Saúde

Por Marcella Centofanti, Colaboração Para Marie Claire — São Paulo

Os sintomas da advogada Poliana Maximo, de 32 anos, começaram com um leve cansaço, em 26 de março. No dia seguinte, evoluíram para urina escurecida, náusea e dor de cabeça. Na terça-feira, Poliana foi ao pronto-socorro e só saiu do hospital 17 dias depois, com o diagnóstico de insuficiência hepática aguda grave. O principal suspeito: o remédio para verme albendazol.

No PS, a médica presumiu que algo estava errado pelo tom amarelado da pele da paciente. Um exame de sangue constatou uma alteração hepática e, pelos quatro dias seguintes, Poliana foi submetida a uma bateria de testes.

As principais suspeitas eram hepatite A, B, C, dengue, citomegalovírus (pertence à família da herpes), leptospirose e mononucleose (conhecida como doença do beijo). Foram investigadas também causas autoimunes e doença de Wilson, um distúrbio associado ao acúmulo de cobre no fígado.

Quando essas hipóteses foram descartadas, os hepatologistas questionaram a dieta e os medicamentos que a paciente tomou. A advogada não tem comorbidades, nunca havia sido internada e não toma fármacos de uso contínuo, nem sequer anticoncepcional, mas lembrou-se de ter ingerido um comprimido de albendazol na semana anterior. A reação dos especialistas foi de “eureka!”.

“Os médicos comentaram sobre uma paciente que precisou de um transplante de fígado por causa desse remédio”, conta Poliana.

O albendazol é um vermífugo que combate vermes e parasitas no trato gastrointestinal, como a Ascaris lumbricoides, popularmente difundida como lombriga. “A pediatra tinha receitado para a minha filha e eu perguntei se podia tomar também. Comprei por 8 reais e tomei”, diz.

No quarto dia de internação, os marcadores hepáticos da advogada chegaram a níveis críticos e ela foi transferida para a UTI, onde permaneceu por dez dias. Começou-se a cogitar, então, a possibilidade de um transplante de fígado.

“Na UTI, havia dois cenários de preocupação. Se eu tivesse confusão mental ou sangramento, o meu quadro deixaria de ser uma insuficiência hepática aguda grave e passaria a ser uma hepatite fulminante. Eu entraria em primeiro lugar para a fila de transplante”, recorda-se.

“Foi um período de stress. Eu não podia dormir muito tempo, porque a gente estava em estado de alerta o tempo inteiro.”

O tratamento com antibióticos e corticoides, no entanto, começou a surtir efeito. No décimo sétimo dia de internação, Poliana teve alta, com recomendação de repouso. Três meses depois do susto, ela se sente 100% recuperada.

“Tenho restrição ao consumo de álcool, que não sei se é permanente ou não, e não tomo mais nenhum medicamento sem conversar com a minha hepatologista. Eu já não tinha o hábito de consumir remédios, mas agora estou ainda mais vigilante”, garante ela.

Quais medicamentos atacam o fígado?

Marlise Mucare, gastroenterologista e hepatologista da Rede D’Or São Luiz, que atendeu Poliana, afirma que a reação da paciente ao albendazol é rara, mas não inédita: “Foi o segundo caso que a gente viu com a mesma medicação”.

A médica não sabe explicar por que um fármaco tão comum atacou o fígado da advogada. “Não há comprovação científica, mas cada pessoa tem uma predisposição a apresentar algum efeito colateral relacionado com medicação”, diz.

Segundo ela, os casos mais frequentes de hepatite medicamentosa estão relacionados ao uso indiscriminado de anti-inflamatórios, largamente utilizados para cólica menstrual e inflamações ortopédicas, por exemplo. “Anti-inflamatório é super tóxico não só para o fígado, mas também para rim, estômago e intestino”, afirma.

Chás, ervas e até vitamina também são perigosos para a saúde

Outro perigo são chás, ervas e fitoterápicos. No ano passado, uma enfermeira morreu após ingerir comprimidos de uma mistura chamada “50 ervas” que se anunciava como emagrecedora. O resultado da biópsia apontou hepatite medicamentosa, provocada pelo produto.

Marlise Mucare citou mais substâncias que são comuns, porém tóxicas para o fígado:

- Chá verde;
- Chá de hibisco;
- Boldo;
- Sene;
- Confrei;
- Erva-de-são-cristóvão;
- Kava-kava;
- Valeriana;
- Erva cavalinha;
- Porangaba;
- Poejo;
- Cáscara sagrada;
- Harp (unha-de-gato).

Essas ervas que as pessoas compram in natura ou pegam no fundo do quintal e fazem infusão são super tóxicas. A recomendação é tomar chás de saquinho. Por serem industrializados, eles têm uma quantidade determinada de matéria-prima e não são prejudiciais para o fígado”, diz a médica.

Mucare alerta também para o consumo de vitamina D, que faz mal para o rim em altas doses. “Eu já vi pessoas que precisaram fazer hemodiálise."

De acordo com a especialista, o sinal mais característico da hepatite é a icterícia, um termo para a coloração amarelada da pele e da esclera, a parte branca dos olhos. A urina fica escura, com cor de coca-cola, e as fezes clareiam. A pessoa também pode relatar cansaço, mal-estar, fadiga, dor no corpo e diarreia. Em caso de sintomas, a orientação é procurar um médico.

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