A ex-diretora da Americanas Anna Christina Ramos Saicali teve ordem de prisão preventiva decretada pela Justiça nesta quinta-feira (27), alvo da Operação Disclosure, deflagrada pela Polícia Federal em parceria com o Ministério Público Federal, e já é considerada foragida.
Saicali é investigada por um suposto envolvimento em fraude contábil de R$ 25,3 bilhões e teve o nome incluído na lista da Difusão Vermelha da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol), por estar fora do Brasil.
Segundo informações da coluna de Malu Gaspar, do jornal O Globo, a ex-diretora foi a Portugal no dia 15 deste mês com visto de trabalho e ela não tem cidadania portuguesa.
Além dela, a PF decretou prisão preventiva do ex-CEO da Americanas Miguel Gutierrez, que também está no exterior. Ele vive na Espanha há cerca de um ano e tem cidadania espanhola, segundo o colunista Lauro Jardim.
Formada em artes plásticas pela Universidade Mackenzie, de São Paulo, e em finanças corporativas pela Universidade de Nova York, Estados Unidos, Saicali está na Americanas desde 1997. Atuou nas áreas de recursos humanos e tecnologia.
Em 2004, tornou-se diretora presidente da B2W Digital, resultado da incorporação da Submarino.com com a Americanas. Em 2018, passou a ser presidente do Conselho de Administração. Também fundou e foi CEO da AME, plataforma fintech da varejista, de 2021 a 2023.
Saicali está afastada de suas funções executivas desde 3 de fevereiro de 2023, quando foi revelado o rombo bilionário da Americanas. Atualmente, ela se define como autônoma e investidora anjo de startups.
Conforme revelou reportagem da Folha de S. Paulo de setembro de 2023, Saicali transferiu para seu filho as quotas de uma empresa com patrimônio de R$ 13 milhões a menos de 20 dias do anúncio feito pela companhia, em 11 de janeiro, de que havia "inconsistências contábeis" bilionárias.