Caetana Metsavaht se casa em Búzios com looks assinados pela Osklen

Foram preparados três looks para serem usados por Caetana no dia do casamento, criados dentro da Osklen ao longo de seis meses ao lado de Juliana Suassuna, diretora de moda e parte da marca há 23 anos. “O exercício foi que nem o de desenvolver um desfile”, diz Oskar, que esteve presente em todas as provas, ao lado da esposa e mãe da noiva, Nazaré. “Imagine o prazer das pessoas que trabalham no ateliê? Elas viram a Caetana crescer. Nós sempre tivemos o desejo de fazer seu vestido de noiva”, diz Juliana. Além dos noivos, Oskar, Nazaré e os filhos, Thomas e Felipe, também vestem criações da Osklen, no clima silent luxury que é a cara da marca, assim como da festa.

O vestido da cerimônia foi feito em musseline de seda branca plissada, com fluidez em referência à água. As mangas, esvoaçantes, também tinham pregas que formavam plissê. As dobraduras do tecido assemelhavam-se à textura de conchas. Já o segundo vestido, em seda pura e clima slip dress, possuía decote nadador nas costas, uma assinatura da Osklen (curiosidade: Oskar sempre preferiu esta forma de revelar a pele do que a do decote frontal) e bordado na gola com pérolas brutas de rio. Para curtir a festa, foi criada uma terceira peça. Um vestido curto de shantung de seda, bordado com pérolas. Caetana explica que queria reutilizar todas as peças depois da festa, desejo alcançado pela elegância sem excessos das roupas. “Não quero que virem algo guardado no armário. Quero poder ter essa reciclagem.”

O look de Guilherme foi desenvolvido a partir da pesquisa de uma coleção cápsula voltada à alfaiataria, que será lançada ainda este ano pela Osklen. “É um conjunto de blazer e calça de linho branco. Queria um tom claro pois estaríamos na praia. Ele foi combinado à gravata e ao lenço de patchwork de seda”, conta o noivo.

“Eu não pensei muito sobre o processo do vestido, mas eu acho que partiu da confiança que tenho na Ju. Justamente por conta dela, da Ju, esta foi a parte mais fácil do casamento”, contou a noiva por chamada de vídeo, dias antes do casamento. “Desde pequena, a Cae tem uma coisa com sereia. Era adesivo na mochila para lá, cauda para cá. Eu lembro das fantasias de carnaval também. Quando ela me disse que se casaria em Búzios, pensei: ‘É a minha sereia’”, diz Juliana. A diretora de moda mergulhou no universo da criatura mitológica. “E além de tudo, Caetana está com o cabelo no meio da cintura, parecendo uma sereia mesmo”, diverte-se. “Oskar e Nazaré estiveram presentes em todas as provas. Ficaram muito emocionados, se divertiram e levaram bem casados.”

Normalmente, o pai da noiva não é conhecido por dar sugestões no vestido. Mesmo quando ele é Oskar Metsavaht, comandante de uma das maiores marcas do país? Quando perguntado em outra chamada de vídeo, o estilista diz não ter interferido. Mas só para confessar na sequência: “É claro que eu me meti, mas fui sutil. No fim das contas, ficou maravilhoso. É um grande presente de Juliana e de toda a equipe.”

Em alguns momentos, ele descreve o projeto como uma coleção. “O exercício foi que nem o de desenvolver um desfile.” A diretora de moda concorda. “A Caetana se divertiu muito e achou engraçado as pessoas do ateliê usando jalecos brancos para fazer um vestido de noiva. Parecia um novo projeto, uma Osklen Couture, quem sabe.”

A cerimônia aconteceu no fim de tarde, no pôr-do-sol. A luz típica do crepúsculo permeou o imaginário do pai da noiva por meses. “Imagino aquela luz de outono meio angulada, passando pelas folhas das árvores, com as ondas do mar fundo.”

A Casa da Âncora foi a segunda construção da Praia de Geribá, levantada nos anos 60 pelo pai de Nazaré, avô de Caetana, e nunca havia abrigado um casamento. Para além da residência, Búzios representa muito para a família Metsavaht. Foi na Rua da Pedras que Nazaré e Oskar se conheceram, no final dos anos 80, quando o estilista tinha acabado de abrir a primeira loja da Osklen, também na cidade. “Búzios tem significado para nós como casal, família e para a própria grife”, diz Oskar. Nazaré é amiga dos pescadores da vila próxima à casa e Caetana deu seus primeiros passos no mesmo gramado da festa.

A celebração foi um exercício criativo de, em primeiro lugar, Caetana e Guilherme, mas também de Oskar, Nazaré, Juliana, de todo o ateliê e de muitas outras pessoas que participaram do processo. “Foi parecido com o lançamento de uma coleção”, reforça Oskar. Nesta altura da entrevista, Caetana, que já havia falado com a Vogue, entra na mesma sala da chamada. “Quando eu fiz essa comparação pela primeira vez, você me disse, Caetana: ‘Vai fazer meu casamento virar marketing da Osklen?”, conta o estilista, que puxa uma risada da filha.

“Claro que não é isso, mas não tem como separar. É um orgulho meu, da nossa família e da Osklen ter podido fazer o vestido de noiva, por exemplo, em nosso ateliê.” Ao ser perguntado sobre a emoção de ver a filha se casar, o estilista fica mais contido e fala: “Eu não sou muito emotivo assim, não é, Maria Caetana? Mas ela amadureceu muito nos últimos meses e eu acho que ela está muito feliz com o Guilherme. Celebrar isso nesse santuário de natureza, considerando a relação forte da Caetana com o mar, será muito emocionante.”.