risco de falha é maior e pode ocasionar uma gravidez indesejada: “O ideal é consultar o médico para fazer esse cálculo com segurança”.

Outra alternativa é contar com o auxílio de um aplicativo de celular. Algumas marcas de pílulas oferecem esse suporte para a usuária programar a pausa na data ideal.

Para quem quer começar um tratamento hormonal, Helga Marquesini alerta que os escapes são comuns nos primeiros três meses de uso desses remédios.

“Sangramentos irregulares fazem parte do período de adaptação do corpo ao medicamento. Pode não ser uma boa ideia começar de supetão um método contraceptivo com o objetivo de controlar o sangramento”, afirma. Quanto mais longo o tempo de planejamento, melhor.

Em que situações é recomendável mudar o padrão de sangramento?

Na presença de algumas doenças, pode ser recomendável controlar o ciclo menstrual — até mesmo suprimir a menstruação — com o uso de hormônios.

É o caso, por exemplo, de mulheres com distúrbios de coagulação, que têm sangramentos volumosos na menstruação. Elas ficam vulneráveis à anemia, definida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como a condição na qual a taxa de hemoglobina no sangue está abaixo do normal.

Pessoas submetidas a cirurgias bariátricas são igualmente propensas à anemia, por uma dificuldade de absorver o ferro dos alimentos. “Economizar o sangue da menstruação gera um benefício para essas pacientes”, diz Helga Marquesini.

O uso contínuo de anticoncepcionais, sem pausa, também é proposto para muitas mulheres que sofrem com cólicas menstruais intensas. O sintoma está associado a enfermidades como mioma uterino e adenomiose.

A recomendação vale para indivíduos com endometriose, que podem ter cólicas inclusive fora do período menstrual. “Mesmo que tenha algum sangramento, o efeito dos métodos hormonais deixa os focos de endometriose menos ativos, liberando menos substâncias inflamatórias que causam dor”, explica a médica.

Usar tratamento hormonal para ficar sem menstruar por longos períodos não causa nenhum malefício à saúde, garante a ginecologista.

Por que é importante conversar com um médico para alterar o ciclo menstrual?

Encontrar informações na internet é rápido e fácil. Porém, é fundamental separar o joio do trigo, buscando fontes confiáveis, amparadas pela ciência.

“A gente pode cair em enrascada, tanto por fazer coisas que não vão trazer o resultado esperado, quanto por gerar algum dano à saúde”, avisa Helga Marquesini. “As pessoas não devem sair tomando remédios, nem mesmo os naturais, sem saber que tipo de substância elas podem utilizar.”

Segundo a ginecologista, métodos hormonais também têm contraindicação para alguns indivíduos. O ideal é que a pessoa se consulte com um médico para saber o que ela pode ou não consumir, de acordo com histórico familiar, comorbidades pré-existentes e as necessidades de cada um.

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