Características

Origem do Nome

Origem do nome: Segundo a tradição, é originário de um capim chamado Criciúma, existente em grande quantidade, às margens do rio do mesmo nome. É denominação de várias gramíneas dos gêneros Arundinários e Cusquea. Em termos indígenas, o nome Criciúma corresponde à " vara lisa e delicada, uma taquara pequena".

Localização

A microrregião geográfica de Criciúma localiza-se na planície litorânea, ao sul do estado de Santa Catarina, distante 221km de Florianópolis, com uma área de 250,33 km².

O município está integrado a Microrregião da Associação dos Municípios de Região Carbonífera, AMREC, juntamente com Cocal do Sul, Forquilhinha, Içara, Lauro Muller, Morro da Fumaça, Nova Veneza, Siderópolis e Urussanga.

Criciúma limita-se:

Norte: Siderópolis, Cocal do Sul e Morro da Fumaça.
Sul: Araranguá e Maracajá
Leste: Içara
Oeste: Nova Veneza e Forquilhinha.

* Distrito - Rio Maina, com cera de 45 mil habitantes.

Relevo

Apresenta um relevo heterogêneo, com níveis planos e outros fortemente ondulados. A altitude média é de 46 metros em relação ao nível do mar. No subsolo encontramos áreas de jazidas de carvão formadas no período carbonífero.

Dentre as elevações destacam-se:

Morro Mãe Luzia: 292m de altitude
Morro Cechinel: 277m de altitude
Morro Estevão: 185m de altitude
Morro Casa Grande: 164m de altitude
Morro Albino: 139m de altitude

Hidrografia

O rio de maior importância de Criciúma é o Mãe Luzia, tendo também o Rio Sangão, Rio Maina, Rio Criciúma, Rio Ronco D'água, Rio da Linha Anta e os córregos Eldorado e Quarta Linha.

A maioria dos cursos de água das bacias contidas na região da AMREC estão poluídas comprometendo o abastecimento, principalmente em Criciúma e Forquilhinha.

Clima

O clima predominante é úmido mesotérmico do tipo Temperado, a máxima intensidade pluviométrica ocorre no verão, enquanto a precipitação mínima ocorre no inverno. As temperaturas mais elevadas ocorrem nos meses de dezembro, janeiro e fevereiro, enquanto as temperaturas mais baixas ocorrem nos meses de junho e julho.

Segundo sistema de classificação climático de Köeppen, a região se enquadra no clima do grupo C - mesotérmico, uma vez que as temperaturas médias do mês mais frio estão abaixo dos 18°C e acima de 3°C e neste grupo, ao tipo (f) sem estação seca distinta, pois não há índices pluviométricos mensais inferiores a 60mm. Quanto à altitude da região, o clima se distingue por sub-tipo de verão com temperaturas médias nos meses quentes de 28°C.

Temperatura Média: 19°C
Pluviosidade Média: 120 mm
Umidade Relativa Média: 80%
Ventos: Predominantemente Nordeste e rajadas do sul, principalmente no inverno
Velocidade Media de 11 Km/h (outubro)
Insolação: Recebe em média de 1.900 a 2.000 horas anuais.

Vegetação

A vegetação faz parte da Mata Tropical Atlântica, com vegetação secundária e atividades agrícolas. Em virtude do desenvolvimento urbano, a mata foi sendo devastada, atualmente existindo 2% da mata nativa, agravando a poluição, que levou o poder público e empresas privadas ao reflorestamento nas regiões mais críticas, com eucaliptos, pinos e acácias.

Os rejeitos piritosos depositados no solo tornando-o improdutivo. Em função da combustão espontânea, o ar se torna altamente poluído, prejudicando a saúde, sendo alto o número de doenças pulmonares.

Nos dias atuais muitas empresas procuram operar em sintonia com o meio ambiente, utilizando equipamentos adequados e reflorestando os locais degradados.

Abastecimento da Água

O abastecimento de água potável em Criciúma é efetuado pela CASAN - Companhia Catarinense de Águas e Saneamento. Atualmente, capta água dos Rios São Bento, Manim e Jordão.

Capacidade Máxima de Produção: 800 l/s
Consumo Médio Mensal: 465 l/s
Reservatórios: 19 unidades
Elevatórios: 03 unidades
Volume Água Produzida: 1.65.212 m3/mês
Extensão da Rede: 623.940 m

Residencial Comercial Industrial Poder Público Total N° de ligações 37.3602.96524251541.082

Em 1970, dos 10.000 domicílios, 4.960 (49,6%) são ligados a rede de água e em 1980 dos 20.000 domicílios, 12.361(62%).

Na área rural da cidade não existe rede pública de tratamento e distribuição de água. São utilizados poços, riachos e fontes naturais, o que não oferece garantia de qualidade e potabilidade.

Toda cidade sofre as conseqüências da extração do carvão. A pré-lavagem com devolução das águas aos córregos e cursos de água, rejeitos amontoados, submetidos à lixiviação pelas chuvas e o lançamento dos despejos ácidos das companhias mineradoras, tornaram a bacia hidrográfica morta, sendo considerada a 14ª área crítica a nível nacional.

Energia Elétrica

A maioria da população urbana da cidade recebe os serviços da CELESC (Centrais Elétricas de Santa Catarina), sendo que alguns bairros e área rural são servidos pelas cooperativas de eletrificação rural de municípios vizinhos.

O sistema de transmissão da CELESC fornece uma energia de boa qualidade para suprir a demanda prevista para a cidade.

Gás Natural

O gás natural é uma mistura de hidrocarbonetos leves que, na temperatura ambiente e pressão atmosférica, permanece no estado gasosos, com características adequadas para ser utilizado como combustível ou matéria-prima em instalações industriais, comerciais e residenciais.

A Companhia de Gás Santa Catarina - SCGÁS é a empresa que construiu e comercializa as redes de distribuição de gás natural para todo o estado de Santa Catarina. A maior oferta deste gás, contribui para o aumento da produtividade, competitividade e modernização da indústria local. O setor cerâmico, por exemplo, estima uma redução de 35% dos gastos com energéticos.

O gás natural é um excelente combustível para ser utilizado nas indústrias. Suas características garantem melhores condições de aumento da eficiência energética global quando utilizado em sistemas de cogeração, dentre outras vantagens.

Por ser uma energia limpa, a menos contaminante das energias de origem fóssil, sua aplicação dispensa a instalação de equipamentos de controle de emissões, colaborado deste forma com a preservação do meio ambiente.

Sistema de Esgoto

Na área central da zona urbana e em alguns bairros periféricos existe recolha das águas de uso doméstico, industrial e águas pluviais, as quais são destinadas às fossas sépticas ou são drenadas para os rios sem nenhum tratamento, sendo que a última opção é a utilizada na parte central da cidade. Nos demais bairros, o tratamento é individual ou a água é lançada a céu aberto.

As águas utilizadas para a lavagem do carvão, prática freqüente na região, são despejadas por tubulações nos córregos dos quais foram obtidas, ou então na superfície do solo.

Coleta de Lixo

A coleta de lixo é realizada diariamente no centro da cidade e nos demais bairros é duas vezes por semana.

Atualmente está sendo efetuado a compactação e soterramento do lixo misturado à pirita e recoberto por terra, nas áreas do aterro sanitário do bairro Sangão.

Na zona rural o lixo não é coletado, sendo utilizado como adubo.

Comunicação

A estrutura de correios da cidade de Criciúma é composta por 18 unidades de atendimento, sendo que destas a agencia central, as três flanqueadas e um balcão de atendimento existente no centro de distribuição domiciliar executam todos os serviços dos correios. As demais são restritas a algumas atividades.

A estrutura de telefonia no município é a seguinte:

Produtos/Serviços OferecidosQuantidade\99Quantidade\80

Terminais Convencionais25.7143.890 Postos de Serviços20- Telefones Públicos59918 Provedores de Internet4- Celulares15.000-

Em 1980 é visível a carência de telefones públicos. Um grande exemplo era o bairro Rio Maina, que com sua população de 17.405 habitantes, havia apenas 1 telefone público.

No que se refere a comunicação escrita, conta-se com três jornais diários:

Diário de Notícias
Jornal da Manhã
Tribuna do Dia

E também com a sucursal do jornal Diário Catarinense.

Educação

A administração municipal de Criciúma procura proporcionar para a maioria dos bairros, escolas com ensino fundamental e um bom número de escolas particulares e públicas de 2º grau, localizando-se 100% na zona urbana.

A única instituição de ensino superior é a Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC).

O município conta também com cursos de formação profissional e assistência social.

Em 1989 Criciúma contava com 298 escolas para ensino de 1º grau e 32 para de 2º grau.

Em 1999 os dados eram de:

EscolasNº -79- AlunosNº - 99- Alunos Escolas Municipais*12 6.580101 18.416 Escolas Estaduais17 12.46023 22.239 Escolas Particulares11 12.83824 10.352

* Incluindo Pré-Escolas, Jardins de Infância, Creches, Centros Educacionais, Escolhinhas

Saúde

Criciúma destaca-se entre os municípios de Santa Catarina mais bem servidos no atendimento médico e hospitalar.

O município possuía em 1989, 17 centros de saúde, 51 postos de saúde e 9 hospitais com 771 leitos. Atualmente, conta com uma rede de 05 unidades referenciais de saúde - URS - atendendo com serviço médico de clínica geral, pediatria, gineco-obstetrícia, serviço odontológico, saúde mental, enfermagem e serviço social; 39 unidades básicas de saúde - UBS - atendendo com serviço médico, enfermagem e serviço social; 01 policlínica municipal - PAM - que atende com especialidades médicas e serviço odontológico; e 03 hospitais: Hospital São José (filantrópico), Hospital São João Batista (particular) e Hospital Rio Maina Ltda (contratado).

Transporte

O centro da cidade de Criciúma situa-se aproximadamente a 10 km ao sul da Rodovia Federal BR-101, cujo acesso é feito através de três rodovias, das quais uma estadual (Acesso Norte - SC 444) e duas municipais (Rodovia Luiz Rosso - CRI 170 e Rodovia Jorge Lacerda - CRI 180), acessos Centro e Sul, respectivamente.

Em 1996 a prefeitura municipal implantou o "Sistema Integrado de Transporte Coletivo - SITC", formado por três terminais (Próspera, Centro e Pinheirinho) que compõem a linha principal, chamada troncal. O SITC possui um número diário de 70.000 usuários.

O Terminal Central recebe passageiros da troncal e de mais 21 linhas alimentadoras que partem dos bairros.

O passageiro pose se deslocar de qualquer ponto da cidade indo até um dos terminais e daí dirigir-se ao seu destino, pagando uma única passagem.

Dados referente ao SITC:

Total Frota: 91 veículos
Troncal: 17 ( 15 efetivos)
Alimentadora: 74 ( 58 efetivos)

O município é percorrido por cerca de sete quilômetros de Estrada de Ferro Dona Tereza Cristina ( EFDTC ), cognominada de " Ferrovia do Carvão" por ser este o principal produto transportado do sul do Estado para o porto de Imbituba.

Em 1996 foi elaborado o Terminal de Cargas Porto Seco (Cidade Dos Transportes), localizado às margens da Rodovia CRI-274, no Bairro Primeira Linha. Em seu projeto, está previsto a instalação de 60 empresas ligadas ao Transporte Rodoviário, além de um Terminal Intermodal de Cargas que se utilizará da Linha Férrea D. Tereza Cristina, visando o escoamento da Produção industrial ( principalmente do setor cerâmico da região.

Etnias

Etnia Italiana

Com a esperança de uma vida melhor, imigrantes providos de mantimentos, inclusive de alguns animais, como burros e cavalos, empreenderam uma epopéia transatlântica em um mês e meio de viagem até o Brasil. Acompanhados por soldados que conheciam a região, vieram pelo vale do Araranguá, usando velhas picadas e abrindo novas, até encontrar local conveniente para fixação.

Somente 22 famílias, compostas por 129 pessoas, constituíram a leva inicial daqueles colonizadores. Aglomerados num barracão, os imigrantes aguardavam designação de lotes para construírem suas moradias em lotes demarcados pelo agrimensor João Zarin. Estes lotes teriam que serem pagos em cinco anos. A forma de pagamento variava: serviços braçais, pagamento em colheitas ou em dinheiro.

Etnia Polonesa

Os imigrantes poloneses de Criciúma foram motivados a deixarem seu país por dificuldades sócio-econômicas. A Polônia era atingida pela propaganda brasileira com o fim de conseguir colonos para o Sul do país. Houve três levas de migrantes para o sul de Santa Catarina. A primeira era formada por imigrantes que fixaram-se em Linha Cabral, Cocal, Linha Torrens, Linha Ferreira Pontes, Linha Espanhol. As famílias eram: Szibaski, Slonski, Wasnieski, Formanski, Cizeski. Hoje a maior concentração desta etnia está na Linha Batista.

Etnia Negra

O primeiro negro fixou-se em Criciúma em 1905. A busca de serviço prende-se em duas constantes:

- mina de carvão
- construção da estrada de ferro Dona Teresa Cristina

A afluência do negro para Criciúma encontrou sua origem nas localidades de Gravatal, Braço do Norte, São Pedro, Laguna, Jaguaruna, Tubarão e Araranguá, donde as primeiras famílias partiram para Criciúma em busca de trabalho. Só havia o serviço da roça e então, vieram para as minas e na estrada de ferro.

Etnia Alemã

As família que aqui se fixaram eram descendentes de duas regiões católicas da Alemanha: Mosela e Westfália. Inicialmente vieram morar entre Palhoça e São Pedro de Alcãntara. Os pioneiros foram: João José Back, Gabriel Arns, Geraldo Westrupp, Francisco e Mathias Arns, fundando a colônia no vale do Rio Mãe Luzia.

Fontes:
Informações Básicas Município de Criciúma - Prefeitura Municipal de Criciúma. 1999