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O mundo está sendo francamente golpeado e a emergência climática é o alarme chamando. Para além do aquecimento de 1,5 °C em comparação com os níveis pré-industriais – limite apontado pela comunidade científica para evitar impactos mais nocivos –, veremos surgir novos riscos associados à subida do nível do mar, perda de biodiversidade, escassez de água, condições meteorológicas extremas e insegurança alimentar.

Apenas reduções imediatas e profundas das emissões de gases de efeito estufa permitirão que o aquecimento global estacione. Sabemos o que é necessário, mas não há garantia de que esteja sendo feito. Se as emissões de CO₂ continuarem a aumentar, o mundo pode ultrapassar o limite de aquecimento de 1,5 °C em apenas sete anos, mais cedo do que se pensava.

O ano de 2023 quebrou todos os recordes climáticos. Ondas de calor, inundações e outros fenômenos meteorológicos extremos são responsáveis pelo aumento de mortes e doenças em todo o mundo. Embora menos investigado, as alterações climáticas também têm um impacto negativo na saúde mental e no bem-estar das pessoas. Os jovens são especialmente atingidos.

Num grupo de 10.000 jovens com idades entre 16 e 25 anos, 59% descreveram-se muito ou extremamente preocupados com as alterações climáticas. São dados de um inquérito global publicado na Lancet Planetary Health em 2021, coletados em 10 países, incluído o Brasil. Mais de 45% dos entrevistados disseram que os seus sentimentos sobre as alterações climáticas afetam negativamente a sua vida diária e funcionamento, e muitos relataram um elevado número de pensamentos negativos sobre as alterações climáticas.

Comunidades marginalizadas representam uma preocupação especial, sobretudo as localizadas em ilhas de calor urbano, onde a escassez de espaços verdes intensifica o calor extremo. Pesquisas mostram que os jovens com os receios mais extremos relativos às alterações climáticas vivem predominantemente nos países em desenvolvimento, que suportam o peso do problema.

O termo ansiedade climática, frequentemente propagado pelas notícias, diz respeito ao sofrimento emocional decorrido dos efeitos previstos das alterações climáticas. Talvez este não seja o termo mais adequado. Muitos interpretam a ansiedade como uma resposta patológica que precisa ser tratada e resolvida, mas ela possui um aspecto evolutivamente benéfico e frequentemente esquecido: nos prepara para reagir diante do perigo. A ansiedade provocada por alterações climáticas pode ser apenas uma resposta saudável a uma ameaça real.

Algumas pessoas administram suas emoções desencadeadas pelo clima sem entrar em crise. Outras ficam progressivamente hiperexcitadas ou caem numa espécie de paralisia emocional. A preocupação com as ameaças das alterações climáticas pode resultar em ataques de pânico, insônia e pensamentos obsessivos. Estas reações podem ser especialmente debilitantes para quem já enfrenta transtornos mentais subjacentes.

A ansiedade associada às alterações climáticas entrelaça-se com sentimentos mais amplos de instabilidade frente às mudanças tecnológicas, políticas e culturais. Para quem entende que o mundo está a desmoronar, o aquecimento global é apenas a gota d’água. Coexiste a impressão de que as pessoas mais velhas não estão fazendo o suficiente para resolver o problema. Os jovens sentem-se invalidados, traídos e acreditam viver uma injustiça intergeracional.

Qualquer tentativa de ajuda começa pelo reconhecimento da validade dos medos. Abordá-los como pensamentos exagerados, irracionais ou distorções cognitivas não somente faz a pessoa sentir que suas preocupações foram ignoradas, como também limita a tomada de importantes ações de impacto social. De fato, o bloqueio emotivo costuma gravitar em torno da negação, o que não oferece qualquer vantagem ambiental. Contudo, a mudança climática está muito além do controle de cada pessoa, e a constatação dos limites da ação individual pode resvalar na manutenção das emoções negativas.

Evidências emergentes sugerem que os jovens obtêm melhores resultados se cultivarem, para além de suas preocupações climáticas, um sentido de agência e esperança. As alterações climáticas, por serem tão vastas e complexas, não permitem admitir que um ato único levará a um efeito reconhecível na sua trajetória. Assim, em vez de melhorias climáticas a curto prazo, os jovens podem se beneficiar da procura por recompensas que advêm de fazer parte de um grupo ou de um movimento que trabalha para fazer avançar uma agenda que promova ações que protejam o planeta.

Nesse sentido, as ações individuais somam-se à confiança de que outros intervenientes também cumprem sua parte, fornecendo senso de pertencimento a uma comunidade imbuída de um projeto comum. O desafio é enorme e o espírito colaborativo abre vias.

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