O futuro da moda é na inclusão e diversidade, defendem especialistas

"Paris foi esse espanto pela ausência de corpos e imagens como a minha. Isso causa estranhamento, o povo fica chocado mesmo. Mas no fim das contas, estamos criando ferramentas para que um dia fique muito confortável para pessoas iguais a mim."

A estilista Isa Silva, da marca Isaac Silva, defende que diversidade é investir em uma moda que caiba em todos e que as pessoas se sintam representadas. "Diversidade é o que de mais lindo a gente pode trazer para o mundo atual", afirma.

Carol, Isa e Robertita participaram da mesa Moda: Para Onde Estamos Indo, mediada pela editora-chefe de Marie Claire, Roberta Malta. "A gente tem que entender que moda é cultura", diz Isa. "Acredito e vou brigar muito por incentivos para a moda a partir de primeiro de janeiro (no novo governo). Fazer roupa é cultural."

As três são unânimes ao afirmar que o futuro - urgente - é uma moda mais inclusiva. "Temos muitas pessoas que só querem uma oportunidade. É preciso ter um olhar carinhoso para isso. O direito de trabalhar, distribuir sua arte e fomentar o que elas acreditam", diz Robertita.

"Quero que essa moda tenham mais pessoas da periferia, mulheres pretas trabalhando. Temos mentes criativas maravilhosas no nosso país. Quero me encantar com essas pessoas, esse é o futuro que eu espero pra já", defende Isa. "As máscaras estão caindo, o que fica é a verdade. Acho que leva 10, 20 anos, mas cada vez mais a gente vai querer o que é real, o que é palpável", diz Carol. "A moda no Brasil terá um lugar mais brasieliro, valorizando o que é nosso. O futuro é uma moda muito mais aberta", aposta.

E Carol pretende acompanhar de perto. "Estou com 43 anos hoje. Sempre perguntam quando vou parar. Quer saber? Só vou parar quando não aparecer mais trabalho. A moda está muito mais democrática."

A 8ª edição do Power Trip Summit é uma realização de Marie Claire, com patrocínio de Magalu, Alexa, Claro, Merz Aesthetics e O Boticário. Apoio de Ornare e Blue Note.