AUDIÊNCIA PÚBLICA REALIZADA NO DIA 23/04/2014.

23 de abril de 2014 |

Presenças

Resumo da Sessão

AUDIÊNCIA PÚBLICA REALIZADA NO DIA 23/04/2014. Aos vinte e três de abril de dois mil e quatorze, reuniram-se na Câmara de Vereadores, Vereadores e demais autoridades, no intuito de homenagear as escolhedeiras de carvão e inserir no calendário oficial de datas do município o “Dia das escolhedeiras de carvão”, no dia 01º de julho. RICARDO FABRIS – PDT – Muito boa tarde a todos, nós vamos dar início à Audiência pública para inserir no calendário oficial das datas do município de Criciúma o dia das escolhedeiras de carvão, a audiência pública ela é necessária nesta etapa em função de uma lei municipal que criou a audiência pública especificamente para isso, para que quando alguém sugerisse a inclusão de alguma data especial no calendário oficial do município, que esta discussão passasse por uma audiência pública, eu já quero antecipadamente parabenizar o vereador Edson Aurélio que propôs esta data comemorativa em homenagem às escolhedeiras. Senhoras e senhores, nós gostaríamos de desejar boas vindas a todas as escolhedeiras, família, amigos, os vereadores aqui presentes nesta audiência pública, no dia 23 de abril a câmara de vereadores, conforme edital 002/14, realiza nesta tarde audiência pública cujo tema é inserir no calendário oficial de datas e eventos do município de Criciúma o dia das escolhedeiras de carvão, já é conhecido de todos nós os vereadores da cidade de Criciúma a importância que tem o carvão no desenvolvimento econômico, desenvolvimento social, no desenvolvimento da cidade como um todo, e a gente sabe que o carvão impulsionou a economia não só da cidade de Criciúma, mas de toda a região, tanto é que hoje a região de Criciúma ela é denominada região AMREC, é região carbonífera, é assim que nós conhecemos a região de Criciúma, abriu novas metas, emergiu, trouxe empresários, mudou a dinâmica de vida e de trabalho de toda uma comunidade, há toda uma história, não se consegue discutir Criciúma, não se consegue levantar a memória de Criciúma sem a gente levantar a memória e a história do carvão, a importância que o carvão tem. Falar no carvão é lembrar dos trabalhadores, dos operários e também as mulheres que com garra e força ajudaram a desenvolver a nossa cidade, e é delas que lembramos nesta tarde, é delas que vamos falar e salientar o grande trabalho realizado com tantas Marias, Evas, Anas, enfim, por estas mulheres que aqui representam imensas guerreiras que fizeram e fazem parte da nossa história, da história do município de Criciúma. Com a finalidade de esclarecimentos e dúvidas juntamente com a participação popular, pretende-se um debate primado pela transparência, consequentemente da concretização de uma democracia participativa, portanto, sejam todos bem-vindos, e participem, é de suma importância para todos nós o pedido proposto pelo vereador Edson Aurélio foi aprovado por unanimidade por todos os dezessete vereadores. Deixar bem claro que nós vamos compor a mesa, após a composição da mesa nós temos os pronunciamentos e aí abre-se um debate e aí abre-se uma discussão em torno não só da história, mas da inclusão no calendário oficial do município o dia das escolhedeiras de carvão e eu deixo aqui a sugestão, quem vai presidir vai ser o vereador Edson Aurélio, para que em determinado momento quem sabe as escolhedeiras que é a nossa, são a nossa história, elas possam vir para este espaço aqui até para poder participar mais diretamente da discussão, do debate, e também para a gente, quem sabe, no final tirar uma foto que ela vai se tornar histórica também para Criciúma. Desta forma gostaria de cumprimentar todos os vereadores aqui presentes, Paulo Ferrarezi, Daniel Freitas, Dr. Mello, o proponente Edson Aurélio, já parabenizei, para darmos início a este evento convido para compor a mesa o proponente, o vereador Edson Aurélio, que vai presidir os trabalhos, desta forma, como presidente interino, eu passo os trabalhos, a coordenação para o vereador proponente, Edson Aurélio, que vai completar a composição da mesa, da coordenação dos trabalhos da audiência pública. EDSON AURÉLIO – PSDB - Boa tarde presidente, demais membros da mesa, os nobres vereadores, o público presente, as nossas escolhedeiras de carvão, vamos dar continuidade para compor a mesa, vamos chamar representando as escolhedeiras de carvão, dona Maria de Lourdes Souza, representando a coordenadora Secretária de Educação, Cristiane Wiliane Freta, senhor Névio Ugioni, representando, ele é presidente da associação dos aposentados e pensionistas de Rio Maina, vamos chamar para compor a mesa o Dr. Carlo Renato Carola, professor de História da UNESC, editor do livro “Dos subterrâneos da História”. Vamos registrar a ausência, o ofício nº 009/14, Criciúma, 23 de abril de 2014: “Senhor presidente, cumprimentando-o cordialmente venho através deste justificar a ausência do vereador João Batista Belloli na audiência pública para inclusão do dia das escolhedeiras de carvão no dia 23 do mês corrente, nesta data o vereador estará em atividade parlamentar, sem mais para o momento e atenciosamente, Joelson Guidi Neto, assessor Parlamentar”. Também nós queremos registrar a presença das nossas escolhedeiras de carvão, que a minha assessora deve estar com a relação, depois vamos registrar uma por uma. Queremos registrar: Doraci Joaquim Aurélio, que é a minha mãe, a dona Dilma Paulo de Souza, dona Maria de Lurdes de Souza, dona Geni Alexandre João, Olga da Boite Maria, Maria José Moreira e Brantina Machado Bernardes, Rosa de Sá, muito obrigado pela presença de todas vocês e que Deus continue abençoando vocês, trazendo bastante paz e bastante saúde, passo a palavra ao nosso presidente, que vai fazer um breve comentário. RICARDO FABRIS – PDT – Eu já parabenizei em nome de todos vereadores o proponente, vereador Edson Aurélio pela idéia, pela homenagem que ele faz, quando a gente fala da história do carvão, não é Carola, não tem como deixar de falar das Escolhedeiras, que em alguns momentos, confesso eu como jornalistas, e fiz muitas coberturas jornalísticas sobre o carvão e sobre o movimento dos trabalhadores no carvão e me recordo que poucas vezes, Carola, foi citado ou foi enaltecido, homenageado o trabalho das escolhedeiras, parece que já faz parte de uma tradição machista, as mulheres até nisso ficaram, mas neste momento, não há momento melhor para resgatar esta homenagem a todas vocês, meu parabéns, um beijo no coração a cada uma de vocês e eu fico ainda mais, digo emocionado, posso até usar esta palavra quando eu vejo que uma escolhedeira na luta dela, na vida guerreira dela, na história dela ela consegue dar para Criciúma um filho vereador, para ver como o berço depende muito mais dos valores, dos sentimentos, do que muitas vezes da questão dinheiro, então está no coração e está na luta, está na intenção de fazer o bem, quero parabenizar aqui a mãe do Edson Aurélio, parabéns, e muito emocionante em ver, imagino, me coloco no lugar dela, em ver um filho vereador representante, homem público, representante oficial da sociedade de Criciúma para o município e ele vir aqui fazer uma homenagem porque ele faz parte desta história também como a mãe como escolhedeira, parabéns Edson, agora fortaleço aqui em nome dos vereadores, meu parabéns para ti, eu não sabia que tua mãe tinha sido escolhedeira, e mostrou aqui o quanto guerreiras foram e são estas mulheres que estão aqui hoje, parabéns a todos vocês e eu passo os trabalhos agora para a coordenação do vereador Edson Aurélio. EDSON AURÉLIO – PSDB - Obrigado ao nobre vereador pelas palavras, então vamos dar sequência, aproveitando este momento para agradecer aos meus pares Toninho, Dr. Mello, Daniel Freitas e Paulo Ferrarezi, nobres vereadores. Só para lembrar, para deixar tudo registrado e organizado, esta audiência tem duração de duas horas, no máximo, vamos fazer da seguinte maneira: nós vamos abrir primeiro trinta minutos para a mesa, depois abriremos às nossas escolhedeiras que querem dar um depoimento da sua vida. A nossa equipe vai estar lá atrás, o microfone passar para elas, para que possam fazer alguma pergunta, enfim, e depois nos últimos quinze minutos nós vamos fechar a nossa audiência, o nobre presidente já foi bem claro para incluir nas datas do município precisamos desta audiência pública e assim estamos fazendo. Nós vamos abrir então cada membro da mesa vai falar durante dez minutos, a Fabíola estará cronometrando, então cada um vai dar, refletir um pouco sobre as escolhedeiras, enfim, então vou começar com a Cristiane Wiliane Freta, que está representando a Secretaria de Educação. CRISTIANE WILIANE FRETA – Representante da Secretaria de Educação – Boa noite a todos, boa tarde principalmente às mulheres que realmente fizeram parte da história de Criciúma e fizeram com que Criciúma fosse esta cidade em desenvolvimento. Boa tarde também ao presidente, vice-presidente, Ricardo, cumprimentando ele eu cumprimento a todos, estou representando a Secretaria de Educação de Criciúma e nós enquanto Secretaria estamos muito felizes enquanto corpo docente da Secretaria por esta data e pela homenagem justa a estas mulheres, Criciúma se desenvolveu através do carvão, hoje nós somos pólo através do carvão, e normalmente era vinculado o carvão ao mineiro, quantos artistas fizeram, pintaram as obras retratando solos mineiros, eu acho que daqui para frente que os próximos artistas retratem também as mulheres que também fizeram parte deste construir e deste caminhar na verdade da cidade em si, as escolhedeiras de carvão, que foram tão importantes quanto os mineiros, e aí mostra também a luta e a valorização da mulher enquanto mãe, enquanto profissional, porque na época garanto que todas vocês tinham que trabalhar para ajudar no sustento da casa, muitas provavelmente o salário era o único que vinha, proveniente da família, então vocês realmente participaram da construção de Criciúma, participaram da construção do desenvolvimento, criaram filhos, criaram famílias e são merecedoras desta justa homenagem. EDSON AURÉLIO – PSDB - Devo dizer a todas as escolhedeiras de carvão que hoje é um dia muito especial para vocês, dia especial para Criciúma, lembrando que Criciúma ao longo dos anos vem se desenvolvendo, mas foi o carvão a sua principal atividade econômica, com a descoberta das pedras pretas e sua exploração muitas famílias vieram para Criciúma em busca de emprego, em busca de melhores condições de vida, homens e mulheres fazem parte desta história, lembro que no mês de junho de 2012 quando eu ainda era funcionário da AFASC, da grande família AFASC e juntamente com a Fundação Cultural de Criciúma organizamos um evento no Parque das Nações, presidente, no qual estavam presentes mais de trezentas escolhedeiras de carvão, com certeza nós aquele dia vivemos um momento único e vai ficar marcado para sempre na memória destas mulheres que tanto contribuíram para Criciúma, e é justamente pensando nestas mulheres que também executaram um trabalho árduo na escolha de carvão e tanto contribuíram para o crescimento desta cidade é que se buscar inserir no calendário de datas e eventos do município de Criciúma o dia 01º de junho como dia das escolhedeiras de carvão, é uma forma de homenagearmos e lembrarmos sempre destas guerreiras do carvão, a vocês guerreiras do carvão, em nome do nosso município de Criciúma, o nosso muito obrigado a todos vocês, obrigado. MARIA DE LURDES DE SOUZA – Representante das Escolhedeiras de Carvão - Boa tarde, primeiramente quero agradecer a Deus de vocês darem esta oportunidade para nós, que era uma coisa que para nós já estava morta, mas graças a Deus vocês fizeram nós ainda vivas, não depois de mortas, o trabalho que nós passamos na escolha, nós começávamos às 07:00h da manhã e até as 16:00h, nós escolhíamos o carvão, botava na padiola e eram em duas, tinha que subir uma rampa para virar lá em cima na caixa e volta bem correndo porque era por chapinha que nós ganhávamos, não era por hora, era por chapinha, quanto mais chapinhas nós fazíamos nós ganhávamos mais e era aquela correria sempre, quando chegava na hora de quatro horas nós virmos embora a gente estava toda suja, a mão estava toda preta, o que nós pegávamos? Tinha um pé de figo, nós pegávamos as folhas de figo para arranjar um tipo de sabão, porque sabonete aquele tempo não tinha, era sabão e molhava e vinha embora já esfregando e limpando as mãos, quando chegava em casa as mãos já estavam limpas, com aquela folha de figo, aquele pedacinho de sabão, e a gente chegava, tirava aquela roupa, trabalhávamos de sapatão, sapatão meio bonitinho, de fivela, tínhamos um sapateiro que fazia lá para nós e a nossa vida era esta, a gente pensava assim, meu Deus, será que ninguém vai dar valor para nós? Nós só trabalhamos por nada e Deus foi tão abençoado que botou vocês nos nossos caminhos e somos valorizadas depois de velhas, esta vitória nós vamos levar para Deus de vocês lembrarem de nós, e aí às 16:00h a gente vinha embora, como falei para vocês, lavando as mãos, chegava em casa, arrumava a nossa roupa, tirava aquela roupa preta, ensaboava que era só sabão também, não tinha Omo, não tinha nada, deixava ensaboadinha, já tinham outras roupas para botar para outro dia, nós trabalhávamos de chapéu porque era na rua, não tinha caixa, a caixa tinha mas era lá na subida e quando faltava o carvão peneirado nós peneirávamos, passávamos a mão na pá e peneirava para nós encher a padiola e nós andávamos, era aquela correria, quem tirava mais, ganhava mais, quem vadiava tirava menos, e deixar um pouco para elas falarem, só quero agradecer vocês do fundo do meu coração e Deus que botou vocês nas nossas vidas, em nossos caminhos e sermos valorizadas, gente, muito obrigado por vocês se lembrarem de nós, muito obrigado mesmo do fundo do meu coração. Foi só sair da escolha, fui sair da escolha, depois me casei, aí quando me casei meu marido não deixou mais eu trabalhar, não sei se vocês conhecem meu marido, conheceu né? Jogava no Metropol, aí ele: “tu não vai trabalhar mais, tu vai ter uma vida boa agora, nem em casa tu não vais trabalhar mais, vou te botar uma empregada”, eu: “ai meu Deus”, e graças a Deus, foi assim mesmo, podem perguntar para a minha cunhada que está lá, foi assim que ele me deu esta vida maravilhosa para mim e vocês, o meu Deus, obrigado Jesus, obrigado para vocês todos, as minhas colegas estão lá e aí elas vão confirmar tudo. EDSON AURÉLIO – PSDB - Obrigado dona Maria por seu depoimento, um exemplo de vida a ser seguido, com certeza. Vamos aproveitar que dona Maria vai permanecer com a gente, a Gladis está lá, pode passar para mais uma menina falar da escolha do carvão. GENI ALEXANDRE JOÃO – Meu nome é Geni Alexandre João, eu trabalhei com a Lurdinha também, foi um tempo muito bom, a gente trabalhava bastante, mas era divertido, então a gente passava as horas brincando, trabalhando, trabalhava, pegava das 07:00h às 16:00h, e o patrão ali do lado, não dava de conversar, eu tinha doze anos, a gente tinha uns amigos que trabalhavam embaixo da mina e eles tiravam o carvão, nós tínhamos amigos muito bons e bem trabalhadores que eles limpavam o carvão para nós bem limpinho, então quando chegava aquele carvão nós já íamos correndo pegar que era para nós para nós ganharmos mais carvão bom, para a gente tirar mais carrinho, então era divertido, apesar da dificuldade que a gente ganhava era entregado tudo para os pais, a gente não ficava com o rendimento, que era para os pais, tirava o que a gente precisava, mas era muito bom e logo eu casei, casei depois com quinze anos, mas estou aqui ainda, setenta e quatro anos, não me arrependi. E era o que eu tinha para falar. DILMA PAULO DE SOUZA - Boa tarde, vou dizer assim, eu trabalhei poucos anos, trabalhei um ano na escolha, eu gostava de peneirar, jogar a pá na peneira, aí quando saia, como disse a Geni, o carvão bom a gente ia correndo encher a padiola, uma atrás outra na frente correndo para chegar lá para tirar para voltar, para voltar de volta, ali era o nosso divertimento, nós saímos a sete arriava às quatro, mas eu gostava também daquele serviço que eu fazia, mas eu trabalhei só um ano, pouco, porque eu casei muito novinha, eu casei com dezesseis anos, aí o meu marido, meu velho, não deixou mais eu trabalhar. Meu nome é Dilma Paulo de Souza, a mulher do Ratinho. EDSON AURÉLIO – PSDB – Obrigado dona Dilma, quero aqui registrar a presença do nobre vereador, pastor Jevis, nobre vereador Moacir Dajori, muito obrigado pela presença. Nobre vereador Cesinha també, obrigado, vamos passar a palavra ao presidente da Associação dos Aposentados e Pensionistas do Rio Maina, senhor Névio Ugioni. NÉVIO UGIONI - Presidente da Associação dos Aposentados e Pensionistas do Rio Maina – Saudação ao excelentíssimo presidente de hoje, vereador Edson Aurélio, pela inteligência sábia de dirigir esta sessão de hoje. E cumprimentar também a todos os vereadores aqui presentes e a mesa presente e também as homenageadas, quero dizer para vocês que depois que eu recebi o convite eu fiquei mais novo sessenta anos, porque me lembro do meu pai e meu pai era acionista da carbonífera Catarinense, e tinham as escolhedeiras de carvão e a gente era pequeno e ia levar almoço para o meu pai, eu me lembro muito bem das escolhedeiras, das guerreiras que ajudaram no desenvolvimento e o progresso de Criciúma e Rio Maina, elas procuravam este diamante que é o carvão puro, elas escolhiam, então estava escondido este carvão, elas passavam trabalho, picaretinha, os mateletes, elas ajudavam, é isso que vocês tinham não é? As escolhedeiras, vocês tinham uma picaretinha? Eu tinha uma guardada até poucos anos lá, então eu me lembro muito bem, me lembro das escolhedeiras de carvão, a honra que hoje elas têm e é bem merecida a lembrança delas no dia 01º de julho, umas trabalhadoras, uma guerreiras e como eu falei do grande desenvolvimento e progresso de Criciúma e Rio Maina, principalmente, eu quero representá-las e ficar muito contente, satisfeito, foi uma honra para mim estar aqui, ser presidente da associação dos aposentados e pensionistas do distrito do Rio Maina e a gente tem inúmeras associadas, então também além do passado delas, ajudaram no desenvolvimento e o progresso do Rio Maina, estão também ajudando pela construção da associação e o desenvolvimento para se criar cada vez melhor, e se reunir na associação dos aposentados, então estas guerreiras, acredito que por duas vezes elas merecem, porque primeiro, pelas escolhas do carvão que enalteceu Rio Maina e agora pela Associação dos Aposentados, quero agradecer muito as associadas e tem aqui associadas também que ajudam muito, quando elas eram novas ajudaram no progresso do Rio Maina e agora que estão com a idade, que é a melhor idade, que se diz, então elas também estão construindo o Rio Maina e as que não conhecem muito bem a associação dos aposentados do Rio Maina eu peço que dêem uma chegada lá, dia 08, das 09:00h ao 12:00h, posso fazer este comercial não é? Das 08:00h ao 12:00h ela tem uma autoestima, vão ter presentes para elas, vão concorrer a bastantes coisas, das 09:00h ao 12:00h, todas as mães, as que não são mães, mas certamente criaram os netos, sendo mãe também, podem dar a sua presença, chegam lá para ver a associação pequena, humilde, mas com a ajuda de vocês e da gente nossa diretoria e outros associados também nós queremos fazer uma coisa bem melhor futuramente se Deus quiser. Quero parabenizar mais uma vez as homenageadas e a todos vocês vereadores e convido para esta homenagem, muito obrigado. EDSON AURÉLIO – PSDB – Obrigado senhor Névio, nós vamos, temos mais uma menina que vai falar, é a Leda, isso? A Leda está com a palavra. ZULEIDE – Meu nome é Zuleide, eu fui filha de escolhedeira, a minha mãe morreu muito cedo, mas me sinto muito honrada em saber que umas pessoas que lutaram tanto, eu lembro que a minha mãe contava, elas têm esta data e onde minha mãe estiver com certeza ela vai estar muito feliz por ter sido reconhecida mesmo depois de morta. Muito obrigada. EDSON AURÉLIO – PSDB – Quero também registrar a presença, que vai falar agora, do presidente da associação de aposentados e pensionistas de Criciúma, senhor Manoel Antônio Vieira, o nosso popular Vierinha, está com a palavra. MANOEL ANTÔNIO VIEIRA - Presidente da associação de aposentados e pensionistas de Criciúma – Boa tarde a todos, meus parabéns no dia de hoje por este evento, meus parabéns a todos os vereadores presentes, as escolhedeiras, eu nasci e me criei na Próspera e eu escolhi as escolhedeiras, inclusive eu tenho a minha tia, que é esposa do falecido Tico Lira, (inaudível) ela era escolhedeira na Próspera, irmã da falecida minha mãe, só que na Próspera, quem conheceu a Próspera naquele tempo tinha um trilho que ele ia até a praça hoje do lado da igreja da Próspera, tinha uma caixa de carvão, e as escolhedeiras ficavam era lá em cima, ficavam lá em cima e a gente não via, mas a minha tia que hoje ainda é viva, está muito doente, convidei para vir aqui, não quis vir, está doente, mas ela era uma escolhedeira e na Próspera tinham muitas, muitas escolhedeiras, eu conheci e a escolha de carvão era lá em cima daquela caixa, num barco ou num trem, ia embaixo ali, elas não trabalhavam no chão, era lá em cima, e tinha bastante porque quando dava o horário de saída saía bastante escolhedeira de lá, era o que eu tinha de falar de hoje. Na outra data que teve isso aqui essa minha tia veio aqui, esta ela não pôde vir, muito obrigado. EDSON AURÉLIO – PSDB – Obrigado ao presidente Vieirinha. Está com a palavra o Dr. Carlo Renato Carola, ele é o editor de “Os subterrâneos da história”, que fala muito das escolhedeiras de carvão. CARLOS RENATO CAROLA – Professor de História da UNESC – Primeiramente boa tarde a todos e todas, aos vereadores aqui presentes, as escolhedeiras, as trabalhadoras, os senhores aqui presentes, também queria ressaltar também e parabenizar a iniciativa do vereador Edson, o qual eu penso que vai se tornar um grande momento de reflexão para a história da cidade. Queria também me apresentar de outra forma, antes de eu ser professor e ter publicado o livro eu queria dizer que eu sou lá do bairro Metropol, eu sou filho do Osmar Madeira Carola e neto da dona Júlia Madeira Carola, então conheço algumas pessoas aqui presentes, dona Maria, conhecia também bem o senhor Pedrinho, conheço bem a dona Geni da qual eu jogava futebol com todos seus filhos, dona Dilma também conheço, toda sua família, volta e meia encontro uma das suas filhas na universidade, então é uma satisfação muito, bastante grande de estar aqui diante de pessoas que eu lembro da infância, eu tive toda a minha infância no bairro Metropol. Agora como professor, como historiador, eu aprendi algumas coisas que geralmente a gente não aprende fora da escola e fora da universidade, primeiro um dos aspectos que eu aprendi, na história da humanidade ela é sempre feita por homens e mulheres, desde os tempos mais remotos, sempre, em todos os tempos, em todos os lugares, a história sempre foi feita por homens e por mulheres e também por crianças. Agora durante muito tempo as mulheres ficaram da história que se escreve, das histórias que aparecem em livros, das histórias que aparecem na forma da lei, nas histórias que aparecem na forma de monumentos, de lugares de memórias, de museus e tal, por muito tempo. Então a presença das mulheres nestes espaços de memória, de visibilidade na forma escrita, na forma mais pública, ela é uma realidade mais recente, uma realidade da segunda metade do século XX, por isso que a gente se espanta, vou lembrar o meu caso, eu comecei, eu fiz esta pesquisa que resultou na publicação deste livro na década de 90, já faz cerca de vinte anos, e quando comecei a fazer pesquisa eu me dei, comecei a fazer leituras e essas leituras que eu fiz me provocavam, refletia do lugar das mulheres na história escrita, que não aparecia, e aí eu comecei a pensar, puxa vida, aqui na nossa região nós temos esta situação, eu tenho, por exemplo, eu tinha, minha vó trabalhava na mina, minha vó trabalhou vinte e cinco anos na mina de carvão, trabalhou vinte e cinco anos na Companhia Carbonífera metropolitana, começou como escolhedeira, depois continuou (inaudível), mas a realidade dela, a história dela nunca apareceu em lugar nenhum e nem para nós, nem nós que já estávamos na escola isso nem aparecia, em nenhum livro aparecia a história das mulheres, a presença das mulheres nas minas. Num universo simbólico e no imaginário de representação dos trabalhos das minas de carvão sempre se simboliza o trabalho como sendo de homens, e não só na nossa região, mas em todos os lugares, sempre se teve esta idéia de que, sobretudo nas minas, que só os homens trabalhavam, mas quando a gente começa a pesquisar a gente descobre a outra realidade, que a realidade não é esta, então eu pesquisei não somente a nossa realidade aqui, mas também pesquisei outras realidades, na Inglaterra, na Bélgica, nos EUA, na Índia, onde existiu mina de carvão existiam mulheres, homens e crianças, em todos os lugares, mas se criou a idéia de que este trabalho era exclusivo de homens, então daí a importância de uma universidade, a universidade ela provoca, possibilita esta pesquisa que nos permite trazer outras realidades que ficam obscurecidas, às vezes. Então no nosso caso aqui eu quando fui pesquisar, eu pesquisei aqui a nossa região, pesquisei arquivos de cinco empresas, apenas, num universo de dezenas de outras empresas, nestas cinco empresas eu identifiquei o cadastro de cerca de quatrocentas mulheres, quatrocentas mulheres, nestas cinco empresas, então isso significa que a quantidade de mulheres nas minas eram muito maiores, praticamente no período de 30, de 1930 a 1960 onde tinha escolha tinha mulheres e homens, e crianças, no livro ainda tem algumas imagens que mostram a presença das mulheres e também das crianças, as mulheres levavam as crianças, não tinham como deixar as crianças, mas as crianças, era muito comum as crianças trabalharem nas minas, algumas minas, inclusive, tinham padiolas infantis para as crianças, era tão comum, tão normal o trabalho da criança que as empresas faziam, que as crianças estavam ali, elas vinham com os pais ou com as mães. O tempo de trabalho, como a escolha é um trabalho também que acontece em determinado momento à medida que vai se tendo produção, então as mulheres também circulavam por várias minas, elas não ficavam só numa mina, às vezes ficavam numa mina, às vezes noutra e havia uma circularidade. Havia isso que foi falado também, quando iam casando também elas iam exercendo outros trabalhos, algumas mesmo casadas permaneciam, algumas eram viúvas, tem muitas viúvas que trabalhavam, muitos casos eu contei de que quem sustentavam a família eram as escolhedeiras, então é um universo completamente desconhecido e eu também tive a preocupação de destacar que além de elas trabalharem, da presença das mulheres da mina ser uma realidade do cotidiano, as mulheres não trabalhavam só nas minas, ela trabalhava em casa também, eu mostro no livro o trabalho que ela fazia não somente no espaço doméstico, mas na vida operária, tem que buscar lenha, buscar água, numa época em que não tinha nada disso, mas muitas coisas eram aferições das mulheres, e no entanto em nenhuma história ela aparecia, então eu tenho mostrar todos os trabalhos que as mulheres faziam, não somente na mina, mas em todo espaço da cultura operária mineira, da família mineira, então é impressionante o trabalho que as mulheres exerciam. E quando acabou a escolha por conta do processo de mecanização evidentemente que muitas mulheres ficaram exercendo os seus trabalhos no espaço médico das vilas operárias, mas muitas foram para outros lugares, foram para as cerâmicas, foram para os coques, então é outro mito achar que o trabalho da mulher fora do espaço doméstico é uma coisa recente, na década de 90 se tinha este discurso, se achava que as mulheres estão trabalhando fora só recentemente, isso é um mito, para as camadas populares isso nunca existiu, mulher sempre trabalhou fora, em todos os lugares do mundo, esta questão do trabalho doméstico espaço exclusivo da mulher ele se adéqua apenas para as camadas mais de altas rendas, mas para as famílias populares e operárias as mulheres sempre trabalharam fora, seja na agricultura ou seja no trabalho operário, social, então eu procuro também mostrar isso, quando acaba a escolha elas vão para outros espaços, algumas, muitas ficam no espaço doméstico, claro que ficam, mas muitas vão trabalhar fora, porque a realidade da família operária, a realidade da família de baixa renda é uma realidade que a condição salarial, a condição de renda sempre é no limite, então quando precisa vai a mulher trabalhar, vão crianças trabalhar, não tem esta possibilidade de ficar confinada no espaço doméstico, quando a necessidade bate à porta a família tem que dar um jeito, então por isso que é comum as crianças trabalharem, até pouco tempo as crianças trabalhavam em vários serviços, em vários trabalhos pesados, de adultos, no século XIX e na Europa inteira, em vários outros países também nós temos registros de casos de trabalho infantil nas fábricas têxteis da Inglaterra, na Bélgica, de até quatro anos de idade, quatro anos de idade, cinco anos, era uma prática comum no século XIX na Europa, isso vai sendo modificado ao longo dos séculos, muda, principalmente na Europa no século XX, nós estamos mudando na segunda metade do século XX então eu acho que é uma grande homenagem, uma grande reflexão, um grande ato de estar relembrando, de estar dando um espaço de visibilidade para as escolhedeiras, para as trabalhadoras do carvão, eu acho que é uma grande iniciativa, queria parabenizar a iniciativa e eu acho que é uma forma também de reconhecer publicamente o trabalho das mulheres de toda a região, em toda região aqui sul, não exclusivamente nós de Criciúma. São essas as minhas considerações e também estou aqui disponível para qualquer outro esclarecimento, obrigado. EDSON AURÉLIO – PSDB – Obrigado ao professor Carlos Renato Carola e nós vamos também deixar a palavra aberta aos nobres vereadores que quiserem se manifestar. MOACIR DAJORI – PSDB – Cumprimentar os vereadores, a mesa, ao público presente aqui, primeiramente parabenizá-lo, vereador Edson Aurélio, pela iniciativa louvável, e o Vieirinha está aí que é do sindicato, o Vieirinha falou que eu também sou da Próspera, então o Vieirinha falou que lá tinham escolhedeiras de carvão e eu nasci na Linha Batista e vim para a Próspera aos seis, sete anos de idade e eu não peguei este tempo, eu conheci a caixa de carvão pouco, ainda muito jovem, eu conheci a caixa de carvão, mas não conheci o trabalho das escolhedeiras e a minha pergunta seria para o professor, o professor Carlos, estas senhoras trabalhavam no carvão, estas escolhedeiras de carvão elas tinham uma remuneração, com certeza, mas elas tinham algum vínculo com uma empresa? Elas eram fichadas? Pagavam INSS? Essa seria a minha pergunta, obrigado. CARLOS RENATO CAROLA – Professor de História da UNESC – Sim e não, nas empresas que eu pesquisei elas eram admitidas regularmente, apareciam todos os dados, havia uma ficha e onde aparecia todos os registros dela, então elas recebiam um salário e recebiam de acordo com a produção, de acordo com a capacidade produtiva, escolha do carvão, através do controle das padiolas, sim, recebiam regularmente. Mas, claro, na época ganhavam bem menos, bem menos do que os homens, isso é uma realidade para todo o país, que nós estamos tentando mudar, ainda hoje uma situação bastante diferente, mas na época todo trabalho que a mulher realizava, independente do tipo de trabalho, ela sempre ganhava menos, então o trabalho de escolha era tido como um trabalho, era qualificado como um trabalho simples, ameno, fácil, e portanto, este discurso justificava um salário bem menor do que dos homens, bem menor, não sei quantificar em valores hoje, mas representava, provavelmente representava um salário equivalente a 50% do salário dos homens, mesmo que fosse um trabalho igual ao dos homens, e também elas não ficavam apenas na questão da escolha, quando precisava elas faziam outro serviço na superfície ou quando precisa baixavam à mina para fazer serviços nos subterrâneos sim. Carteira assinada algumas sim, outras não, como era um trabalho muito informal, havia muita circulação, elas circulam muito pelas minas, então eu creio que a maioria não tinha carteira assinada, a maioria eram solteiras, de menor, um índice muito grande de menores na faixa dos doze a quatorze, quinze anos, a maioria nesta faixa etária, então creio que a maioria, a grande maioria não tinha carteira assinada, mas as empresas tinham o registro, o controle sim, mas carteira assinada não. JOSÉ PAULO FERRAREZI – PMDB – Quero cumprimentar o senhor presidente, a senhora Cristiane que representa a educação de Criciúma, senhor Névio Ugioni, presidente do sindicato, o professor Carlos, historiador das escolhedeiras e dos mineiros da nossa região, dona Maria de Lurdes, cumprimentando a dona Maria de Lurdes cumprimento a todas as senhoras que estão no plenário, ao vereador Edson Aurélio, que foi o proponente, aos vereadores, quero dar os parabéns a todas as escolhedeiras de carvão que nos trazem história e a riqueza da nossa cidade e da nossa região, fico muito contente, vereador, por esta iniciativa, sei que algo vai ser lembrado ao menos na data em cada ano, por seus filhos, por seus netos, por parentes, enfim, por toda cidade, por todas as pessoas que nos rodeiam, então parabéns e eu fico contente porque minha mãe também foi escolhedeira, quando eu olho para o rostinho destas senhoras lembro da minha mãe, não em Criciúma, mas isso em Lauro Muller, e isso me dá saudades, mas tenho certeza que lá no céu ela está vendo, ela está torcendo e muito por nós aí, obrigado senhor presidente. DANIEL FREITAS – PP – Boa tarde senhor presidente, gostaria primeiramente de cumprimentar a todas as senhoras escolhedeiras que se fazem presentes nesta tarde, gostaria de cumprimentar a Cristiane que aqui representa a Secretaria de Educação, a dona Maria de Lurdes, o seu Névio, o professor Doutor Carlos Renato Carola, dona Dilma, Geni, enfim, a todas as pessoas que se encontram nesta tarde, e dizer, vereador, que eu não podia me furtar de subir nesta tribuna para parabenizá-lo pela iniciativa e pela atitude de lembrar destas senhoras, destas mulheres que por muitos anos com certeza foram esquecidas dentro de uma história que se confunde com a história da nossa cidade e hoje Criciúma é uma cidade pólo, a quinta maior cidade entre Porto Alegre e Florianópolis, e muito se deve ao trabalho destas senhoras, ao trabalho que veio da exploração do carvão, esta história toda, dona Maria de Lurdes, também se confunde com a história da minha família, eu sou bisneto do Diomício Freitas, que por muitos anos trabalhou, explorou o carvão na nossa cidade e que depois disso trouxe através do carvão outros segmentos de negócios para nossa cidade em que se deu o desenvolvimento também da cidade de Criciúma e de toda nossa região, então eu espero que realmente, vereador, o dia 01º de junho fique registrado na memória de Criciúma, e que os nossos filhos, netos, bisnetos lembrem para sempre do trabalho que as senhoras tiveram lá atrás e que muito contribuíram para a cidade e para o desenvolvimento de Criciúma, obrigado senhor presidente. ANTÔNIO GIULIANI – PMDB – Senhor presidente, Ricardo Fabris, nobre vereador Edson Aurélio, pela iniciativa e hoje vai ficar histórico na cidade de Criciúma por este dia que você quer homenagear as lavadoras de carvão, dia 01 de junho, que é a data, cumprimentar a Secretária de Educação Cristiane, o presidente do sindicato do Rio Maina dos Aposentados e Pensionistas, senhor Névio Ugioni, a senhora Maria de Lurdes, representando aí as escolhedoras de carvão, queria cumprimentar também o professor de História da UNESC, Renato Carola, que até então nos conhecemos desde crianças já, jogamos futebol durante muito tempo, do Pinheirinho ali a sua infância, sua juventude e hoje é um historiador, queria cumprimentar a todas as escolhedoras que se encontram presentes no plenário, cumprimentar especialmente também ao meu amigo e ex-vereador do município de Siderópolis, mas atualmente que é histórico, meu amigo Anildo Carminati, que se encontra presente e sua esposa Linda Carminati, lá no canto, que no momento faz parte também da história do nosso município de Criciúma, mas neste momento queria dirigir às senhoras que fazem parte da história deste município, de como surgiu Criciúma, porque Criciúma o que é? Capital do carvão, então essas senhoras realmente começaram a fazer a parte da história de Criciúma, Criciúma até então começou com o carvão, eu me lembro que quando eu passava no Rio Maina eu via aquelas senhoras saindo todas sujas de preto de carvão e no outro dia iam trabalhar de novo, então eu acho que esta data realmente é muito interessante, porque Criciúma agora tem outro pólo cerâmico, pólo têxtil, mas acho que os nossos pais a nossa história começou com o carvão, então eu quero parabenizar e cumprimentar também todos os nossos amigos outros nossos vereadores e cumprimentar mais uma vez esta iniciativa e que realmente este 01º de junho seja realmente fixado em homenagem às lavadoras e sim um marco da nossa história de Criciúma. Muito obrigado. PEDRO CÉSAR DA SILVA FARACO – PP – Quero ler um poema do saudoso padre Agenor que tem por título “Escolhedeiras”, eu procurando alguma coisa sobre o assunto e achei pertinente que fosse lido. Gostaria de parabenizar a sua atitude de fazer este evento juntamente com a mesa, e as senhoras e os senhores que estão nos prestigiando nesta tarde. O padre Agenor ele contou em versos desta forma, o título é “Escolhedeiras: As lágrimas correndo pardacentas por entre as faces escoando pó, engole a mágoa, pobre escolhedeira, de que ninguém se lembra nem tem dó, seu calcanhar é o banco onde se assenta joelhos calejados sobre o chão, os dedos encardidos de perita vão se estufando a pá para ganhar o pão, a espera indefinida, longo horário, o seio entumecido a gotejar, as mamas pegajosas de resinas que o filho mais longo há de sugar, quando as peneiras trepidantes passam ela retira a escória do carvão, mas nem cantarolando ela disfarça as pedras que ela tem no coração, as escolhedeiras anônimas, heroína que ergue nesta cidade arranha-céus, de longe na choupana em que ela mora contempla no silêncio os seus troféus. Mil lágrimas de sangue já vertidas no manto do carvão que é seu saldário, seu coração será por todo sempre das glórias da terra do relicário”. Portanto, senhoras, eu achei pertinente buscando alguma coisa neste sentido e que isso fala e retrata do que foram essas valorosas mulheres para a nossa cidade, como foi falado pela mesa, de que vocês fazem parte da história de Criciúma, porque sou filho de escolhedeira também, minha mãe também por lá passou e ajudou a construir esta cidade, pelo simples gesto e pelo trabalho humilde que vocês passaram, obrigado. ÉZIO JEVIS MANOEL – PDT – Senhor presidente, cumprimento o senhor presidente, a todos vereadores que se encontram, ao público presente, também a senhora, perdão, qual seu nome? Dona Maria, desculpa, eu não me furtei de falar também porque pelo visto aqui todos somos filhos, ou quase todos, ou somos filhos de escolhedeiras ou filhos de patrão de escolhedeiras, de qualquer maneira estamos aí de alguma forma, isso é emblemático, mostra realmente a história de Criciúma, o quanto o carvão foi importante, o quanto o carvão foi importante e o quanto a história do carvão se confunde realmente com as pessoas, minha mãe trabalhou e se aposentou em 1956, eu estava ali fazendo a soma porque eu sei que ela se aposentou com dezessete anos, começou a trabalhar aos dez naquela época e se aposentou com dezessete anos porque naquele momento, eu não sei o certo, mas me parece que o lugar onde ela trabalhava fechou e eles ficaram depois de chamar de novo e nunca chamaram e ela ficou aposentada, se aposentou com dezessete anos e se aposentou até hoje, nunca chamaram, muita gente se aposentou por conta disso, mas ela me conta muitas histórias, ela me conta muitas histórias em relação ao carinho, que minha mãe fala, ao carinho que as pessoas, os próprios patrões, capatazes, chamavam de capatazes na época, os próprios que tinham pelas escolhedeiras, eu não sei se isso era com algumas ou todas eram carinhosamente tratadas, mas dizia minha mãe que eu acho que um pouco contrário, o povão não conhece como diz o poema ali que o nobre vereador leu, com certeza as pessoas, a sociedade em si não se lembra, às vezes nem conhece esta função, até hoje isso é muito, acaba sendo desconhecido pela sociedade, existiam escolhedeiras, por conta disso parabenizo aqui o vereador Edson Aurélio por este reconhecimento, por este dia, porque na verdade vai trazer à tona uma história desconhecida, porque a maioria das pessoas com certeza não sabe que existiam muitas mulheres que escolhiam o carvão e participaram efetivamente da construção de Criciúma. Mas dizia minha mãe que ela e as pessoas ali, que as pessoas tinham dó, mas os patrões, alguns, algumas pessoas que trabalhavam num nível maior às vezes levavam lanches para elas, ficava batendo papo porque olhavam elas ali escolhendo carvão, às vezes as mulheres, mulheres bonitas, chegavam bem vestidas, trocavam a roupa, depois saiam às vezes cheias de pó do carvão, estas coisas assim, e elas diziam que por conta disso ela tinha muita solidariedade, isso dizia a minha mãe, não sei se isso era com todos ou porque minha mãe era muito bonita quando era nova, é bonita até hoje ainda, mas quando era nova ela era cobiçada, mas eu queria parabenizar com certeza as escolhedeiras de carvão, é minha história, minha mãe sempre me falou disso, até hoje ela fala: “no tempo da escolha”, no tempo da escolha porque era a história realmente onde ela formou com dez anos, você imagina trabalhar com dez anos, nós falamos muito aqui que as pessoas hoje em dia não podem trabalhar com doze, com treze, quatorze, minha mãe começou a trabalhar com dez anos e se aposentou com dezessete, mas continua trabalhando, ela continua trabalhando, trabalhou até os sessenta e poucos anos. Então este dia com certeza vai ser um dia muito marcante porque, como eu disse, muitos de nós, não é coincidência nós estamos aqui em poucos vereadores, mas a metade é filho de escolhedeira, acho que se colocar todos aqui muitos são filhos, e desta forma muitas pessoas da nossa idade, quarenta, quarenta e cinco, cinqüenta, são filhos de escolhedeiras, então este dia vai ser um dia muito comemorável, vai ser um dia marcante, um dia que vai retratar e vai de alguma forma reconstruir a história de Criciúma, parabéns vereador Edson Aurélio e parabéns a todos vocês. EDSON AURÉLIO – PSDB – Obrigado ao nobre vereador, vou me atrever, nobre presidente, a pedir a todos vocês, em homenagem àquelas escolhedeiras que já partiram do nosso meio nós vamos ficar de pé e vamos fazer um minuto de silêncio. Com certeza este dia de hoje vai ficar marcado para sempre na história de Criciúma, e após esta audiência nós entraremos com um projeto de lei pedindo ao senhor prefeito que sancione a esta lei o dia 01º de junho, que se coloque no calendário de Criciúma o dia 01º de junho o dia das Escolhedeiras. Uma homenagem simples, mas com certeza um reconhecimento pelo trabalho por tudo que fizeram por Criciúma e nossa região. Gostaria em nome da câmara de vereadores e dos nobres colegas agradecer a cada um dos senhores, a cada um das senhoras, pela presença e por este momento marcante que com certeza vai ficar na memória de todos nós, muito obrigado, tenham uma boa tarde e que Deus nos abençoe, que Maria nos cubra com seu manto protetor, nos trazendo bastante paz, saúde e muitas felicidades. Declaro encerrada esta audiência pública, obrigado a todos pela presença. .../mdp

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