Saúde

Por Marcella Centofanti, Colaboração Para Marie Claire — São Paulo

Você sabe as datas das suas últimas menstruações? Caso a resposta seja negativa, talvez seja bom começar a anotá-las. O ciclo menstrual, que compreende o período entre o primeiro dia do sangramento em um mês até a véspera da menstruação seguinte, pode revelar muitas informações sobre a saúde de uma pessoa.

O ciclo menstrual é uma série de mudanças pelas quais o corpo passa para preparar a gravidez. O processo é regido pela combinação de quatro hormônios: o folículo-estimulante (FSH) e o luteinizante (LH), produzidos pelo sistema nervoso central, e o estrogênio e a progesterona, fabricados pelos ovários.

As alterações provocadas pelo quarteto fazem com que, a cada mês, um dos ovários libere um óvulo — isso é chamado de ovulação. O organismo, então, causa mudanças no endométrio, a camada que reveste o útero internamente, para receber um embrião. Se o óvulo liberado não for fertilizado, o endométrio se desprende pela vagina. Este é um período menstrual.

Quais são as fases da menstruação?

O ciclo menstrual é dividido em duas fases: a folicular e a lútea. A ovulação marca a divisão entre elas. Na primeira etapa, o endométrio é estimulado a crescer e engrossar, enquanto os ovários trabalham para amadurecer o óvulo selecionado. Depois de liberado, o óvulo percorre as trompas de falópio até o útero. Se não houver fecundação, começa a segunda etapa do ciclo, na qual o revestimento uterino é expelido.

Compreender esse circuito é importante tanto para as pessoas que querem engravidar quanto para as que desejam evitar a gravidez.

O cálculo do ciclo menstrual é feito de maneira retroativa. A fase lútea, que se inicia a partir da ovulação, dura 14 dias, enquanto a folicular varia de pessoa para pessoa. Para alguém com um ciclo de 28 dias, a conta é fácil: metade para cada lado. O problema é que a maioria das mulheres não segue esse padrão.

Qual é a duração do ciclo menstrual?

De acordo com diretrizes da Federação Internacional de Ginecologia Obstetrícia, revisadas em 2018, o ciclo menstrual é considerado normal se variar entre 24 e 38 dias. Dificulta ainda mais o cálculo o fato de o intervalo entre os sangramentos poder se alterar em até nove dias de um mês para o outro, ainda dentro da normalidade.

Diversos fatores interferem no ritmo e na intensidade do sangramento. A ginecologista e obstetra Gabriela Pravatta Rezende, membro da Comissão Nacional Especializada em Ginecologia Endócrina da Febrasgo, cita alguns deles: idade, stress, alimentação, uso de suplementos alimentares, de formulações homeopáticas e de remédios antipsicóticos, antidepressivos, ansiolíticos e anticonvulsivantes.

A ginecologista, obstetra e mastologista Karina Belickas Carreiro, do Centro de Saúde da Mulher e da Gestante do Hospital e Maternidade Santa Joana, cita mais alguns exemplos: prática de atividade física, perda ou ganho de peso e períodos de adoecimento.

A fase em que é possível engravidar, conhecida como janela de fertilidade, dura aproximadamente cinco dias, considerando o período em que o óvulo e espermatozoide podem permanecer vivos no útero. Em tese, trata-se do nono ao décimo quarto dia do ciclo.

Atualmente, a gente usa o conceito de semana fértil, e não de dia fértil, para a pessoa ter uma margem de segurança maior, tanto para engravidar quanto para evitar a gravidez
— Gabriela Pravatta Rezende, membro da Comissão Nacional Especializada em Ginecologia Endócrina da Febrasgo

Como fazer a conta do ciclo menstrual?

Para uma pessoa descobrir o seu padrão menstrual, a orientação é anotar as datas dos sangramentos por pelo menos três meses seguidos. Um calendário de papel funciona, mas atualmente aplicativos de celular — que também vão precisar dessa nota voluntária — são mais eficientes no cálculo.

“Não dá para confiar nos aplicativos cegamente, porque há uma margem de erro, mas eles são uma ótima ferramenta para controlar o ciclo”, diz Gabriela Pravatta Rezende. “No entanto, a melhor ferramenta de todas é ter um acompanhamento médico regular. O profissional ajuda a paciente a fazer essa conta.”

Alguns dos aplicativos mais populares são o Flo, o Clue e o Clover.

Quais são os sintomas associados à menstruação?

Diversos sintomas podem aparecer antes da menstruação ou ao longo dela. Alguns dos mais comuns são:


- Cólica;
- Dor de cabeça;
- Dor nas costas, sobretudo na região lombar;
- Inchaço ou dor nas mamas;
- Inchaço, dor e sensação de peso nas pernas;
- Alteração no apetite;
- Irritabilidade;
- Fadiga;
- Acne;
- Alteração no padrão de sono.

“Estima-se que 80% das mulheres tenham algum sintoma relacionado à menstruação. O que a gente avalia é a intensidade deles. Se atrapalham a qualidade de vida da pessoa, é preciso dar uma atenção maior à queixa”, diz a médica da Febrasgo.

Como tratar os sintomas?

O tratamento varia de acordo com a queixa do paciente. “Se for um desconforto nas pernas, podemos recomendar meia elástica e drenagem linfática. Fitoterápicos e tops aliviam a dor nas mamas. Bolsa de água quente ajuda a relaxar o útero e amenizar a cólica”, atesta Karina Belickas Carreiro.

Um estilo de vida saudável, no entanto, pode ser a melhor maneira de evitar incômodos relacionados à menstruação. “Eu sou uma grande adepta de atividade física. O exercício melhora a dor nas pernas, a cólica, a dor de cabeça e o sono, de uma vez”, afirma a ginecologista do Hospital e Maternidade Santa Joana.

Drogas analgésicas, antiespasmódicas e anti-inflamatórias, receitadas sob prescrição médica, ajudam a manejar cólicas.

“Não existe um remédio para todas as queixas. Porém, alguns contraceptivos hormonais conseguem abarcar um maior número de sintomas ao mesmo tempo, porque estabilizam os hormônios. Muitas mulheres sentem melhora com o uso de contraceptivo, tanto contínuo quanto com pausa”, afirma Karina Belickas Carreiro.

A médica avisa que a pílula não é uma solução para todos os casos.

Que problemas de saúde estão relacionados ao ciclo menstrual?

Quando uma pessoa chega ao ginecologista com uma queixa relacionada ao ciclo menstrual, o médico considera diversos fatores.

“Primeiro, a gente avalia questões ambientais (como picos de stress ou alimentação). Depois, investiga questões hormonais, que incluem não somente os hormônios ginecológicos, mas os tireoidianos também”, explica Karina Belickas Carreiro. Por fim, o profissional examina disfunções anatômicas.

Entre os possíveis diagnósticos, estão:


- Menopausa;
- Obesidade ou baixo peso;
- Síndrome dos ovários policísticos;
- Mioma;
- Pólipo uterino;
- Adenomiose;
- Doenças malignas (câncer de colo uterino, hiperplasia e câncer de endométrio);
- Sequelas de cirurgias;
- Distúrbios de coagulação.

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