Saúde
Por , Em Colaboração com Marie Clarie — São Paulo

Maria*, 39, é advogada e sempre teve um ritmo de trabalho intenso e foi diagnosticada com burnout. A síndrome de esgotamento profissional evidenciou os sintomas de depressão e ansiedade que vinha sentindo. Entre os diversos tratamentos que fez para os transtornos psiquiátricos está a cetamina, que a ajuda a encontrar leveza para se cobrar menos.

Maria começou a fazer terapia em 2010, quando precisava repensar questões como relacionamentos e profissão. Em 2018, o cenário começou a mudar e a advogada precisou recorrer à ajuda psiquiátrica, pois acabou sendo diagnosticada com burnout.

“Eu sempre fui muito exigente comigo mesma e trabalhei muito, porque é um valor que adquiri da minha família e do contexto em que fui criada. Durante muito tempo, isso não era um problema. Racionalmente, eu estava fazendo o que eu tinha que fazer. Quando veio o diagnóstico do burnout, eu não acreditei, ignorei. Eu não admitia porque seria fraqueza”, lembra.

A advogada relata que, na época, se sentia triste e chorava com frequência, entrando em um estado de angústia profunda. Mas, ainda assim, fazia tudo de forma mecanizada, o que fez com que ela continuasse trabalhando mesmo após o diagnóstico. Foi nesse momento que reconheceu os quadros de depressão e ansiedade.

“A hora que eu chegava na empresa parecia que eu tinha colocado uma máscara. Eu trabalhava igualzinho, sem cessar o ritmo. Era das 08h30 às 21h, 22h, com fases de sair de madrugada do serviço. Demorei para aceitar que teria que mudar meu estilo de vida porque eu não conseguia compreender que isso estava errado. Para mim, essa era a única forma de existência”, reflete. Maria só foi entender o que era ficar em casa com a pandemia da Covid-19.

Em 2018, a advogada começou o tratamento medicamentoso para depressão e ansiedade. Ela passou a tomar uma série de remédios com o intuito de administrar principalmente a angústia profunda que ela sentia junto com o desânimo. Só que, ainda assim, nenhum fármaco dava conta de mudar o que estava sentido.

“Foi, então, que eu promovi mudanças de rotina na minha vida. Comecei a estabelecer horários, limites, tirar férias, entendendo que isso não era uma derrota. Tudo isso acompanhado do processo terapêutico. Fui diminuindo as medicações e comecei a ficar bem em 2022. No entanto, ficou ainda algo residual, que eu sentia que poderia estar melhor”, explica.

Foi nesse momento que a cetamina entrou na vida de Maria, a partir da orientação da sua psiquiatra. A advogada tinha consciência de que o uso da substância seria mais uma tentativa de tratamento e não uma garantia de que todos seus problemas psíquicos seriam solucionados. Mas o fármaco tem se mostrado promissor na vida dela.

“A cetamina veio como um acelerador dos avanços na terapia. Depois do uso da cetamina, minhas escolhas ficaram mais leves, mais fáceis de serem implementadas. Me ajuda muito com a minha rigidez, com a minha autocobrança inadequada. Você passa a ter um senso mais duradouro do que é importante para você, como as relações e escolhas mais respeitosas consigo mesmo”, reflete a advogada.

O que é a cetamina e para que ela é indicada?

A cetamina é um anestésico dissociativo, utilizado desde 1970. Ele é usado em diferentes modalidades de anestesia, desde animais de grande porte, como cavalos, até humanos. Por volta dos anos 2000, pesquisadores descobriram o potencial da substância em quadros depressivos graves e resistentes aos tratamentos com antidepressivos convencionais.

No Brasil, o psiquiatra Rodrigo Simonini Delfino, coordenador da Clínica de Cetamina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), explica que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o uso da escetamina, um dos componentes da substância, via intranasal, em novembro de 2020.

“A escetamina é indicada para depressão resistente ao tratamento, no caso indivíduos que não tiveram resposta satisfatória ao tratamento com dois antidepressivos diferentes, e depressão associada a ideação suicida”, detalha o especialista.

As doses usadas nesses casos são bem menores do que as utilizadas para anestesia. Normalmente, elas são aplicadas duas vezes por semana no primeiro mês. Depois, uma vez por semana no mês seguinte e assim sucessivamente até, em média, seis meses, de acordo com Delfino.

“A escetamina possui um início de ação rápido e potente no alívio dos sintomas depressivos, porém demanda uma logística de tratamento mais complexa. Uma vez que só é administrada em serviços de saúde, seu uso é no geral indicado para casos em que tratamentos menos complexos não foram efetivos, ou casos associados a maiores riscos”, completa.

O uso da cetamina por via endovenosa é atestado por diretrizes internacionais da psiquiatria, mas não é regulamentado pela Anvisa. Logo, quando é aplicado em território nacional, ele é off label, ou seja, sem prescrição na bula.

“A escetamina é administrada sempre em um serviço de saúde sob supervisão de profissionais de saúde. Ela não é vendida em farmácias ou fornecida diretamente ao paciente em nenhum momento”, pontua.

*O nome completo foi omitido a pedido da entrevistada

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