Cultura

Por Manuela Azenha

Assistentes, musas, pupilas, para então se tornarem talentosas artistas. Não são poucas as mulheres que mereceram destaque com suas obras ao longo da história, mas foram ofuscadas pelo sucesso de parceiros renomados e desprezadas pelo mercado da arte.

Ao lado de alguns dos mais famosos nomes da arte havia mulheres que, além de parceiras amorosas e profissionais, foram elas próprias criadoras de obras relegadas ou que tiveram as autorias atribuídas a companheiros.

É o caso de Camille Claudel. Amante e a mais talentosa pupila do escultor francês Auguste Rodin, nunca conseguiu escapar da órbita do célebre artista. Após uma parceria romântica e profissional de 15 anos, Claudel foi diagnosticada com um transtorno delirante e internada à força em um manicômio na França, onde passou os últimos 30 anos da vida. Depois disso, nunca mais esculpiu. Isolada e sem produzir, acusava Rodin de ter destruído obras suas e assinado outras como se fossem dele.

“Há incontáveis histórias de artistas mulheres que tiveram suas produções ignoradas ou tratadas como irrelevantes, e até meados do século XX isso era mais gritante”, afirma a pesquisadora de história da arte Beatriz Calil, autora do livro Pequeno guia de incríveis artistas mulheres que sempre foram consideradas menos importantes que seus maridos (Ed. Urutau; 58 págs, R$ 35).

“Porém, o que não podemos esquecer é que ainda hoje as artistas mulheres são cotidianamente ignoradas, esquecidas e tratadas como menores do que os artistas homens: suas obras são mais baratas, as participações em exposições são menores, seus nomes em livros de história e teoria da arte são raros, sua presença em acervos e galerias ainda é pequena”, destaca Calil.

Abaixo, cinco mulheres que inovaram a cena artística, mas não tiveram o devido reconhecimento em vida - e, muitas vezes, nem após a morte.

Camille Claudel

Camille Claudel, foto de 1935 — Foto: Getty Images
Camille Claudel, foto de 1935 — Foto: Getty Images

Camille Rosalie Claudel (1864 - 1943) foi amante e a mais talentosa pupila do escultor francês Auguste Rodin, mas nunca conseguiu escapar da órbita do renomado artista. Após uma parceria romântica e profissional de 15 anos, Claudel foi diagnosticada com um transtorno delirante e internada à força em um manicômio na França, onde passou os últimos 30 anos da vida. Depois disso, nunca mais esculpiu.

Segundo a pesquisadora de história da arte Beatriz Calil, o contexto da internação é pouco esclarecido, mas por décadas Claudel implorou para sair do manicômio, e foi mantida ali pelo irmão. “Afirmar qualquer coisa é escorregadio, por falta de provas concretas, mas convinha muito para Rodin tê-la internada sem produzir e isolada, já que há relatos de que ele sentia inveja dos destaques que ela vinha ganhando”, diz Calil. Ainda de acordo com a pesquisadora, Claudel inclusive acusou Rodin de ter destruído obras feitas por ela e de ter roubado e assinado outras como se fossem dele.

Apenas 90 obras de Claudel ainda existem hoje, já que a maior parte foi destruída ou simplesmente perdida.

Françoise Gilot

Françoise Gilot em seu ateliê na Califórnia, em 1982 — Foto: Getty Images
Françoise Gilot em seu ateliê na Califórnia, em 1982 — Foto: Getty Images

A pintora e escritora francesa morreu em junho de 2023 aos 101 anos. Algumas de suas obras estão nas paredes dos mais renomados museus, como o Museu Metropolitano de Arte, Museu de Arte Moderna, ambos em Nova York, e o Centro de Arte Pompidou, em Paris. Boa parte da vida de Gilot, no entanto, foi ofuscada pelo relacionamento de 10 anos com Pablo Picasso, um dos artistas mais famosos do século 20.

Ao fim do romance, o pintor espanhol se virou contra a ex-amante e tentou usar sua influência para fechar-lhe as portas do mercado das artes. Gilot conseguiu manter seu espaço ao mudar-se da Europa para os Estados Unidos, onde continuou expondo seu trabalho. Na década de 60, ela chegou a escrever um livro chamado Life with Picasso, em que denuncia várias situações abusivas que ela teria sofrido com o pintor.

Gabriele Münter

Gabriele Münter — Foto: Getty Images
Gabriele Münter — Foto: Getty Images

Uma das principais artistas do expressionismo alemão, o nome de Gabriele Münter (1877 - 1962) é pouco conhecido fora do país. Quando lembrado, é sempre como parceira do russo Wassily Kandinsky. Nascida em Berlim, Münter foi a Munique para tornar-se pintora e lá conheceu o então professor e futuro amante. Juntos, desenvolveram um novo estilo de pintura colorido e pós-impressionista. Os críticos de arte sempre presumiram que Kandinsky inspirou Münter, mesmo sem qualquer evidência de que não tenha ocorrido justamente o contrário.

Lee Krasner

Lee Krasner — Foto: Getty Images
Lee Krasner — Foto: Getty Images

Mais conhecida como “a mulher do Pollock” do que pela própria carreira, Lee Krasner (1908-1984) decidiu que seria artista com apenas 14 anos. A pintora de Nova York se casou com Jackson Pollock aos 39 anos, com uma produção artística consolidada, mas ainda assim nos registros históricos ficou à sombra do marido, nome central do expressionismo abstrato dos EUA. Segundo Beatriz Calil, durante certo período, ela assinava as obras só com as inciais para que o trabalho não fosse julgado pela “fama de esposa”. Negligenciada enquanto Pollock estava vivo, também foi marginalizada após a morte do marido, em 1956.

Krasner tinha 75 anos quando finalmente recebeu algum do reconhecimento merecido - sua primeira retrospectiva nos EUA, realizada no Museu de Belas Artes de Houston em 1983 - e mesmo agora permanece pouco conhecida em comparação com seu marido e contemporâneos como Willem de Kooning e Mark Rothko.

Lee Miller

Lee Miller — Foto: Getty Images
Lee Miller — Foto: Getty Images

Modelo e fotógrafa dos Estados Unidos, Elizabeth “Lee” Miller (1907-1977) viveu um relacionamento amoroso com Man Ray, um dos nomes mais conhecidos do dadaísmo e do surrealismo. Ao tornar-se aprendiz e compartilhar espaços de trabalho com o artista, muitas das obras de Miller foram erroneamente atribuídas ao parceiro, e a ela restou apenas o posto de “musa”.

No entanto, a influência de Miller no trabalho de Ray foi determinante. Ao acender a luz antes de terminar a revelação de um filme, por exemplo, a artista inventou a solarização, efeito visual que dá contornos dramáticos à imagem e que sempre foi associado ao trabalho de Ray.

Além de artista, Miller também foi fotojornalista e viajou à Alemanha na Segunda Guerra Mundial, em 1944 e 1945, para registrar o conflito pela revista Vogue, junto ao exército dos Estados Unidos.

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