O DIU, sigla para dispositivo intrauterino, é um método de longa duração, reversível, seguro e mais de 99% eficaz na proteção contra a gravidez indesejada. Ele não protege você contra infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) e, por isso, não dispensa o uso do preservativo no ato sexual.
A rigor, existem dois tipos de DIU: o hormonal e o não hormonal. Por caminhos diferentes, ambos interferem na capacidade do espermatozóide e do óvulo se cruzarem. A eficácia dos dois métodos é praticamente a mesma, altíssima.
Nenhum deles é considerado melhor ou mais seguro do que outro. A escolha depende de fatores pessoais, como regularidade da menstruação, presença de cólicas, resposta do organismo aos hormônios e duração desejada da contracepção. Uma boa conversa entre a paciente e a ginecologista ajudará na tomada da decisão.
Como é o DIU de cobre
O chamado DIU de cobre — que não leva a ação de hormônios — tem as hastes plásticas revestidas por um aro com esse metal, que é tóxico tanto para o óvulo quanto para o espermatozoide, mas não faz mal à saúde.
Mais recentemente, a indústria farmacêutica lançou uma versão que também leva um filamento de prata na composição, além de cobre.
O motivo é que, com o passar do tempo, o cobre oxida, o que causaria uma reação inflamatória um pouco mais evidente e poderia desencadear cólica. A adição da prata dificultaria a deterioração do material e, com isso, causaria menos dores.
“No entanto, a literatura médica nunca mostrou que realmente há diferença. As mulheres que têm cólicas e sangramento não devem usar DIU nem de cobre nem de cobre com prata, porque esses modelos podem justamente desencadear esses efeitos colaterais”, esclarece a ginecologista Ilza Maria Urbano Monteiro, presidente da Comissão de Anticoncepção da Febrasgo.
Para essas pessoas, portanto, a melhor opção seria o dispositivo na versão com hormônios. Já aquelas que não têm fluxo forte nem dores podem usar qualquer tipo do dispositivo.
Como o DIU de cobre impede a gravidez
A cada ciclo menstrual, após a ovulação, o gameta feminino sai do ovário e vai para a trompa, onde pode cruzar com o espermatozóide e é fertilizado. Na presença do DIU, esse encontro não acontece.
“O cobre provoca uma reação inflamatória no útero que não é favorável ao espermatozóide. Quando ele [espermatozóide] passa pelo colo do útero, fica ou parado ou com um movimento atípico e não consegue acender até as trompas, onde está o óvulo”, explica a médica.
Quanto tempo dura o DIU de cobre
A ação do dispositivo com cobre é de até doze anos. Na versão com prata, a validade da contracepção cai para cinco anos.
“Alguns estudos mostram que, se as mulheres colocarem o DIU de cobre ao redor dos 35 anos, podem ir até a menopausa sem trocá-lo, porque a fertilidade a partir dessa idade cai. De acordo com as pesquisas, a chance de falha do método era a mesma se o DIU fosse trocado ou não”, diz Monteiro.
O DIU de cobre também pode ser usado como contraceptivo de emergência, caso a mulher faça sexo desprotegido e, consequentemente, corra o risco de engravidar. O objeto deve ser implantado em até cinco dias após a relação sexual para evitar a gravidez indesejada.