O congelamento de óvulos é uma opção para mulheres e casais que desejam ter filhos – ou ainda não se decidiram, mas não querem descartar a possibilidade – e por razões de saúde, financeiras, psicológicas ou quaisquer outras, não serão pais em um futuro próximo.
“A criopreservação é uma técnica de congelamento que pode ser feita em óvulos, tecido ovariano, espermatozoides e embriões. Na temperatura de -196ºC, esses organismos mantêm seu metabolismo completamente inativado, mas preservando um desenvolvimento potencial e viabilidade. Muitos casais precisam preservar os gametas por se depararem com a impossibilidade imediata de maternidade ou paternidade, seja por escolha ou por circunstâncias adversas”, explica Rodrigo Rosa, especialista em reprodução humana e diretor clínico da Clínica Mater Prime, em São Paulo.
Os custos de congelamento de óvulos no Brasil podem variar dependendo da clínica de fertilização in vitro e da localização geográfica. Em média, o custo total do procedimento pode variar de 7 a 15 mil reais, dependendo do número de ciclos necessários e dos remédios usados – além de possíveis custos adicionais, como consultas e mensalidade do congelamento.
Para uma família que decide pela técnica, é importante saber que há alguns fatores que podem afetar o processo de congelamento de óvulos, fazendo com que os ciclos de coleta não sejam tão bem aproveitados. Conheça os principais abaixo.
1) Idade
Quanto mais velha a mulher, menor a qualidade e a quantidade de óvulos que ela produz, o que pode tornar mais difícil o processo de congelamento.
“Não existe uma idade que contraindique o congelamento, mas o ideal é que seja realizado até os 35 anos, pois assim as taxas de sucesso são maiores. Mas é possível congelar os óvulos até 41 ou 42 anos. Após os 43 anos, a probabilidade de o óvulo gerar um bebê é muito reduzida. Não é impossível, mas talvez o custo-benefício já não valha tanto a pena”, diz Rosa.
2) Condições de saúde
Algumas condições de saúde, como cânceres, endometriose e síndrome do ovário policístico, podem afetar a qualidade dos óvulos e dificultar o processo de congelamento.
3) Estilo de vida
Fumar, beber em excesso e ter uma alimentação desequilibrada pode prejudicar a qualidade dos óvulos, fazendo com que a coleta não tenha sucesso em unidades viáveis.
4) Saúde mental
“O processo depressivo ou ansioso, sim, pode atrapalhar. Algo que a gente até escuta de forma anedótica quando há uma mulher tentante: ‘Se você ficar ansiosa pensando na gravidez, não vai rolar, mas quando você relaxa, acontece.’”, explica o psiquiatra Luiz Sperry, que atua em consultório particular e o Hospital das Clínicas, em São Paulo,
Para pessoas que necessitam de tratamentos psiquiátricos, o profissional ressalta que medicamentos antidepressivos no processo de fertilidade – seja natural ou assistido – são considerados seguros.
5) Tempo
É importante que o processo de congelamento de óvulos seja realizado o mais rapidamente possível após a coleta dos óvulos, para garantir a sua qualidade e viabilidade.
6) Técnica de congelamento
A técnica utilizada para congelar os óvulos também pode mudar a sua qualidade e viabilidade. A técnica mais comum é a vitrificação, considerada a mais segura e eficaz. No entanto, outras técnicas, como o congelamento lento, podem ser utilizadas em casos específicos e a depender da clínica.
7) Quantidade de óvulos coletados
Quanto maior a quantidade de óvulos coletados, maiores são as chances de sucesso do processo de congelamento. O uso correto dos medicamentos e seguir as recomendações médicas podem influenciar na quantidade de óvulos.