Comportamento
 

Por Amanda Moraes, Crescer


O primeiro ano da maternidade é uma verdadeira montanha-russa. Sem dúvidas, é um período complexo, repleto de dores e delícias. Por um lado, há um novo integrante na família, que traz uma felicidade imensa para o casal, mas, por outro, a vida toda vira de cabeça para baixo e os pais precisam aprender a lidar com uma rotina completamente diferente da que estavam acostumados, tornando-se responsáveis por cuidar de uma nova vida que acabou de chegar ao mundo.

O primeiro ano de vida do bebê é cheio de desafios — Foto: Crescer
O primeiro ano de vida do bebê é cheio de desafios — Foto: Crescer

Especialmente para as mães de primeira viagem, o puerpério pode ser ainda mais desafiador, afinal, elas não sabem o que está por vir, o que pode deixá-las mais aflitas em relação à maternidade. “A ansiedade tem muito a ver com a preocupação com o futuro e a sensação de falta de controle. Por isso, é importante que as mães se informem, conversem com os médicos de confiança e contem com uma rede de apoio amorosa para ajudá-las a atravessar essa fase da melhor forma possível”, diz a psicóloga Rita Calegari, de São Paulo.

Nem tudo sai como o planejado com as crianças — e tudo bem. É preciso reajustar as expectativas e compreender que este período não será cercado apenas de bons momentos. Além do amor incondicional que cresce dentro dos pais, também cresce o cansaço e os desafios a serem superados. “Eu tinha muitas expectativas e muitos medos também. Eu tinha aquela visão romantizada sobre a maternidade: amamentar até os 2 anos, receber apoio da família e amigos, viver o puerpério com tranquilidade e voltar a ter vida social em pouco tempo. E, bem, quase nada disso aconteceu…”, relata Márcia Amaral, mãe do Francisco, 10, de Belo Horizonte, Minas Gerais.

Para auxiliar as novas mães a enfrentarem essa jornada que é o primeiro ano de vida do bebê, a CRESCER conversou com Rita Calegari e com diferentes mães, que contaram algumas verdades sobre esta fase e como superaram os obstáculos que surgiram ao longo do caminho. Confira!

1. “Algumas mulheres imaginam que depois que o bebê nascer, o corpo voltará ao normal rapidamente. Não é assim”

“No meu caso, quando a minha filha nasceu, eu saí da maternidade mais pesada do que eu entrei”, conta Rita Calegari. A psicóloga teve uma cesárea, mas antes, tentou o parto normal e recebeu remédios para promover uma dilatação. “Eu estava muito inchada dos remédios e na hora que eu pisei na balança achei que, inocentemente, teria perdido quase 4 quilos, porque, afinal, tinha nascido uma bebê de quase 4 quilos. Mas eu estava mais pesada do que quando eu entrei na maternidade para ganhar a minha filha”, lembra.

O corpo precisa de tempo, foram nove meses para chegar ao ápice da gravidez e ocorreram muitas transformações para carregar um bebê em desenvolvimento. “Sejamos generosas com o nosso corpo, levará pelo menos 1 ano para que o útero possa voltar ao tamanho normal, para a gente desinchar e o metabolismo entrar no ritmo”, explica a especialista. Algumas mulheres nunca voltam a ter o mesmo corpo que tinham antes de engravidar, segundo a psicóloga, e não há nenhum problema nisso.

“A gestação deixa as suas marcas, mais em algumas mulheres e menos em outras. O corpo que passa pela gestação tem a identidade de um corpo que gerou uma outra vida e nós precisamos acolher isso”, destaca. Os ideais estabelecidos pela sociedade são uma grande fonte de sofrimento para as mães. “As mulheres vivem ainda sob uma ditadura muito grande em relação aos padrões de beleza, que não condizem com a realidade. Nós precisamos aceitar as mudanças no nosso corpo quando nos tornamos mãe. É importante exercitar essa mudança de modelo mental”, aponta a psicóloga.

A principal dica é: tenha paciência e, se sentir que é necessário, busque ajuda profissional. “Com o tempo, é possível fazer um planejamento em que o corpo fique muito bonito, mesmo que não fique igual ao que era antes da gestação. Quanto mais rápido nós abraçarmos as fases do nosso corpo enquanto mulheres, mais rápido vamos ter saúde mental, qualidade de vida e transformar a sociedade para melhor”, ressalta Rita Calegari.

2. “Ser mãe é aprender constantemente”

Não importa o quanto você se prepare, quantos livros leia ou aulas assista, você não vai saber lidar com tudo que o seu bebê necessitar logo de cara. "Nós, adultos, temos pouca tolerância com o processo de aprendizado. Precisamos dissociar a maternidade como algo inato e divino e entender que é algo que pode ser aprendido, mas preciso me dedicar. Quando eu me tornei mãe, eu experimentei dois sentimentos muito complexos: uma força gigantesca e uma humildade tão forte quanto”, relata a psicóloga.

Mesmo quem já tem experiências com crianças terá de aprender a reconhecer as individualidades do seu filho. “É como tudo na vida: ensaio, tentativa, acerto e erro. Os bebês não vêm com manual, são os pais que escrevem. Mesmo em irmãos, é preciso entender as especificidades. Os pais precisam estar dispostos a ouvir e observar”, explica Rita Calegari.

Como diz a especialista, tudo bem errar, o erro também ensina. “Não é possível ser a mãe perfeita, ninguém é, precisamos nos esforçar para ser o suficiente. Ser mãe é aprender constantemente. É na relação com a criança que o materno vai se desvelando e vai se confirmando”, destaca.

3. “Você não vai dar conta de tudo. E tudo bem!”

Especialmente em relação às mães, há uma pressão de que consigam conciliar o trabalho e os cuidados da casa e do bebê, sendo as "super-heroínas" que foram treinadas a ser. “Há uma idealização da função materna, a sociedade é muito pesada em relação a isso. As mulheres aprendem sobre o papel da maternidade desde que são pequenas”, destaca Rita Calegari.

Por isso, muitas mães se sentem culpadas quando não conseguem fazer todas as tarefas com perfeição. “Pode ter certeza de que tudo o que você passa alguém já passou, passa agora ou vai passar. Não se julgue tanto. Não se cobre tanto. Não se culpe tanto. Seja gentil consigo mesma e não surte tentando dar conta de tudo. Ninguém dá. E está tudo bem!”, diz Carol Portella, mãe de 3, de São José dos Campos, São Paulo.

Para Carol, de início, a chegada da sua primeira filha, Maria Fernanda, 11, foi extremamente desgastante. Mas, com ajuda da sua rede de apoio, ela sentiu o peso da rotina exaustiva diminuir e passou a compreender que não precisa sempre conseguir fazer tudo por todos na família.

4. “É cansativo e recompensador na mesma intensidade”

Não há dúvidas de que um bebê torna o dia a dia dos pais muito mais cansativo. São noites mal dormidas, correria e preocupações que não acabam. Mas, ao mesmo tempo, também há um outro sentimento que toma conta: o afeto. “É extremamente cansativo e recompensador na mesma intensidade”, conta Lorena Nunes Medeiros Mendes, mãe da Pérola, 4, de Camaçari, Bahia.

Para ela, há uma mistura de sentimentos: é como se este primeiro ano da maternidade demorasse uma eternidade devido aos tantos obstáculos a serem enfrentados, mas, também, é mais rápido do que ela gostaria. “Parece que nunca vai passar e passa em um piscar de olhos, uma fase linda e cheia de desafios. Ser mãe de primeira viagem é muito difícil, a gente idealiza muitas coisas e algumas não acontecem da forma que a gente esperava e, sim, da melhor forma possível para o bebê e para a família”, relata.

Carol Portella concorda com esta complexidade do início da maternidade. “Nunca soube como era ser mãe, só pensava no quão maravilhoso seria ter filhos. O choque foi exatamente esse. Ver o quanto tive de doar e me sacrificar por eles. Mas eu só pude estar completa depois de tê-los”, destaca.

A exaustão é uma queixa muito comum entre as novas mães. “Existem dois tipos de cansaço: o físico e o psicológico. Após o parto, a mãe sente um desgaste no corpo, um luto pela gestação que terminou, mudanças hormonais, preocupações com o bebê e precisa aprender uma rotina totalmente nova. Tudo isso contribui para que o período seja esgotante. É preciso entender que nem todas as mulheres estarão radiantes e felizes o tempo todo no pós-parto, além da alegria também há momentos difíceis”, explica Rita Calegari.

Nem sempre é fácil administrar o cansaço, mas existem algumas medidas que podem ajudar. “Repousar, ter uma alimentação equilibrada, praticar exercícios leves, consultar o obstetra, dividir tarefas e, principalmente, contar com uma rede de apoio confiável, compreensiva e amorosa são formas de mitigar tanto o cansaço físico quanto o mental”, aponta a psicóloga.

5. “Não é fácil para a relação a dois”

É inevitável que o novo integrante da família afete a relação do casal. “Eu tinha a expectativa de que o bebê faria a relação a dois só melhorar, mas não foi assim, porque é tudo muito novo. Não é fácil para a relação a dois, o homem e a mulher precisam ser pacientes quanto ao relacionamento, porque fica em segundo plano”, conta Ana Madureiro, mãe da Luisa, 2.

Mas, com o tempo, ela e o marido conseguiram voltar a ter uma boa conexão. "No meu caso, aprendemos a ser marido e mulher ao mesmo tempo em que estávamos aprendendo a ser pais, mas, conforme ela foi crescendo, entramos em sincronia. Ele é meu parceiro em tudo e o melhor de tudo: aprendemos que nossa felicidade é estar os três juntos. Os desafios vão sendo aparados”, conta.

Muitos pais enfrentam este mesmo obstáculo neste período. “É muito comum no primeiro ano da maternidade, que relações não fiquem iguais ao que eram antes do bebê nascer. Pode ser que o pai não encontre a esposa tão receptiva, pode ser que haja muito cansaço, pouca disponibilidade, uma preocupação com outros aspectos que não sejam mais daquela vida a dois. Até voltar a namorar, ter uma relação sexual, pode ser uma aventura quando você tem um bebê pequeno”, explica Rita Calegari.

Por isso, é importante que haja muito diálogo entre os dois. “O casal precisa ser muito parceiro, muito cúmplice, porque a relação do casal é um aspecto importante da construção da família”, ressalta a psicóloga. Mais do que nunca, vai ser importante criar espaços na rotina para a vida a dois. “Sempre que possível, é importante que o casal tire um tempo para ficar junto, seja para assistir a um episódio de uma série, para tomar um sorvete”, complementa.

6. “O primeiro ano do seu filho será o maior filtro social da sua vida”

Infelizmente, nem todas as pessoas do seu ciclo social manterão contato após o nascimento do bebê. “Depois que o meu filho nasceu, muitos amigos sumiram ou se limitavam a visitas ou ligações rápidas, inclusive pessoas muito íntimas com as quais eu tinha certeza que podia contar. Me senti muito sozinha nos primeiros meses e, às vezes, desesperada por não saber lidar com algumas situações. O primeiro ano do seu filho será o maior filtro social da sua vida”, desabafou Márcia Amaral.

Mas, ao mesmo tempo, isso abre espaço para que novos laços sejam formados. “Sabe quem vai passar pelo filtro e ficar na sua vida depois disso? Talvez as pessoas mais improváveis: aquela vizinha, quase desconhecida, que levou um bolo no meio da tarde porque escutou o bebê chorando muito. Uma prima de longe com quem você quase não falava, que ligou perguntando se estava tudo bem e contando da própria experiência, delicadamente, e te ajudou num momento de frustração. E claro, aquela amiga que sempre comemorou suas vitórias e chorou suas dores (e vai continuar chorando)”, conta Márcia.

7. “Não é fácil achar uma rede de apoio amorosa e compreensiva”

“Minha rede de apoio foi bem restrita, geralmente éramos eu e meu marido ali dando conta de tudo”, relata Márcia. A falta de uma rede de apoio é uma preocupação muito grande para vários pais. E essa cadeia de ajuda não pode vir de qualquer pessoa, precisam ser aquelas que estão dispostas a ouvir sem julgar, a assumir responsabilidades e tratar as crianças com carinho e respeito.

“Rede de apoio é imprescindível e não precisa ser familiar, pode ser de profissionais, amigos, pode se renovar, mas precisam ser pessoas confiáveis que podem ajudar os cuidadores a suprirem as necessidades dos bebês”, aponta Rita Calegari. Segundo a psicóloga, essas pessoas são muito mais importantes para os pais do que para os bebês. “Pais que contam com uma rede de apoio têm uma segurança, um suporte emocional, uma base. Pessoas sem rede de apoio estão muito mais vulneráveis e desamparadas frente às dificuldades”, ressalta.

8. “É difícil retomar o trabalho”

Depois de ficar meses cuidando do bebê o tempo todo, é difícil voltar à rotina. “As mulheres também sentem culpa por não estarem com o bebê o tempo todo. Pensam que não tem ninguém melhor que a mãe para cuidar do filho”, diz Rita Calegari. Para se sentir mais segura, uma boa ideia é utilizar os meses da licença-maternidade para preparar uma cadeia de ajuda de confiança para “assumir o plantão” dos cuidados com a criança quando precisar voltar ao trabalho.

Além disso, é preciso encontrar uma forma de introduzir a maternidade na correria do dia a dia, o que não é nada fácil. “Aprender a conciliar casa, trabalho e maternidade foi muito desafiador. Eu sempre fui muito independente, trabalhava até tarde, ia ao cinema com meu marido toda semana, encontrava os amigos com regularidade e, depois que me tornei mãe, me vi perdida de mim mesma, sem entender que caminho seguir”, lembra Márcia. Mas, junto com o seu marido, encontrou uma forma de aliviar o peso e reencontrar uma rotina que funcionava para ela. “Dividimos bem as responsabilidades e conseguimos superar as dificuldades juntos, com muito amor. Eu tinha me deixado para trás e foi um longo percurso até me achar novamente”, completa.

O primeiro aniversário

A data do primeiro aniversário é sempre muito aguardada pelos pais e até os bebês sentem o carinho por trás da celebração. “As crianças pequenas têm dificuldade em entender o motivo social do aniversário, mas elas entendem o valor afetivo e emocional. O primeiro ano é um ciclo muito importante de se concluir para os pais. É um ano de aprendizado, de desafios. É um marco importante, que reúne pessoas que fizeram parte desse momento, é muito positivo”, destaca Rita Calegari.

Para as mães, o sentimento é de missão comprida. “Quando a Luisa fez 1 ano eu senti como se eu tivesse conquistado uma etapa, de um prêmio final. Pensei: ‘1 ano, consegui, fiz um bom trabalho’”, diz Ana. Ver o crescimento dos filhos é algo muito emocionante. “É uma sensação de vitória e felicidade indescritível, muita gratidão por toda a evolução da minha bebê nesse período, é muito lindo vê-la aprendendo novas coisas, dando os primeiros passos”, aponta Lorena.

Mas também é um marco do crescimento do casal como pais. “A celebração dessa data foi algo muito especial e importante para nós. Marca o desenvolvimento da criança mas, também, as vitórias dos desafios de cada dia para nós, pais. Como se fosse um troféu mesmo! Do tipo: conseguimos! Agora é só seguir”, relata Carol.

É um momento de celebrar as conquistas de toda a família. “Foi uma comemoração simples, mas com muito significado. Aqueles 12 meses foram de crescimento para todos nós e, principalmente, para mim. Eu nasci mãe para o meu filho, mas foi ele que me formou, principalmente naquele primeiro ano tumultuado”, ressalta Márcia. Embora o primeiro ano da maternidade seja muito complexo, as transformações vieram para a melhor. “Apesar das dificuldades, eu vejo que tudo valeu a pena e que os desafios vieram para transformar a minha vida como mulher, mãe, esposa. Com o tempo pude me reencontrar nesse carrossel de sentimentos que é a maternidade e o mais incrível é que quase nem me lembro como era antes do Francisco nascer, porque gosto muito mais de mim hoje. Minha casa se tornou um lugar mais alegre, confuso e com cara de lar”, finaliza Márcia.

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