Entrevista do Mês
Por , redação Marie Claire — São Paulo (SP)


Adriane Galisteu se abre sobre menopausa, passagem do tempo, sexo com o marido, Alexandre Iodice, e mais em entrevista a Marie Claire — Foto: Bruno Fiorentino
Adriane Galisteu se abre sobre menopausa, passagem do tempo, sexo com o marido, Alexandre Iodice, e mais em entrevista a Marie Claire — Foto: Bruno Fiorentino

Não tem nada que Adriane Galisteu não possa fazer. A esse ponto, seu currículo experimentado – de modelo a apresentadora, de empresária a atriz – e suas muitas reinvenções dão conta de assinalar o ícone da cultura pop brasileira que se tornou. Depois de quase 30 anos dedicados ao entretenimento, Galisteu nunca deixou de atrair (e provocar) a audiência – inclusive, no último Carnaval, quando fez parte da safra de mulheres que foram alvo de comentários maldosos sobre seus corpos.

Ao desfilar com a Portela, sua escola de samba do coração, leu sobre os pelos de suas pernas ("peludas demais"), sobre o corpo magro além da conta para o samba e sobre estar velha para o Carnaval (ela tem 50 anos). Para ela, o pior da avalanche de julgamentos nem são as palavras em si, mas o fato de virem, em sua maioria, de mulheres. “Pensam que estão fazendo só uma crítica, mas não percebem que estão apoiando o machismo estrutural de uma forma muito tranquila”, diz uma Galisteu incrédula em entrevista por vídeo chamada concedida do Rio de Janeiro.

Com o corpo envolto em um roupão preto, os cabelos esvoaçantes e a maquiagem recém-feita, ela se mostra radiante. Nem parece que está em meio a uma daquelas semanas de agenda cheia, sem espaço para descanso. No dia seguinte à nossa conversa, entrou com a Portela na Marquês de Sapucaí para o Desfile das Campeãs. Dali, embarcou para a Semana de Moda de Milão, de onde assistiria da primeira fila coleções de marcas como Dolce & Gabbana.

Os planos para depois da Itália são "miniférias televisionadas": desde o ano passado, ela é acompanhada por uma equipe de filmagem que documenta sua vida para o reality Barras Invisíveis, cuja primeira temporada, que acompanha sua participação no Carnaval 2023 até a final de A Fazenda 15, da TV Record, deve estrear no E! ainda este ano. O projeto rendeu a ela nas redes sociais o apelido de Kim Kardashian brasileira.

Se sob os holofotes a vida está corrida, nos bastidores o ritmo não é nada diferente. Nesta entrevista, Galisteu fala sobre a chegada da menopausa, a temperatura do casamento com Alexandre Iodice, o filho Vittório, de 13 anos, o desejo de ter mais filhos – com a ajuda de uma barriga solidária.

MARIE CLAIRE Muitas pessoas enxergam você como uma mulher empoderada, independente, para cima. Como se sente ao ouvir isso?
ADRIANE GALISTEU
Fico feliz. Sempre olhei para mulher como meu público e minha referência, e fiz movimentos que hoje têm nome, mas lá atrás não tinham. Não se falava em empoderamento, sororidade… Com as redes sociais, me vejo comprando barulho de mulheres que nem conheço, porque entendo a necessidade de fazer uma corrente de apoio. É verdade que ainda temos que lutar contra algumas [mulheres] que não percebem que, quando apontam o dedo, estão reafirmando uma situação dura para nós. Precisamos aprender de uma vez por todas que não se deve apontar dedo para mulher nenhuma, seja por uma questão física, de idade ou uma decisão de vida.

MC No Carnaval, você chegou a rebater comentários sobre estar “magra demais para sambar”. Isso afeta você?
AG
Acompanhei de perto os casos contra outras mulheres nesse Carnaval. Li coisas como: “Você tá velha, é branca e privilegiada, não pode mais fazer isso”. Tudo vindo de mulheres. Elas pensam que estão fazendo só uma crítica, mas estão apoiando uma sociedade caótica, um machismo estrutural, de uma forma muito tranquila. Isso mexe muito comigo, mas não vai mudar meu estilo de vida.

MC De onde vem a sua autoconfiança?
AG
Da minha mãe, Dona Ema. Desde pequena tive esse nariz, esse dente, me sacaneavam na escola. Um dia cheguei em casa chateada e minha mãe me deixou pior ainda. “Você tem esse nariz, não tem peito, tem que entender quem você é e não deixar que ninguém te atinja. Você não vem de berço de ouro, tem que amar seu trabalho para ter suas coisas e não deixar homem nenhum fazer você desmoronar.” São palavras dela. Minha mãe me ensinou a passar por isso com a maior força do mundo para que eu pudesse me olhar no espelho e gostar do que estivesse vendo, ainda que fosse motivo de críticas para os outros.

MC Uma série sobre Ayrton Senna está sendo produzida pela Netflix, com previsão de estreia para o fim de 2024. Você será interpretada pela atriz Julia Foti. Como se sente com o desenvolvimento da série e como gostaria de ser retratada?
AG
Não estou sabendo de nada, tenho visto a imprensa publicar, já vi que a Julia que vai fazer minha personagem, mas não tenho ideia. Ninguém me ligou para perguntar nada, não sei que tipo de Adriane será representada. A partir do momento que não me ligam e não perguntam meu lado da história, já olho para a série como uma grande novela. Se é baseado em fatos reais, preciso ser convidada a contar minha história. Já que isso não aconteceu, estamos falando de ficção. E tudo bem, é sobre isso. Vamos ver o que vai acontecer.

MC No ano passado, você completou 50 anos. Como se sentiu?
AG
Acho que a vida é feita do presente. O que quero é poder ter saúde para envelhecer bem. A outra alternativa é péssima: ou você envelhece ou perde a vida. Hoje me sinto plena e feliz.

MC Em 2019, você disse a Marie Claire: "Estou achando uma merda envelhecer." Mudou de ideia?
AG
[risos] Continuo concordando, mas a gente também não pode esquecer que não tem como fugir disso. A melhor maneira para lidar com o envelhecimento é trazer a questão para perto e administrar. Porque bom não é, é chato. Eu, por exemplo, não gosto de me ver com cabelo branco. É uma coisa que me incomoda, me irrita. Eles crescem logo na frente, tipo unidos venceremos! É uma mecha branca que fica aqui, ó [aponta para a raiz, no meio da testa].

MC Então nunca vamos te ver tipo uma Marieta Severo, uma Fafá de Belém…
AG
Acho difícil. A Astrid [Fontenelle] deixou o cabelo branco na pandemia. Achei genial ela se livrar da tinta. Eu não consigo, gosto do meu cabelo loiro. Vou tingir por mais um bom tempo.

MC Você tem falado mais abertamente sobre menopausa. O que mudou depois dela?
AG
É impressionante, você dorme de um jeito e acorda de outro. Meu humor mudou, o que foi pesado para mim. Sou bem humorada, levo a vida feliz, e de repente me vi mais séria, ficando brava. Fora as ondas de calor, que são in-su-por-tá-veis! Há pouco tempo a menopausa era carta fora do baralho. Quando resolvi falar, percebi que mulheres me agradeciam. É importante trocar informações porque é um processo solitário! Eu mesma tive essas questões: se devia ou não falar com o Alexandre, se devia esconder os calores, começar a andar de leque…

MC E o sexo mudou?
AG
Sexo virou igual aquela música do Zeca Pagodinho: nunca vi nem comi, eu só ouço falar. De repente dá uma preguiça! Você fala “Jesus, e agora?” E olha que sempre gostei do rock and roll. Foi um choque. Ouvia minhas amigas mais velhas dizerem isso e ignorava, dizia que era inveja. Elas me alertaram para isso e o pentelho branco – que, graças a Deus, até agora não achei. Um a gente arranca e outro a gente tinge [risos].

MC Isso afetou você e Alexandre? Como passaram por isso?
AG
Não é fácil! Passamos por momentos difíceis nos últimos três anos, a mãe dele ficou muito doente e nos envolvemos muito com isso. Mas nunca deixamos de conversar sobre sexo. Acho que sexo a gente fala pouco e faz mais. Mas teve um momento que eu precisei de ajuda por uma questão hormonal, e ele também, que passa pela andropausa. Tivemos nossos momentos de conversa, de tentar recuperar a vida ativa sexual e de namorado, o beijo de língua. Tudo isso existe.

MC Vittório está com 13 anos. Sabendo do mundo machista em que vivemos, cria ele pra ser diferente?
AG
É uma luta. O machismo estrutural existe, parece que eles já nascem assim. Eu vejo Vittório, às vezes, tomando atitudes que não combinam. Por exemplo, quando ele era menorzinho, falava do meu decote, da minha roupa, que eu ia sair, das fotos que eu fazia. Agora não fala mais. E poxa, tenho um marido que é meu companheiro e aplaude meu trabalho. Jamais foi esse cara. De repente meu filho vai fazer? Tenho uma responsabilidade enorme de criar um homem que seja feliz, do bem, que respeite a todos – a mulher, o homem, o diferente, o igual – e que conviva lindamente em sociedade. Minha obrigação como mãe é criá-lo para que possa somar. Chega de homem que subtrai!

MC Você já disse várias vezes que gostaria de ter um segundo filho. Ainda quer?
AG
Queria um segundo, um terceiro, uma barriga solidária… Mas meu marido não quer. Dizem que é uma decisão só da mãe, mas quando você tem um casamento, precisa vir dos dois.

MC Você não se vê gestando de novo?
AG
Eu me vejo, mas vai que eu não consigo, entendeu? Estou caminhando para os 51. Para conseguir engravidar, teria que fazer uma doação de óvulos ou uma barriga solidária. Eu toparia fazer as duas coisas tranquilamente e seria mãe solo, caso não tivesse o Alexandre. Nunca imaginei que iria curtir tanto essa relação, parece que o coração da gente bate fora do corpo quando estamos falando do filho. Adoraria viver essa experiência de novo, de novo e de novo enquanto eu tiver saúde. Ainda estou num processo de convencimento [do marido]. Quem sabe?

MC É engraçado que, em 1998, você disse que queria ser mãe logo, mas levaram alguns anos até que isso se concretizasse. Qual foi a maior vantagem de ser mãe aos 38 anos?
AG
Achei maravilhoso o fato de eu poder ser uma mãe mais madura, ter uma situação mais estabilizada financeiramente. Isso tudo é legal e válido, mas queria ter tido meu filho um pouco antes para engatar uma segunda gravidez na sequência. Nunca vai ter a hora certa de escolher ser mãe. Sempre vai ser cedo demais, ou tarde demais, vai ter o trabalho ou uma outra coisa no caminho…Mais nova, pensava que com 25 anos eu já teria uns quatro filhos. A vida inteira sonhei em ter uma família grande. Fiquei traumatizada por perder meu irmão, que morreu novo, aos 28. Foi difícil ficar só com minha mãe. Então, sonhei com essa família grande.

MC Por mais que quisesse ser mãe desde sempre, chegou a sofrer alguma pressão para engravidar logo?
AG
Estou tão acostumada com a pressão. Tinha pressão antes porque trocava muito de namorado, porque meu casamento durou pouco, porque casei de novo... Não dou bola.

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