#MeToo francês: Atrizes protestam durante sessão do Festival de Cannes e pedem fim do silenciamento

Atrizes protestam durante sessão do Festival de Cannes realizada nesta quarta-feira (15)

Por — de São Paulo (SP)


Protesto em Cannes Getty Images

A atriz e agora diretora Judith Godrèche, liderou um protesto no Festival de Cannes nesta quarta-feira (15). Ela e outras mulheres da indústria taparam a boca, uma referência ao silenciamento ao #MeToo, que agora chegou com força à França.

O grupo aproveitou a sessão para convidados de Furiosa: Uma História Mad Max, para protagonizar o protesto que foi registrado pelos fotógrafos.

Ontem, ela apresentou o curta Moi Aussi, que denuncia histórias de violência sexual. Para a AFP, ela declarou que vê o movimento como legítimo.

"Há uma conscientização, mas passa por um efeito de anúncio muito teatralizado. Não é muito espetacular ser vítima de abusos, não é divertido, não é muito teatral. [As vítimas] devem apresentar uma queixa ou falar com um advogado, mas ao contrário do que se pensa, eu não aconselho ninguém a falar com a imprensa. Quando algo sério acontece com você, já leva tanto tempo para conseguir formulá-lo consigo mesma (...)", declarou.

Na terça-feira, quando o Festival começou, o jornal Le Monde estampou em sua capa um manifesto assinado inicialmente por 100 atores e atrizes, como Isabelle Adjani, Emmanuelle Béart, Florent Pommier e Juliette Binoche.

Atriz denunciou abuso

Judith Godrèche, que está no Festival, denunciou que foi estuprada por dois diretores, Benoît Jacquot e Jacques Doillon, quando ainda era adolescente. A partir da denúncia, outras mulheres decidiram contar o que tem sofrido nos bastidores do cinema francês.

O movimento é inspirado no #MeToo, que abalou a indústria hollywoodiana.

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