Saúde

Por Marcella Centofanti, Colaboração Para Marie Claire — São Paulo

No Brasil, a idade média da menopausa é entre 50 e 51 anos. No entanto, por fatores genéticos, doenças pré-existentes, procedimentos cirúrgicos ou, na maioria das vezes, por causas desconhecidas, uma parte das mulheres para de menstruar completamente antes dos 40 anos. Trata-se de uma doença chamada insuficiência ovariana prematura (IOP).

Do ponto de vista médico, a menopausa acontece na data da última menstruação da mulher. É um evento natural que marca o fim da vida reprodutiva da pessoa.

Quando os ovários param de funcionar, o organismo fica sem a ação do estrogênio, o principal hormônio feminino, e a pessoa tem mais risco de ter problemas ósseos e cardiovasculares, afora a perda da fertilidade.

“Quanto mais cedo o ovário parar de funcionar, mais cedo a pessoa vai ter doenças que vão reduzir a qualidade e a expectativa de vida dela”, afirma a ginecologista Cristina Laguna, presidente da Comissão Nacional Especializada em Ginecologia Endócrina da Febrasgo.

Qual a diferença entre menopausa precoce e insuficiência ovariana prematura?

De acordo com a ginecologista da Febrasgo, a menopausa precoce é aquela que acontece entre os 40 e os 50 anos. Caso o sangramento cesse ainda mais cedo do que isso, é um sinal de IOP.

“Alguns médicos chamam a insuficiência ovariana prematura de menopausa precoce, mas nós não gostamos dessa comparação. A menopausa tem uma conotação ligada a um grau de envelhecimento natural. Não é fisiológico que o ovário pare de funcionar antes dos 40 anos”, diz.

A médica, que também é professora titular do departamento de tocoginecologia da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp, afirma que estudos recentes apontam que a IOP atinge 3,7% das mulheres.

“No passado, falava-se em uma prevalência de 1%. No entanto, como aumentou a divulgação sobre o problema, mais pessoas estão buscando atendimento e recebendo diagnóstico. Além disso, melhoraram os tratamentos de câncer. Muitas pacientes jovens que fizeram quimioterapia e radioterapia passaram a ter IOP”, explica ela.

Quais são as causas da menopausa precoce e da insuficiência ovariana prematura?

As causas são as mesmas nos dois cenários. Basicamente, qualquer coisa que danifique os ovários ou impeça o corpo de produzir estrogênio pode levar à menopausa. Segundo Cristina Laguna, os principais gatilhos são:

- Genéticos: Se a pessoa tem alguém na família que parou de menstruar cedo, o seu risco para o mesmo problema é aumentado;

- Doenças autoimunes: Indivíduos com essas condições também podem ter autoimunidade contra os ovários;

- Fatores iatrogênicos: Cirurgias de remoção do útero e dos ovários, além de tratamento de rádio e quimioterapia, podem causar IOP;

- Exposição a agentes físicos e infecciosos: É sabido que infecções virais, tabagismo em excesso e pesticidas, por exemplo, podem funcionar como disruptores endócrinos. No entanto, não dá para estabelecer uma relação de causa e efeito.

“No entanto, em 60% dos casos, a gente não sabe porque o ovário parou de funcionar. As pessoas nasceram com uma reserva folicular mais baixa ou gastaram seus folículos antes da hora”, aponta a ginecologista.

Como é o tratamento da menopausa precoce e da insuficiência ovariana prematura?

O tratamento nos dois casos é o mesmo da menopausa: terapia de reposição hormonal. No entanto, na IOP, as doses administradas são mais altas e adaptadas às características de uma jovem.

A terapia visa restabelecer os níveis adequados dos hormônios, principalmente o estrogênio. Esse hormônio desempenha um papel crucial no desenvolvimento dos órgãos reprodutivos durante a puberdade, como o crescimento das mamas e do útero. Além disso, está relacionado ao ganho de massa óssea, ajudando a prevenir a osteoporose.

Segundo a professora da Unicamp, estudos mostram que a falta do estrogênio está associada ainda a alterações de humor, depressão, ansiedade, diminuição da capacidade cognitiva, distúrbios do sono e até mesmo maior propensão à demência.

“O estrogênio é o principal hormônio do organismo feminino, não só pela reprodução, mas por todas essas funções que desempenha. Quanto mais precoce a perda da função ovariana, maior o risco à saúde da mulher”, afirma a ginecologista.

Já a progesterona é reposta em mulheres que têm útero para protegê-las contra o câncer de endométrio. Naquelas com antecedente de endometriose, evita o reaparecimento da doença.

O tratamento inclui ainda orientações sobre hábitos saudáveis, como não fumar, seguir uma alimentação equilibrada, evitar o ganho de peso e praticar atividade física. Acompanhamento psicológico é fundamental para a pessoa lidar com os desafios emocionais que acompanham o diagnóstico.

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