Cultura

Por Vanessa Centamori

O fotógrafo e cineasta Jorge Bodanzky nasceu no dia 22 de dezembro de 1942, em São Paulo. Filho de austríacos que chegaram ao Brasil fugidos do Nazismo, Bodanzky veio ao mundo no mesmo ano em que o então presidente da República, Getúlio Vargas, declarou guerra à Alemanha comandada pelo algoz de seus pais, Adolf Hitler. Mas a terra tropical de paz prometida aos imigrantes fugitivos se mostraria igualmente repressora nas décadas seguintes da vida de Bodanzky.

Hoje com 81 anos, o renomado cineasta brasileiro coleciona 35 filmes em sua trajetória. Desses, nove foram produzidos durante a ditadura militar, que ocorreu oficialmente entre 1964 e 1985. Na época, Bodanzky viajou principalmente para as regiões Norte e Nordeste do país, com o objetivo de registrar a violência no campo, além de injustiças sociais e a devastação ambiental. Censurado pela ditadura militar e amigo de Vladimir Herzog, Jorge Bodanzky ganha exposição em sua homenagem, no ano que marca 60 anos desde o golpe que afetou avida do cineasta e de todos os brasileiros.

Romeiros e comerciantes em Juazeiro do Norte (CE), em novembro de 1969, em torno da então recém-inaugurada estátua de Padre Cícero, que é a terceira maior do mundo esculpida em concreto, com 27 metros de altura — Foto: Acervo Instituto Moreira Salles
Romeiros e comerciantes em Juazeiro do Norte (CE), em novembro de 1969, em torno da então recém-inaugurada estátua de Padre Cícero, que é a terceira maior do mundo esculpida em concreto, com 27 metros de altura — Foto: Acervo Instituto Moreira Salles

Trechos de sete longa-metragens dirigidos por ele naquela época fazem parte da mostra Que país é este? A câmera de Jorge Bodanzky durante a ditadura brasileira (1964-1985), que ocorre no Instituto Moreira Salles em São Paulo, desde o último dia 23 de março. Entre as obras da exibição — disponível até 28 de julho —, estão Iracema: uma transa amazônica (1974), codirigida com Orlando Senna; Jari (1979) e Terceiro milênio (1980), dirigidos em parceria com Wolf Gauer.

Os visitantes também podem conferir entrevistas com Bodanzky, além de fotografias e projeções em super-8 feitas por ele. Os super-8 eram filmes mudos e com rolos de curta duração que o cineasta usava como caderno de notas. “Nessa exposição, você vai encontrar bastante super-8 desse período [a ditadura militar], que eu fazia com uma certa liberdade, pois com isso não estava sujeito à censura nem tinha problemas de orçamento. É uma forma livre de expressão”, explica Bodanzky, em entrevista a GALILEU.

Para não chamar a atenção dos militares, além de usar o super-8, o cineasta trabalhava discretamente, com equipes pequenas, câmera na mão, som direto e poucos recursos. “No período militar, tudo era um pouco assustador, porque era imprevisível. Você não sabia se de repente algum amigo seu podia ser preso e acabar citando você”, recorda Bodanzky. “Então, a gente dormia toda noite sem saber como iria acordar no dia seguinte, se a polícia ia bater na porta ou não. Os amigos iam caindo toda hora.”

“Festa de largo”, na Bahia, na década de 1970. A celebração popular reúne o aspecto religioso e o profano, com a realização de missas e procissões em torno de um ambiente de música, barracas de comida e bebida — Foto: Acervo Instituto Moreira Salles
“Festa de largo”, na Bahia, na década de 1970. A celebração popular reúne o aspecto religioso e o profano, com a realização de missas e procissões em torno de um ambiente de música, barracas de comida e bebida — Foto: Acervo Instituto Moreira Salles

Até breve, Brasil

Aos 22 anos, Bodanzky ingressou na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília (UnB), no mesmo ano do golpe militar — que, no último dia 31 de março, completou 60 anos.

Lá, participou de um curso no Instituto Central de Artes, onde começou a se interessar por fotografia e cinema. Mas seus estudos tiveram que ser interrompidos: no ano seguinte, a universidade fechou as portas acusada de ser “foco de subversão”. Em 1966, após militares invadirem a UnB e os professores pedirem demissão coletiva, o jovem Bodanzky foi para a Alemanha estudar na famosa Escola de Design de Ulm, sob orientação do cineasta Alexander Kluge. No país europeu, casou-se com sua primeira esposa, Lena Coelho Santos, sua ex-professora de História da Arte na UnB.

De volta ao Brasil em 1968, passou a atuar como repórter fotográfico em grandes revistas, como Manchete e Realidade. Fez direção de fotografia para clássicos do cinema brasileiro dirigidos por Maurice Capovilla, João Batista de Andrade e José Agrippino de Paula. Mas só estreou como diretor de cinema em 1971, nomédia-metragem Caminhos de Valderez (1971), codirigido com Hermano Penna.

As vivências da época da ditadura, porém, o acompanharam pelo resto da vida. Em 2020, lançou o documentário Utopia Distopia, fruto de uma parceria com o diretor Bruno Caldas. A produção traz memórias do cineasta da época de estudante e monta um painel da juventude na década de 1960, com seus sonhos, crises e projetos interrompidos pelos rumos do país. “Eu já era fotógrafo quando era estudante, então tinha um arquivo pessoal desse período. E queria deixar um testemunho, porque vivi isso e grande parte dos meus professores e colegas já não estão mais aqui”, comenta Bodanzky sobre a decisão de faer o filme tantos anos depois.

A religiosidade está entre os vários aspectos retratados pela obra cinematográfica de Bodanzky. Esta foto, tirada por ele, mostra a Igreja de São Francisco de Assis, em Ouro Preto (MG), no ano de 1971 — Foto: Acervo Instituto Moreira Salles
A religiosidade está entre os vários aspectos retratados pela obra cinematográfica de Bodanzky. Esta foto, tirada por ele, mostra a Igreja de São Francisco de Assis, em Ouro Preto (MG), no ano de 1971 — Foto: Acervo Instituto Moreira Salles

Corrida contra a censura

A censura atingiu a obra de Bodanzky já no seu primeiro longa, Iracema: uma transa amazônica. Misturando documentário e ficção, o filme — que eventualmente tornou-se um clássico do cinema brasileiro — permaneceu proibido no Brasil até 1981, apesar do grande sucesso internacional. Ambientada no Pará, a trama conta a história de uma jovem indígena forçada à prostituição e de um caminhoneiro gaúcho que viaja pela rodovia Transamazônica — construída na década de 1970, durante o “milagre brasileiro” promovido pelos militares. A estrada começa na Paraíba e corta partes de Ceará, Piauí, Maranhão, Tocantins, Pará e Amazonas.

A ideia do diretor era expor a violência do projeto desenvolvimentista da ditadura na Amazônia. Para não atrair a atenção dos militares, a equipe de filmagem estacionava sua Kombi, improvisava a cena e corria. “Quando as pessoas se davam conta do que a gente tava fazendo, a gente já estava em outro lugar”, recorda Bodanzky.

Segundo o cineasta, a situação era sempre tensa na produção dos filmes, mas nunca foi preciso interromper a filmagem. Graças à astúcia do grupo, ninguém jamais foi preso. “Eu diria que foi aexperiência e a nossa habilidade que contornaram isso. A gente ia até onde dava, não ia além disso”, recorda. Pronta para um eventual confisco, a equipe de Bodanzky e Orlando Senna escondia negativos e o dinheiro da produção de Iracema em um fundo falso da caixa da câmera.

Segundo Senna relatou em artigo publicado na revista Piauí em 2021, uma vez o grupo foi abordado por policiais em um posto de gasolina, após denúncia de que haveria alguém entre eles portando maconha. Um tenente, filmado por Bodanzky no dia anterior jogando roleta numa praça pública (o que era proibido), contou a história da maconha a um policial apelidado de “federal”. A equipe de filmagem foi liberada, mas solicitada a se apresentar em uma delegacia em Belém. Jorge e seus colegas nunca prestaram contas às autoridades.

A morte de Herzog

Bodanzky viu companheiros sendo aprisionados, torturados e mortos. O mais famoso deles foi o jornalista Vladimir Herzog, cujo assassinato em 1975 virou símbolo contra a opressão. Segundo a biografia Jorge Bodanzky: o homem com a câmera (2006), escrita por Carlos Alberto Mattos, o documentarista era muito próximodo diretor de jornalismo da TV Cultura, morto nas instalações obscuras do DOI-CODI, na Vila Mariana, bairro de São Paulo. A siglase refere ao Departamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna, que funcionava como central de tortura dos inimigos dos militares.

Congresso Nacional, em Brasília, visto de dentro do carro, em 1964. A imagem mostra o estilo único de fotografia de Jorge Bodanzky, que costuma enquadrar o mundo em movimento — Foto: Acervo Instituto Moreira Salles
Congresso Nacional, em Brasília, visto de dentro do carro, em 1964. A imagem mostra o estilo único de fotografia de Jorge Bodanzky, que costuma enquadrar o mundo em movimento — Foto: Acervo Instituto Moreira Salles

Na TV Cultura, Bodanzky trabalhou como câmera em programas jornalísticos na mesma equipe de “Vlado”, como Herzog era conhecido. Segundo o cineasta, o jornalista era “uma pessoa simpaticís-sima e alegre”. “Era alguém muito interessante, um jornalista muito ativo. Era muito culto. E a gente discutia muito a questão política brasileia com ele e com outros jornalistas na época”, relata.

Alguns dias antes de Herzog ser preso e brutalmente assassinado, o cineasta recebeu o jornalista em seu apartamento para revelar fotos em um laboratório, improvisado onde ficava um dos banheiros. “Me lembro que passamos a noite juntos lá, ampliando foto da família dele”, conta Bodanzky. “Não sei se esse foi nosso último encontro ou se foi lá na redação da TV Cultura”, diz ele, tentando resgatar a lembrança do amigo.

Na véspera da morte de Vlado, em 25 de outubro de 1975, militares o procuraram na emissora televisiva e o intimaram a comparecer a um interrogatório no dia seguinte. O jornalista foi espontaneamente à sede do DOI-CODI. Após sua morte, seus assassinos forjaram uma falsa versão de suicídio por enforcamento, que não se sustentou por muito tempo: na missa de sétimo dia de Herzog, uma multidão de mais de 8 mil pessoas compareceu à Catedral da Sé, no centro da capital paulista, para homenageá-lo.

Jorge Bodanzky não foi à cerimônia, pois estava viajando para filmar Gitirana (1975). Ele soube que o amigo havia sido morto após comprar um exemplar da revista Veja. “Era a capa da revista o assassinato dele, ele enforcado ali”, lembra, com a voz embargada. “Foi um choque muito grande, não só para mim, mas para toda a sociedade.”

O Brasil escondido

Em meio ao clima de pavor da ditadura, Bodanzky chegou a esconder um casal perseguido pelo regime militar em seu apartamento. “Me pediram esse favor, que era de alto risco”, recorda. “Não me disseram quem eram eles, e eu também não quis saber. Ficaram algumas semanas em casa escondidos.” Os hóspedes chegaram a dividir um quarto onde ficava o berço de Laís, filha de Jorge com Lena Coelho Santos. “A gente teve que dispensar a empregada para não criar suspeitas”, conta. “Uma estratégia complicada. Masa gente fazia todo tipo de sacrifício para proteger as pessoas perseguidas pela ditadura.”

O período de maior repressão do regime, conhecido como “anos de chumbo” (1969 a 1978), amordaçou não só os perseguidos políticos, mas também o Brasil todo de certa forma. Com sua cinematografia, Bodanzky enfrentou a ditadura de uma maneira poderosa: em vez da narrativa do “milagre econômico”, promovida inicialmente no governo de Emílio Garrastazu Médici, de 1969 a 1974, as lentes do profissional denunciaram uma realidade social e ambiental caóticas.

Calouros desfilam pela avenida W3 Sul, em 13 de março de 1965, durante trote organizado por veteranos da Universidade de Brasília, onde Bodanzky estudou arquitetura — Foto: Acervo Instituto Moreira Salles
Calouros desfilam pela avenida W3 Sul, em 13 de março de 1965, durante trote organizado por veteranos da Universidade de Brasília, onde Bodanzky estudou arquitetura — Foto: Acervo Instituto Moreira Salles

Em Iracema: uma transa amazônica, por exemplo, quando o caminhoneiro Tião discute com a protagonista, é possível ver a paisagem devastada e a nuvem de fumaça das queimadas ilegais. “Na época, se falava em desenvolvimento e a questão ambiental não era prioritária, nem a questão humana”, observa Bodanzky. “Quando se fez o projeto da Transamazônica, diziam que era para ocupar um vazio antes que os estrangeiros o ocupassem. Só que nunca foi um vazio. Tinha índios, caboclos, ribeirinhos, quilombolas, que foram expulsos e mortos”, afirma o diretor.

Para evidenciar a realidade das pessoas mais invisibilizadas pela ditadura, Bodanzky usava atores não profissionais, muitas vezes selecionados em comunidades locais e pobres, o que aparece não só em seu filme mais famoso, mas também em Gitirana e Jari. A exposição no IMS reúne entrevistas, inclusive com a atriz de origem indígena Edna de Cássia, que fez a personagem Iracema, e com a protagonista Valderez Caetano, de Caminhos de Valderez.

Bodanzky também fez questão de filmar e fotografar áreas do país que eram pouco vistas, conforme destaca Horrana Santoz, curadora-assistente da mostra. Segundo ela, o diretor “tramava um olhar de ampliação de um contexto histórico que para nós, historicamente, ainda é recente.” “As manifestações de rua, os estudantes pedindo o fim da ditadura, isso acontecia geralmente no Rio, em São Paulo, Minas Gerais, mas ele vai buscar um cenário também que diverge dessa região sulista; vai para o Norte, Nordeste e centro do Brasil, inclusive percorre alguns países da América Latina”, ressalta Santoz.

Calouros desfilam pela avenida W3 Sul, em 13 de março de 1965, durante trote organizado por veteranos da Universidade de Brasília, onde Bodanzky estudou arquitetura — Foto: Acervo Instituto Moreira Salles
Calouros desfilam pela avenida W3 Sul, em 13 de março de 1965, durante trote organizado por veteranos da Universidade de Brasília, onde Bodanzky estudou arquitetura — Foto: Acervo Instituto Moreira Salles

O acervo também traz análises de críticos, além de reportagens e programas institucionais feitos por Bodanzky para a tevê alemã. Há ainda obras com as quais o profissional colaborou como diretor de fotografia, como Hitler IIIo mundo (1968), de José Agrippino de Paula, e Compasso de espera (1973), de Antunes Filho. Bodanzky considera que “para um diretor de cinema, todos os filmes são como filhos.” Isso significa que você não pode dizer que gosta mais de um do que do outro. Mas o cineasta fala com orgulho do sucesso de Iracema e afirma gostar muito de Terceiro milênio, filme que acompanha o ex-senador do Amazonas Evandro Carreira em um comício ao longo do rio Solimões.

Conforme explica o diretor, que também se enxerga como um ativista, “os filmes não terminam neles mesmos.” Seguindo essa lógica, Terceiro milênio conta a história de Carreira para provocar um debate sobre algo maior: a corrupção e a presença de fábricas poluidoras às margens do Solimões. Há depoimentos de caboclos, madeireiros, indígenas brasileiros e peruanos que vivem desde a cidade amazonense de Benjamin Constant até o vilarejo peruano de Cavalo Cocho. “Eu uso o cinema, a fotografia, como uma arma”, declara Bodanzky. “Me sinto realizado quando o filme é uma base de discussão, quando ele traz uma informação que permite uma reflexão.” A exemplo do que se vê na exposição em São Paulo, a censura não foi capaz de impedir que o trabalho do cineasta cumprisse sua missão.

Serviço: Que país é este? A câmera de Jorge Bodanzky durante a ditadura brasileira (1964-1985)

Datas de visitação: até 28 de julho

Horário de funcionamento: terça a domingo e feriados (exceto segundas), das 10h às 20h

Entrada: gratuita

Acessibilidade: há audiodescrições de algumas obras, áudios com leituras de textos da exposição e suas respectivas transcrições

Endereço: Avenida Paulista, 2424, Galeria 1, 6ºandar, São Paulo - SP. Telefone: (11) 2842-9120

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