A ministra de Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, é uma economista bastante alinhada ao presidente Lula em temas como gestão de serviços públicos e teto de gastos – que chama de “a pior política fiscal do mundo”, porque, segundo ela, contribui para o desmonte de serviços como saúde e educação públicas de qualidade.
Neste 8 de Março, Marie Claire perfila as 11 ministras do governo Lula para responder como a atuação delas pode melhorar a vida das mulheres brasileiras.
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Em entrevistas durante o período de transição de governo, Esther, agora ministra responsável pela reforma da máquina pública e pelo fomento à eficiência governamental, defendeu que o país responda a demandas por reajustes salariais de servidores públicos.
Ao UOL, devidamente empossada, a professora afirmou que estuda um reajuste de quase 8% no salário dos servidores federais, além de alta em benefícios como o vale alimentação, que pode ter o valor acrescido em mais de 40% – para ela, a proposta beneficia trabalhadores que ganham menos e sofreram mais perdas durante a crise econômica em decorrência da pandemia de covid-19.
Ela também é firme contra o teto de gastos estabelecido em 2016, na gestão Michel Temer. Em entrevista à Marie Claire, em 2020 afirmou que, com o teto, “ocorre uma redução sequencial de áreas como saúde e educação, ciência e tecnologia, cultura e direito agrário” e que isso impede o país de gerar crescimento econômico e reduzir todos os tipos de desigualdades.
À Marie Claire, a economista também ressaltou a importância em reconhecer a "economia do cuidado" nas decisões de organização do estado e políticas públicas: "Há um recorte de gênero bem claro no percentual de mulheres que trabalham na rede de cuidados e nos serviços domésticos não remunerados. É muito desigual. É necessário e urgente ampliar o número de creches para que mulheres possam fazer parte do mercado de trabalho, assim como garantir condições iguais de salário. Se fizermos o recorte de raça, a situação fica ainda pior: a mulher negra é a mais prejudicada”.
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Esther Dweck é premiada pelo Conselho Federal de Economia (Cofecon), que em 2021 a elegeu a Mulher Economista do Ano. Ela agradeceu à premiação afirmando que o reconhecimento não era só para si, mas “uma luta coletiva, das pessoas engajadas na construção de um novo País”.
Depois de assumir o ministério, defendeu a promoção de iniciativas para que mulheres tenham maior autonomia financeira, “para que a mulher possa estar onde quiser e fazendo o que quiser”.