Moda

Por Laura Reif, redação Marie Claire

Christian Louboutin é um dos designers de sapatos mais conhecidos do mundo e tem as solas vermelhas de suas peças como assinatura inconfundível. Vestir um par de sandálias com o solado rubro é sonho de consumo de muitos, e os modelos fazem parte do imaginário pop há décadas. Desde as personagens fashionistas desbocadas de Sex and the City (1998) ao filme Bling Ring: A Gangue de Hollywood (de Sofia Coppola, 2013) baseado no artigo da Vanity Fair de Nancy Jo Sales, de 2010, "The Suspects Wore Louboutins" [Os Suspeitos Vestiam Louboutins].

Em 2023, as icônicas solas vermelhas completam 30 anos e a celebração acontece em desfile durante a Semana de Moda de Paris nesta quinta-feira, a partir das 17h30 no horário de Brasília. Mas o que há de tão especial por trás das solas vermelhas e quem é o designer que teve a ideia de milhões de dólares?

Christian Louboutin — Foto: christianlouboutin.com
Christian Louboutin — Foto: christianlouboutin.com

Christian Louboutin nasceu em 1963 e cresceu em Paris. Como passava o tempo desenhando sapatos em vez de estudar, ele teria sido expulso de três escolas. Embora não tenha formação formal, frequentou a Académie d'Art Roederer para estudar desenho e artes decorativas. Tendo fugido quando adolescente para o Egito e Índia, Louboutin voltou a Paris com um portfólio cheio de esboços de saltos fantásticos.

Depois de abordar todas as grandes casas de alta costura com seu portfólio, Louboutin iniciou sua carreira na Charles Jourdan, um dos sapateiros mais respeitados de Paris e do mundo. Louboutin deixou Charles Jourdan para trabalhar como designer freelance, trabalhando para Chanel, Yves Saint Laurent e Roger Vivier.

O estilista abriu sua primeira loja em Paris em 1992; seus sapatos de sola vermelha, feitos à mão na Itália, logo foram adotados por atrizes de Hollywood e pelo circuito de moda parisiense. Louboutin acredita que seus sapatos têm a capacidade de "fazer uma mulher parecer sexy, bonita, fazer suas pernas parecerem tão longas quanto [ele] puder", segundo biografia do Business of Fashion.

O designer colaborou com nomes como Alexander McQueen, Lanvin, Viktor & Rolf, Roland Mouret e Jean Paul Gaultier.

A origem das solas

Como símbolo global carregado de luxo, exclusividade e estilo, claro que há uma boa história por trás da ideia de pintar os solados dos sapatos de vermelho.

Em 1992, Louboutin pensou em fazer um sapato inspirado na obra pop Flores de Andy Warhol. O protótipo era um salto rosa ornado com uma flor de tecido. “Fiquei muito feliz porque era parecido com o desenho [de Warhol]”, lembrou Louboutin em artigo da jornalista Lauren Collins publicado na New Yorker em 2011.

'Flowers', de Andy Warhol (1964) — Foto: Reprodução moma.org
'Flowers', de Andy Warhol (1964) — Foto: Reprodução moma.org
Sapato que deu origem ao solado vermelho em 1992 — Foto: Mostra no Palais de la Porte Dorée (2020) / BBC Style
Sapato que deu origem ao solado vermelho em 1992 — Foto: Mostra no Palais de la Porte Dorée (2020) / BBC Style

“Mas o desenho ainda era mais marcante [que os sapatos] e eu não conseguia entender o porquê. A sola era preta e, graças a Deus, havia uma garota pintando as unhas no momento” -- a garota era uma de suas assistentes. O estilista, então, pegou o esmalte vermelho e passou na sola da peça. "Pensei: este é o design!”

A novidade entrou para as coleções de 1993 e nunca mais saiu de moda.

Cena de Sex and the City — Foto: Giphy

Teste do tempo

Vermelho sugere sensualidade e serviu como uma ferramenta de branding que elevou o nome da marca à milésima potência. "Escolhi a cor porque é envolvente, sedutora, memorável e a cor da paixão", disse o estilista à publicação.

Em artigo de opinião de Raquel Laneri veiculado na Forbes naquele mesmo ano, a jornalista de moda explica que o vermelho também carrega conotações de riqueza e poder, principalmente na história da moda e do calçado. "Seu simbolismo potente e sua estranha história dão algumas dicas sobre por que continua sendo uma cor tão atraente para os designers", escreveu.

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O vermelho também significa privilégio. "[historicamente], os corantes vermelhos eram caros, então apenas aqueles com poder e status podiam usá-los. Muitas sociedades europeias impuseram leis que ditavam o que certas classes sociais poderiam usar, e o vermelho era frequentemente reservado para príncipes ou nobres", explicou.

Carrie Bradshaw (Sarah Jessica Parker) veste Louboutin — Foto: Reprodução
Carrie Bradshaw (Sarah Jessica Parker) veste Louboutin — Foto: Reprodução

Os solados vermelho-Louboutin seguem firmes como símbolo de luxo máximo e a cor foi desdobrada pela marca em outras frentes, seguindo com o marketing infalível da cor que surgiu em uma tarde no ateliê do artista em um momento casual e inesperado.

A parti de abril deste ano, o novo hotel de Christian Louboutin abrirá as portas em Portugal, e o nome do local? Vermelho. Não é preciso dizer que o tom decora as paredes do espaço na cidade portuguesa Melides.

Do outro lado do mundo, em Bondi, na Austrália, as icônicas solas vermelhas provaram ser próprias para a praia com a abertura de uma loja pop-up de compra imersiva chamada de Loubi's On The Beach. As peças vendidas ali surgem na cor icônica em roupas e acessórios de verão como toalhas de praia.

Na Inglaterra, um bar em Selfridges Trafford irá abrir ainda este ano servindo rodadas de clássicos como o Cosmopolitan ao lado do divertido drink (vermelho) assinado, Loubidoo. A ideia vem para celebrar a abertura de uma boutique que abriga a mais recente coleção primavera-verão de sapatos e acessórios exclusivos da marca.

 Loubibar, na Inglaterra, tem drink vermelho assinado, o Loubidoo — Foto: Reprodução Instagram @theofficialselfridges
Loubibar, na Inglaterra, tem drink vermelho assinado, o Loubidoo — Foto: Reprodução Instagram @theofficialselfridges

Assim como as obras de Warhol, que inspiraram o sapato que daria o primeiro passo rumo ao reconhecimento mundial da label, a arte pop de Louboutin tomou conta de produtos que vão muito além do tradicional, tornando-se parte da cultura que vai da moda à arquitetura, passando pela maquiagem, e simboliza um estilo de vida almejado por aqueles que respiram moda.

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