Inauguração do aeroporto Leoberto Leal

Existem relatos que desde 1937 pousavam aeronaves na região de Criciúma. O primeiro pouso foi de um avião do exército Brasileiro, que veio buscar um oficial promovido. Essa pista de pouso improvisada ficava numa rua próxima ao atual Colégio Marista, onde se fazia corridas de cavalos. Quando foi colocada uma casa no meio dessa pista, os aeroplanos passaram a pousar no lado da casa de Augusto Casagrande, onde atualmente está o Museu da Colonização.

Criciúma já era conhecida pela extração de carvão. Muitos empresários e políticos deslocavam-se constantemente até o centro do país para resolver seus negócios. Havia a necessidade de um aeroporto no município. Em 1952 foi fundado o Aeroclube de Criciúma, que tinha como finalidade estimular a aviação civil no município. O clube tomou como prioridade a construção do Aeroporto Municipal. Um dos fundados do aeroclube, Pedro Milanez, representante do Rotary Clube local não se cansava de reforçar a importância do aeroporto.

Em 30 de junho de 1957, Criciúma tinha enfim seu sonho realizado: aproximadamente 30 mil pessoas, número extremamente expressivo para a época, dirigiram-se para o bairro Pinheirinho, onde seria inaugurado o Aeroporto Municipal, que teria mais tarde o nome de Leoberto Leal, político catarinense, que morrera em acidente aéreo que também vitimou o senador Nereu Ramos e o Governador Jorge Lacerda, em 1957.

Na véspera da Inauguração, no dia 29 de junho, aterrissaram cinco aviões da EVAER, escola de pilotagem da VARIG.

No dia 30, às dez horas, surgiu no horizonte o primeiro avião visitante, também pertencente à Varig, vindo de Porto Alegre, trazendo 36 passageiros. Dois Aviões da FAB - Força Aérea Brasileira - também fizeram parte da festa, e por eles chegaram os bispos Anselmo Pietrulla e Gregório Warmeling, além do Ministro do Interior e Justiça, senador Nereu Ramos, que representava o Presidente Juscelino Kubitscheck.

Vôos panorâmicos encataram os presentes. Os 30 mil espectadores estavam maravilhados e eufóricos.

Mas um pequeno acidente manchou de certa forma a festa. O jornal Tribuna Criciumense relata este fato na reportagem de Sebastião Pieri: " mais de vinte aparelhos tomaram parte dos festejos, cujo brilho foi em parte empanado pela infeliz ocorrência de um avião do aeroclube de Porto Alegre que abandonou a pista de pouso ao procurar decolar em conseqüência de se haver partido seu comando de direção, indo atingir com a ponta da asa as senhoritas Aurora e Hélia Bianchini, causando-lhes sérios e graves ferimentos, sendo que a segunda teve o maxilar inferior fraturado. Um garoto, ao procurar fugir do avião que vinha em sua direção, caiu e fraturou um braço. Felizmente as vítimas se encontram completamente fora de perigo e em franco restabelecimento."

Segundo registros do antigo aeroporto, no mês de julho de 1957 houve 341 embarques e 215 desembarques, num total de 50 vôos. Diante destes tão expressivo para á época, pode-se perceber a importância da obra para Região Sul.

Anos depois, o Aeroporto Leoberto Leal foi desativado na primeira gestão do prefeito Altair Guidi (1977-1981), sendo construídos naquele local o prédio da prefeitura, o teatro Elias Angeloni, o Ginásio Municipal e obras arquitetônicas.

Mais tarde, em área pertencente ao atual Município de Forquilhinha, foi construído o Aeroporto Diomício Freitas.

Fonte: Darci Gomes Ferreira, graduado em História, professor da EEB Luiz Tramontin, em Forquilhinha.