Saúde

Por Marcella Centofanti, Colaboração Para Marie Claire — São Paulo

A menopausa é uma etapa fisiológica que marca o fim da vida reprodutiva da mulher. Esse fase envolve uma série de mudanças hormonais que afeta o corpo e a mente. Estima-se que a brasileira pare de menstruar ao redor dos 50 ou 51 anos. No entanto, os sintomas associados à transição podem começar bem antes e acabar bem depois dessa idade.

O que é a menopausa?

A menopausa é definida como o período que se inicia quando a mulher passa 12 meses consecutivos sem menstruar. Durante esse processo, ocorre uma queda significativa nos níveis hormonais, principalmente do estrogênio, afetando todos os sistemas do corpo.

A transição para o fim da vida reprodutiva, conhecida como climatério, se inicia até oito anos antes da menopausa e ocorre de maneira gradativa. Nessa fase, os ovários começam a diminuir a produção hormonal, inicialmente com a progesterona e, depois, com o estrogênio.

Mudanças hormonais e sintomas comuns

O primeiro hormônio que cai no climatério é a progesterona, levando a um fenômeno chamado predominância estrogênica. Uma de suas consequências é o aumento do fluxo menstrual e a diminuição do ciclo. Ou seja, a pessoa sangra em intervalos mais curtos e com um volume mensal mais intenso.

A bagunça hormonal aumenta a TPM e a cólica, além de intensificar doenças estrogênio-dependentes, como adenomiose, miomatose, pólipos endometriais e endometriose.

O estrogênio também é afetado antes da menopausa. Segundo Natacha Machado, ginecologista com especialidade em climatério e menopausa e diretora clínica da Plenapausa, os picos hormonais ficam mais intensos, tanto para o excesso quanto para a baixa de estrogênio.

“É importante entender que esse processo é muito mais de natureza clínica do que laboratorial”, diz ela. Em outras palavras, os sintomas contam mais do que os resultados dos exames de sangue.

No climatério, as pessoas podem sentir alteração na qualidade do sono, no humor, na concentração e na memória. Dificuldade para dormir, despertar noturno, irritabilidade, intolerância e falta de concentração são queixas comuns. É como se a vida fosse uma eterna TPM.

“Como a pessoa não tem informação sobre o climatério, atribui esses sintomas à vida corrida, ao cansaço, ao esgotamento físico e mental. As mulheres procuram ajuda quando param de menstruar ou quando entram na segunda fase do climatério, marcada pelas irregularidades menstruais e pelos calores. O desconhecimento causa um atraso na busca por um tratamento.
— Natacha Machado, ginecologista

De acordo com a médica, existem 43 sintomas relacionados ao processo da menopausa. “Não é só o calorão”, avisa.

Outras manifestações são dores, tanto nas articulações quanto na musculatura e alteração no desejo sexual e na lubrificação vaginal. A gordura, que na maioria das mulheres se acumula no quadril, se deposita no abdômen, acompanhada da maior dificuldade para perder peso.

Impacto na saúde óssea, cardiovascular e mental

A menopausa tem um impacto significativo na saúde óssea. A diminuição do estrogênio leva à redução da produção de osteoblastos, responsáveis por construir os ossos, e ao aumento de osteoclastos, que os destroem. Deterioração óssea e desidratação da cartilagem são consequências desse processo.

A queda do estrogênio afeta ainda o endotélio vascular, tornando os vasos mais rígidos e aumentando o risco de infarto e AVC. Além disso, o aumento da circunferência abdominal é mais um fator de risco para doenças cardiovasculares, pois favorece alterações no perfil lipídico e no depósito de gordura nos vasos.

As mudanças hormonais também afetam a saúde mental. Além de oscilações de humor, as mulheres podem experimentar ansiedade, depressão e outros transtornos psíquicos. “Estratégias de cuidado emocional incluem terapia, exercícios físicos e, eventualmente, uso de medicamentos psicotrópicos”, afirma a ginecologista.

Tratamento para reduzir sintomas e prevenir doenças

O tratamento mais certeiro para combater as queixas associadas ao fim da vida reprodutiva é a reposição hormonal.

“A melhor época para começar essa terapia é antes da menopausa. A fase limite para iniciar o tratamento é até dez anos depois da menopausa ou até os 60 anos, o que vier primeiro”, explica Natacha Machado. “Além da melhora dos sintomas, a mulher terá o benefício de proteção cognitiva, cardiovascular e óssea.”

Mulheres em tratamento devem ser avaliadas anualmente para considerar a relação entre os benefícios e os riscos dos fármacos. “A reposição hormonal não provoca câncer. No entanto, se a pessoa tem uma alteração maligna na mama, o hormônio alimenta essa alteração”, diz a médica. “Após 10 anos de reposição hormonal, existe um aumento real de até duas vezes no número de casos de câncer de mama.”

A terapia hormonal é contraindicada para pacientes com histórico de câncer de mama e de ovário, trombose ou episódios recentes de infarto e AVC. Nesse caso, e também no de pessoas que não querem usar hormônio, existem outras opções de tratamento.

Uma das recomendações está ligada à dieta. “A recomendação é diminuir ao máximo a ingestão de açúcar, glúten e álcool, além de focar em uma alimentação com muitos grãos”, diz a médica.

Os fitoestrógenos — compostos que causam efeitos semelhantes ao do estrogênio no organismo — estão presentes em ingredientes como a chia, a soja e as frutas vermelhas.

Outra medida é a atividade física, sendo a musculação a melhor modalidade para prevenir a perda muscular e óssea. “Todo exercício aumenta a produção de endorfina, serotonina e dopamina, diminuindo os fogachos e a insônia”, afirma a ginecologista.

As práticas de estilo de vida valem também para quem está em terapia de reposição hormonal. “Quanto mais disciplinada a pessoa for com relação à alimentação, aos exercícios físicos e a fatores inflamatórios de maneira geral, menos sintomas em número e em intensidade ela vai ter.”

Natacha Machado pontua que, por causa do aumento da longevidade, hoje vive-se mais tempo na fase pós-reprodutiva do que na reprodutiva: “É importante falar sobre as mudanças comportamentais que a mulher precisa ter. O hormônio é muito bom, mas não é não é para todo mundo”.

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