Evolução Urbana e Ciclos Econômicos

1º Ciclo Econômico

Criciúma foi colonizada por italianos que ao chegarem em Santa Catarina, foram deslocados para Urussanga. A permanência em Urussanga, durou cerca do doze dias, sendo que receberam a decisão da companhia de imigração, que deveriam embrenhar-se na floresta, para lançar os fundamentos de uma nova colônia.

Acompanhados de soldados que conheciam a região, vieram cento e trinta e nove pessoas, pelo Vale do Araranguá e no dia 06 de janeiro de 1880 foi fundado o núcleo colonial de Cresciúma a 25 quilômetros de Urussanga em plena floresta.

Coube ao engenheiro Antônio Lopes Mesquita - com seus auxiliadores - preparar as moradias, constituídas de achões de coqueiros, nas paredes e coberturas de folhas de palmeiras tecidas. Nessas cabanas alojaram-se os primeiros imigrante italianos, às margens do então profundo Rio Criciúma, límpido, piscoso, sem poluição no atual Bairro de Santo Antônio.

Na década de 1890 houve um incremento populacional com a chegada de uma outra leva de imigrantes italianos, que ocuparam a região de Rio Maina (1891) e primeira Linha (1892). Também vieram imigrantes poloneses e teuto-russos, intensificando a produção agrícola.

A origem do centro de Criciúma está ligada, ao que parece, ao cruzamento da estrada geral de Urussanga a Araranguá, no sentido norte-sul, com a estrada geral de Linha Anta até Mãe Luzia, no sentido leste-oeste. Esse cruzamento das duas estradas atualmente corresponde à Praça Nereu Ramos.

Em 1909 iniciou a construção da Igreja de São José, no atual centro da cidade, terminando em 1917. Com a movimentação da cidade em torno da Igreja, iniciou o comércio ao se redor , devido a grande atração promovida pela aquela área. Com isso, várias lojas fixaram-se ao redor da futura Praça Nereu Ramos.

Geralmente, uma pessoa abria uma "venda", onde se processava a troca das mercadorias dos colonos e junto a essas vendas desenvolviam-se pequenas indústrias que atendiam as necessidades da comunidade. Alguns proprietários mais arrojados conseguiam técnicos estrangeiros e fabricavam produtos mais sofisticados, atendendo o mercado da região e do Estado.

Quanto ao progresso econômico inicial, do município de Criciúma, foi baseado praticamente na agricultura e no comércio, desenvolvendo-se lentamente até 1920.

Ao se instalarem no município, os imigrantes praticavam basicamente a agricultura. Com isso, plantavam para sua subsistência e o restante vendiam para a região, conseguindo obter lucros para adquirir novos produtos.

Os principais cultivos eram o do arroz, da mandioca, milho, banana.

Esta atividade apenas iniciou o processo de desenvolvimento da cidade, pois com o inicio da exploração do carvão esta atividade decaiu, devido o uso do solo destinado ao carvão e a poluição deste, prejudicando a produção agrícola.

Foi este o processo que se desencadeou em Criciúma, porém os incentivos ao ramo comercial e conseqüentemente ao industrial não foram feitos, devido o início da extração do carvão, já em 1915, que movimentava toda a população e região.

Repercussão no espaço

O primeiro ciclo delimitou a área da cidade, estabelecendo uma noção entre o meio rural e o urbano.

A agricultura proporcionou o aumento físico da cidade, fazendo com que o seu crescimento dirigisse, também para as extremidades, deslocando o crescimento do centro.

O desenvolvimento do comércio, realizado na área central, delimitou a zona de transações econômicas da cidade. Com o crescimento do comércio, conseqüentemente, o centro cresceu, havendo muita população nesta região.

Em 1917, foi terminada a construção a Igreja de São José, no atual centro da cidade, iniciando o comércio ao se redor, devido a grande movimentação daquela área. Com isso, várias lojas fixaram-se ao redor da futura Praça Nereu Ramos.

Os bairros que cresceram com este ciclo foram o Centro, Santa Bárbara e o Santo Antônio. A área utilizada para a agricultura teve pouca população, apenas sendo desenvolvido este ramo.

Os bairros Linha Anta e Linha Cabral, foram colonizados por poloneses, que vieram em poucas famílias, mas fizeram desenvolver estas localidades.

2° Ciclo Econômico

Houve três novos fatores que vieram impulsionar o crescimento da cidade:

- Em 1915, o início da exploração do carvão de pedra;

- Na década de 1920-1930, a construção da estrada de ferro Dona Tereza Cristina;

- Em 1925, emancipação do município, possuindo, nesta data, uma população estimada em 8.500 habitantes.

Aproximadamente no ano de 1828, já eram conhecidos os afloramentos de jazidas carboníferas no Tubarão, nas proximidades da bifurcação deste rio com os de Passa Dois e Bonito. Em Criciúma a descoberta do carvão foi pelo Sr. Giácomo Sonego, em suas terras, já no ano de 1904, sendo usado em ferrarias da localidade para aquecer fornos.

O transporte do carvão era realizado por carros de boi, o que encarecia e dificultava a rota. Somente em 1917, foram iniciados os trabalhos, em Tubarão, da construção da Estrada de Ferro Dona Tereza Cristina, impulsionando o crescimento da exploração do carvão.

No ano de 1915, é aberta a primeira mina de carvão de Cresciúma, localizada no bairro Pio Correa, atualmente a Mina Modelo, sendo retiradas 400 sacas de carvão para análise. Obtendo resultado de um ótimo carvão, iniciou-se sua extração, abrindo novas minas, sendo que em 1919 saem os primeiros vagões carregados de carvão de Criciúma até a cidade de Laguna.

A linha tronco da estrada de ferro em Criciúma cortava a cidade na direção leste-oeste, indo da região do Bairro Próspera até a estação de Sangão e daí dirigindo-se a Araranguá. Na década de 1940 foi construído o ramal de Treviso que ligava a linha-tronco, partindo de Pinheirinho até Siderópolis e Treviso. Nessa mesma época foram construídos os sub-ramais de Mina União e de Mina do Mato, que partiam do ramal de Treviso e iam buscar o carvão produzido nessas localidades.

Apesar do principal objetivo da construção da ferrovia fosse o transporte do carvão, em 1923 foi iniciado o transporte de passageiros para Criciúma, sendo construídas três estações de passageiros: no Centro e no bairro Sangão, construídas em 1919 e 1921, respectivamente, e no bairro Pinheirinho, em 1943.

O desenvolvimento era acentuado e um novo fato veio aumentar ainda mais o crescimento da população com a grande circulação das riquezas municipais: foi a segunda guerra mundial, em 1945.

O consumo do carvão de pedra cresceu, então a indústria carbonífera tornou-se a principal economia regional.

Famílias inteiras deixavam os municípios vizinhos e se transferiam para o novo "Eldorado" do ouro negro.

As primeiras empresas Carboníferas que se localizavam no município eram:

Nome Localização
Carbonífera Próspera Bairro Próspera
Carbonífera Criciúma Bairro Santa Catarina
Carbonífera São Marcos Bairro São Marcos
Carbonífera Metropolitana Atual cidade de Forquilhinha
Carbonífera União Bairro São Sebastião
Cia. Carbonífera Araranguá Atual cidade de Forquilhinha
Sociedade Carbonífera Boa Vista Bairro Boa Vista
Cia. Carbonífera Catarinense Bairro Rio Maina


Com o fim da guerra, a procura pelo carvão diminuiu em parte, porém o consumo continuou em outros ramos industriais.

A partir de então, o município passou a se expandir economicamente incorporando, também outras atividades afim de atender a demanda populacional.

A cidade cresceu visivelmente com este ciclo, tornando-se

Município em 1925 (até esta data fazia parte de Araranguá)e vários fatos marcaram a cidade:

- em 1926 é fundado o primeiro jornal de Cresciúma: "O Mineiro";
- em 1932 é instalado o Hospital São José;
- em 1933 cria-se o primeiro Grupo Escolar;
- em 1937 instala-se os primeiros telefones;
- em 1940 Cresciúma muda o nome para Criciúma;
- em 1948 inaugura a Rádio Eldorado;
- em 1968 formada a FUCRI- Fundação Educacional de Criciúma

Hoje, há poucas Carboníferas atuando, como:

Carbonífera Criciúma / Bairro Santa Catarina

Carbonífera Metropolitana / Bairro São Marcos e Forquilhinha

Carbonífera Belluno / Bairro Rio Maina

Carbonífera Rio Deserto / Bairro Sangão

Repercussão no espaço

A descoberta e exploração do carvão fizeram com que a cidade ampliasse em espaço físico, pois era necessário um vasto campo para sua extração (mina de céu aberto), definindo a configuração espacial de Criciúma e a consolidação do centro do município.

Juntamente com as minas de extração, as empresas carboníferas construíam pequenas casas de madeira nas proximidades da mina, que eram depois alugadas ou cedidas aos operários, fixando a mão-de-obra. As vilas operárias possuíam armazéns, açougue, escolas, clubes e igrejas, sendo núcleos quase independentes e auto-suficientes.

Para entender a importância dessas vilas operárias basta dizer que elas tiveram energia elétrica antes que no centro da cidade, em vista da necessidade de energia por parte das minas.

Iniciou um período em que a presença das minas e das vilas operárias tornaram-se paisagem predominante na cidade, fazendo com que as atividades girassem em torno da mineração.

Aos poucos, as minas deslocaram-se para outras áreas do município e a população que morava no centro e nas imediações foi crescendo. A área da estação foi sendo utilizada cada vez mais no transporte de passageiros, em detrimento do transporte de carvão, que passou a ser feito principalmente a partir de caixas de embarque.

Havia uma rede de caixas de embarque de carvão espalhadas pela ferrovia, fazendo a articulação entre a produção do carvão e o seu transporte pela estrada de ferro.

As caixas de embarque e as estações de passageiros eram centros articuladores de pessoas, mercadorias e produtos no município concentrando ao redor, casas e atividades comerciais.

A presença da estrada de ferro, em Criciúma, contribuiu para a formação do centro da cidade. Quando a ferrovia chegou ao município ela passou ao sul do atual centro, que já existia nessa época e formou-se provavelmente do encontro de duas estradas coloniais.

O fluxo de pessoas na estação atraiu principalmente os estabelecimentos comerciais, que buscaram se localizar nas proximidades. A rua mias movimentada nas imediações da estação era a Rua João Zanette, de certa forma considerada como a "rua da estação".

Na época do núcleo colonial, a expansão urbana tendia para o sentido norte-sul, do Morro Cechinel em direção à Quarta-Linha, em vista do estabelecimento de novas famílias de imigrantes nas linhas coloniais abertas pela Companhia Torrens, em 1890,na área sul da localidade e ao norte da região de Cocal. As linhas coloniais eram estradas a partir das quais os colonos recebiam lotes de terra e construíam suas casas.

A mineração inverteu o sentido da expansão urbana. Num primeiro momento, nas décadas de 1920 e 1930, a localização das principais minas de carvão na próspera e santo Antonio redirecionou o crescimento urbano para o sentido leste-oeste do município.

Criciúma passou por um processo de crescimento da população geral do município ao mesmo tempo em que a população urbana crescia a um ritmo mais acelerado. Destaca-se a década de 1950, com um crescimento da população urbana de 250%. De fato, todo o crescimento populacional do município na década de 1940 confluiu para um crescimento na década seguinte. Em 1970 a população de Criciúma saltou de 54 mil para 93 mil.

Mas nem tudo são flores, pois com a indevida exploração do carvão, sem preocupação com o meio ambiente, atualmente, toda a cidade sofreu as conseqüências da extração do carvão. A pré-lavagem com a devolução das águas aos córregos e cursos de água, rejeitos amontoados submetidos às chuvas, tornaram a bacia hidrográfica morta. Os rejeitos piritosos depositados no solo tornaram-no improdutivos. Em função da combustão espontânea, o ar se torna altamente poluído prejudicando a saúde, sendo alta a incidência de doenças pulmonares.

Atualmente existem grandes áreas degradadas, devido a extração a céu aberto, sem reflorestamento, gerando loteamentos clandestinos ou invasões, formando "bairros" de baixa renda, com condições precárias, vivendo sem esgoto, água e energia elétrica.

Os bairros que se desenvolveram com este ciclo foram: Pio Correa, Próspera, Rio Maina, Santa Catarina, São Marcos, Boa Vista, São Sebastião.

Além disso, a localização de algumas Carboníferas, contribuiu para o desenvolvimento do Bairro de Forquilhinha, que se tornou distrito de Criciúma e em 1990 se emancipou politicamente.

3º Ciclo Econômico

Paralelo ao carvão, o solo criciumense é rico em argila, uma rocha sedimentar que constitui a matéria-prima para a indústria cerâmica, resultando em produtos como: azulejos, louças sanitárias, pisos, tijolos, telhas, lajotas, lajes, entre outros.

A diversificação industrial, iniciou em 1947, com o surgimento da cerâmica Santa Catarina Ltda, localizada na parte central da cidade, deslocando pessoas para esta área. Em 1973 adotou a marca de "Azulejo Cesaca" conhecida no Brasil e no mundo.

Em 1966 foi fundada a Cecrisa, no Bairro Próspera, iniciando sua produção de azulejo em 1971, atraindo várias pessoas para este bairro, que cresceu visivelmente.

Atualmente há várias indústrias neste ramo, como:

INCOESA - Indústria e Comércio de Cerâmica S/A

- De Lucca Revestimentos Cerâmicos / Bairro Quarta Linha

Pisoforte Revestimentos Cerâmicos / Bairro Sangão

Copercel AS Indústria Cerâmica / Bairro São Simão

Portinari / Bairro Quarta Linha

O município de Criciúma conta ainda com a cerâmica vermelha, distingindo-se pelo número de olarias.

Cerâmica Bairro Ano fundação Ramo
Aluar Quarta Linha 1980 Telhas
Cristal São Simão 1979 Tijolos
De Villa São Simão 1977 Tijolos
Forgiarini Sangão 1979 Piso Clasurado
Manentti Sangão 1976 Tijolos
Novakoski Linha Cabral 1975 Telhas
Zanette Quarta Linha 1979 Tijolos
Forjarini Sangão 1980 Lajota Colonial


Repercussão no espaço

Devido a localização das indústrias cerâmicas, houve o deslocamento da população do Centro para os bairros mais periféricos, diminuindo a concentração populacional na área central.

A densidade populacional da cidade aumentou, pois foram criadas zonas industriais em áreas antes pouco habitadas, atraindo várias pessoas para esses lugares, sendo que atualmente possuem uma população cada vez mais crescente.

No ano de 1970, o então prefeito de Criciúma, Nelson Alexandrino, destacou-se pela elaboração de um Plano Diretor. Para tanto, realizou o levantamento aerofotogramétrico do Município e o cadastramento de imóveis. De posse dos dados, foi elaborado o documento "Análise e Diretrizes para o Desenvolvimento Industrial de Criciúma". No início do terceiro ano de sua gestão, assinou um contrato com a firma URBRASUL, de Porto Alegre, que elaborou o Plano Diretor, marcando assim o início de um desenvolvimento planejado para o futuro do Município.

Não se pode deixar de destacar também, que Criciúma viveu os anos áureos do carvão nas décadas de 70 e 80. Nesse período, a cidade conheceu um desenvolvimento econômico bastante grande. Cresceu e desenvolveu-se; seu aspecto urbano sofreu significativas mudanças; aumentou o número de casas e edifícios; ruas e avenidas foram criadas. A cidade teve um desenvolvimento ainda maior com o projeto político da administração pública daquele período.

Em 15 de novembro de 1971 foi eleito pela ARENA, o prefeito Algemiro Manique Barreto, que cumpriu mandato de 31 de janeiro de 1973 a 1º de fevereiro de 1977. Com o lema "Criciúma, Amor e Trabalho", a administração municipal adotou uma filosofia diferente das anteriores.

Papel importante para as mudanças deste período teve a Companhia de desenvolvimento Urbano, "COUDECRI", fruto da administração pública e necessidade da época. A COUDECRI era uma companhia juridicamente independente de pessoa jurídica de estância pública, como é a Prefeitura Municipal.

A administração pública tinha por objetivo quebrar uma rotina vivida no processo administrativo municipal: a de não ter orçamentos para investimentos na infra-estrutura do Município. Criciúma era uma cidade onde o índice de progresso se revelava benéfico ao sistema privado, porém era um desastre para o orçamento do poder público municipal.

Rodoviária

Uma das mais importantes obras deste período foi a construção da estação rodoviária da cidade, como relata o jornal Tribuna Criciumense, de 02/08/75: "O sonho de muitos prefeitos, mas agora uma realidade possível. Concebida pelo arquiteto Dr. Fernando Carneiro, que projetou em razão de uma pesquisa prolongada, de modo a trazer a cidade para o presente e para o futuro."

A obra tinha por objetivo atender Criciúma por 50 anos. O local de sua construção foi escolhido devido à proximidade com a Avenida Axial, hoje Centenário, tendo sido previsto uma circulação razoável. A rodoviária foi construída numa área de 2.546 m² e custou 3,6 milhões de cruzeiros. A inauguração ocorreu em fevereiro de 1976 e representava na época uma das mais modernas de Santa Catarina.

Avenida Axial

A retirada dos trilhos para dar espaço a uma rodovia que escoasse o tráfego de Criciúma e região, bem como vias secundárias para transitar no centro e em direção à periferia, já era uma aspiração dos governos municipais anteriores, há cerca de 20 anos.

O prefeito da época, Algemiro Manique Barreto, recorda: "Os recursos da obra vinham para Criciúma, mas os prefeitos acabavam não praticando a desapropriação dos moradores ao longo da ferrovia, para posterior retirada dos trilhos, porque tinham medo de mexer com um problema social que se criara há mais de 40 anos. Haja vista que remover as 390 famílias do local seria uma tarefa muito difícil porque inegavelmente tinha gente já com 40 ou 50 anos, que nasceram ali...então isso era o terror dos prefeitos..."

A ferrovia Dona Teresa Cristina foi construída a partir de 1917, para transportar o carvão até os portos marítimos de onde era exportado. Na década de 70 o carvão começou a enfrentar problemas, devido a vários fatores, entre eles a queda do preço. Isso gerou muito desemprego, pois houve uma considerável diminuição da produção (no auge da produção, as empresas mineradoras chegaram a ter 13 mil empregados e reduziam para 5 mil em tempos de crise). Era então o momento de se pensar o que fazer para que Criciúma, a "Capital do Carvão" , sobrevivesse, caso as minas viessem a fechar.

Os empresários do ramo carbonífero investiam seus capitais fora de Criciúma, por não acreditarem - nem eles - na vida do Município pós-carvão.

A solução foi tomar como prioridade a construção de uma rodovia que implementasse a economia local e servisse de atrativo para novos investimentos, prioridade que fez parte do mandato do chefe do executivo Algemiro Manique Barreto (1973-1977), que também era empresário do ramo de transporte de caras e cereais.

Assim que a avenida começou a ser construída vieram os problemas e o maior deles foi retirar os moradores das margens da ferrovia. O morador assinaria um documento em que constava que o mesmo, juntamente com sua família, teria o prazo de trinta dias para mudar-se para o local em questão, que receberia o nome de Vila Teresa Cristina, o popular " Pedregal" .

As margens do rio Criciúma também serviriam de moradia, só que com uma certa infra-estrutura.

As obras da Avenida Axial, nome modificado depois para Avenida Centenário nos festejos dos cem anos do município, serviria para desafogar os mais de dez mil veículos, oferecendo ao mesmo tempo, segurança aos transeuntes, iniciaram ainda em 1975.

São 7,5 mil metros de rodovia, com suas curvas formando um "S", em toda a sua extensão, iniciando no bairro Próspera e terminando no Pinheirinho. A Axial teve sua inauguração parcial no dia 29 de janeiro de 1977, juntamente com a atual rodoviária, sendo que as fortes chuvas que caíram durante vinte e sete dias de setembro de 1976 atrasaram as obras de conclusão.

Outras obras deste período:

* Rodovia Luiz Rosso, na Quarta Linha

* Pavimentação de 570 quilômetros de ruas

* Instalação do 28 GAC

* Ampliação e reforma do Bairro da jubntude

* Kartódromo

* 23 centros comunitários

* Vila Olímpica

* Retificação e Canalização do Rio Criciúma

As mudanças na cidade de 1977 a 1985

Em 1º de fevereiro de 1977, Altair Guidi assumiu a prefeitura de Criciúma. No seu discurso de posse o novo prefeito deixou claro o seu objetivo em transformar a cidade no seu aspecto urbano.

Com essa filosofia, o então prefeito promoveu uma série de reformas e construções que modificam o aspecto urbano, principalmente no que fiz respeito ao centro.

O poder público foi responsável por:

* reformas e modificação do nome da Avenida Axial para Avenida Centenário, modificando sua largura e iluminação;

* implantação de praças;

* pavimentação de ruas e rodovias;

* implantação da CODEPLA;

* terminal de transportes;

* calçadão da Praça Dr. Nereu Ramos, com obras de infra-* estrutura, canal auxiliar do Rio Criciúma;

* ampliação do aeroporto municipal;

* levantamento aerofotogramétrico

* implantação do Parque Centenário, onde estão localizados a Prefeitura Municipal, Teatro Elias Angeloni, Ginásio de Esportes e o Monumento da Colonização, entre outros.

Os bairros que se desenvolveram com este ciclo, foram: Rio Maina, Nossa Senhora da Salete, 4ª Linha. Os bairros considerados, até então, como mais periféricos, também se desenvolveram, pois as pessoas estavam se deslocando do Centro para as extremidades, como por exemplo: São Simão, Colonial, Boa Vista, São Defende, Universitário, Pinheirinho, Cristo Redentor.

Fontes:

- Sonete Terezinha do canto Antônio, Graduada em história, Coordenadora do projeto de Viagens de estudo e do projeto Afro na secretaria Municipal de educação de Criciúma. Professora da escola Municipal Elias Sampaio Rovaris, Bairro Tereza Cristina, em Criciúma.

- Daiane Linemburger Silveira, Arquiteta e Urbanista.

Ciclo Atual - Diversificação Industrial

A industrialização criciumense impulsionou o crescimento comercial da cidade. O comércio representa quase 70% dos estabelecimentos da cidade, gerando quase 60% dos empregos oferecidos.

Na produção de jeans, é o 3º produtor nacional e na confecção é um dos maiores, destacando um sistema de vendas direto ao consumidor. Este ramo gera vários empregos diretos e indiretos e proporciona preços e qualidade que atraem turistas anualmente.

Além disso, em Criciúma destaca-se as indústrias de plásticos, metalúrgica, mecânicas, material elétrico, embalagens de papel e papelão, editora e gráfica, alimentos e bebidas, madeira, móveis e construção civil.

Repercussão no espaço

Com este ciclo, foram criados vários novos pontos industriais isolados, pois as indústrias nem sempre se localizavam nas zonas delimitadas para elas. A administração delimitou as zonas industriais, porém algumas ainda estão sem infra-estrutura básica para a instalação de indústrias. Sendo assim, a população deslocou ainda mais para as extremidades das cidades, criando novos bairros e aumentando o espaço urbano da cidade.

Atualmente, ocorre o deslocamento do Centro para os demais bairros. Geralmente observam-se vários empreendimentos para vender no centro, enquanto nos outros bairros, o crescimento de construções tem crescido visivelmente.

Neste ciclo, a maioria dos bairros desenvolve-se, pois há um afastamento da população em relação ao Centro e as demais localidades são beneficiadas, contudo não melhorando a situação central, uma vez que a organização espacial dá-se de forma desordenada.