A maioria das estratégias contraceptivas está disponível gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Uma delas é o dispositivo intrauterino, mais conhecido pela sigla DIU.
O método funciona de diferentes maneiras, a depender da versão utilizada: hormonal ou não hormonal. Fazem parte do primeiro grupo o Mirena e o Kyleena, nomes comerciais dos produtos lançados pela Bayer. Entre os não hormonais estão o DIU de cobre e o de cobre com prata.
“A maioria dos serviços [públicos] só tem o de cobre. Embora o SUS diga que oferece todos os métodos contraceptivos disponíveis, na verdade uma parte das cidades não tem o DIU hormonal”, afirma a ginecologista e obstetra Ilza Maria Urbano Monteiro, presidente da Comissão de Anticoncepção da Febrasgo. Em 2022, o Rio de Janeiro, por exemplo, incorporou o dispositivo hormonal em sua rede.
Para colocar o DIU pelo SUS, é necessário, primeiro, procurar uma Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima da sua casa e agendar um horário com um médico de família e comunidade ou com um ginecologista. Em algumas cidades, o agendamento pode ser feito online.
Na consulta, a pessoa pode conversar com o profissional sobre os métodos contraceptivos disponíveis e tirar dúvidas sobre a melhor escolha para ela. O DIU pode ser inserido em qualquer mulher com esse desejo, desde que ela tenha vida sexual ativa, não esteja grávida e não tenha uma doença pélvica em curso, como uma infecção sexualmente transmissível (IST).
No dia marcado, a pessoa deve ir até a UBS, onde o dispositivo pode ser colocado por um médico ou enfermeiro capacitado para essa função. Trinta dias depois, a recomendação é fazer um ultrassom para checar se o DIU está posicionado no lugar certo e se o corpo da pessoa se adaptou bem ao método.
DIU pode ser inserido após o parto
O DIU pode ser inserido durante a sua internação hospitalar para assistência ao parto. De acordo com a Febrasgo, o momento mais indicado para a colocação do dispositivo é logo após a expulsão da placenta.
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“Porém, pode ser inserido a qualquer momento dentro de 48 horas após o parto. Passado este período deve-se aguardar, pelo menos, 4 (quatro) semanas”, informa a Federação.
Método é pouco usado no Brasil
O Ministério da Saúde reconhece que o uso do DIU ainda é limitado no Brasil, apesar de o método ter mais de 99% de eficácia, índice superior ao da pílula anticoncepcional.
A Pesquisa Nacional de Saúde de 2019 revelou que, entre as mulheres de 15 a 49 anos que menstruavam e que tinham sido sexualmente ativas nos últimos 12 meses, em relação aos métodos contraceptivos distribuídos aos estados pelo Ministério da Saúde, apenas 4,4% usavam o DIU.