Na Itália, cerca de 27 mulheres receberam uma carta de advertência alertando sobre a remoção do nome de mães homossexuais das certidões de nascimento de seus filhos. A medida, da ministra ultraconservadora Giorgia Meloni, começou a ser aplicada na cidade de Pádua, no norte do país, afetando cerca de 33 crianças, informa a Promotoria local.
Segundo a nova lei, crianças que são frutos de inseminação artificial no exterior só terão direito a filiação da mãe que a gerou reconhecida. Autointitulada como 'mãe cristã', Giorgia é Presidente do Partido Conservador e Reformista Europeu e já havia exigido para agências estatais , desde março deste ano, que parassem de registrar filhos de casais homoafetivos.
Ao MailOnline, Michela Leidi, uma das mulheres a receber a carta de advertência, "o governo teme que uma família que parece diferente, como a nossa, possa ser tão feliz - talvez até mais feliz, às vezes - quanto uma família tradicional", disse, em entrevista ao portal. Ela e a esposa foram uma das primeiras família afetadas pela nova política italiana
As crianças de famílias homossexuais foram registradas em 2017, pela gestão de Sergio Giordani, do governo centro-esquerda. De acordo com Eugenia Roccella, ministra da Família italiana, os filhos desses casais "continuam com acesso aos serviços públicos, como escolas e hospitais", porém, limita algumas atividades simples, como buscar na escola, onde a pessoa precisará de uma permissão para levar a criança.
O grupo LGBT Rainbow Family Association, em nota, disse: "Pedimos que nossos filhos sejam apenas cidadãos, totalmente protegidos, e que nossas famílias não sejam destruídas pela vontade política do governo de impor um modelo de família única."