Dia da Abolição da Escravatura: 7 livros para aprender mais sobre a data

Para quem quer se aprofundar na abolição em específico, o livro A Abolição, da historiadora Emilia Viotti da Costa, aborda os principais passos que culminaram no processo desde o século 17 e sai por cerca de R$ 45, na Amazon. Já para quem gostaria de estudar com um olhar mais amplo, o Box Trilogia Escravidão, de autoria do jornalista Laurentino Gomes, sai por R$ 148 e aborda a história desde os primeiros leilões de cativos em Portugal, no ano de 1444, até a assinatura da Lei Áurea em 1888 e as marcas deixadas pela escravidão que persistem até hoje na sociedade. Confira a seguir a lista completa.

Publicada pela primeira vez em 1982 e atualmente em sua nona edição, a obra de Emilia Viotti da Costa traz uma versão detalhada do processo de abolição da escravatura no Brasil, iniciado ainda no século 18, quando negros escravizados se rebelavam na Bahia motivados pelos ideais da Revolução Francesa. A cada capítulo, a historiadora destrincha os diferentes episódios e conquistas que marcaram o decorrer do século 19 até chegar a 1888 e pincelar os ecos da escravidão no período republicano que teria início no ano seguinte. Um dos capítulos, inclusive, é dedicado aos heróis anônimos da luta abolicionista.

Publicado pela Editora Unesp, o livro de 144 páginas está avaliado com 4,9 de 5 estrelas na Amazon, onde custa aproximadamente R$ 45. Usuários destacaram a publicação como um "relato interessante e didático sobre o fim da escravidão" e uma "leitura imprescindível para quem se interessa pela questão racial no Brasil". A edição ainda recebeu elogios por sua diagramação confortável, sua capa texturizada e as gravuras que ilustram o tema de cada capítulo. No entanto, um leitor afirma ter achado a publicação "fora dos padrões acadêmicos", devido à curta bibligrafia e a ausência de citações de outros autores, enquanto outro se mostra "decepcionado" com a maneira que a Princesa Isabel foi retratada na obra.

O Massacre dos Libertos: Sobre raça e República no Brasil (1888-1889) é uma obra do sociólogo Matheus Gato ambientada no tumultuado período que sucede a assinatura da Lei Áurea e a Proclamação da República, trazendo luz especialmente ao episódio histórico que culminou no chamado Massacre do 17 de Novembro. Neste dia, em 1889, uma multidão de pessoas, a maioria ex-escravos, saíram as ruas para protestar contra o regime republicano recém-constituído, temendo que este restaurasse novamente a escravidão que acabara de ser abolida. O autor utiliza este episódio para traçar um panorama das reações racistas que se formaram a partir dele, sob o mito da "fraternidade racial".

Com 247 páginas, o livro publicado pela Editora Perspectiva foi avaliado com 4,9 estrelas de 5 na Amazon, onde é encontrado por R$ 57. A obra foi descrita pelos leitores como um estudo "surpreendente e impactante" que ajuda a compreender o processo de racialização no Brasil fora dos grandes centros. Há ainda elogios à organização dos capítulos que, segundo outro leitor, ajuda a compreender bem os discursos e posições sociais dos envolvidos. Até o momento de publicação desta matéria, o livro não contava com comentários negativos na plataforma.

Obra do historiador Petrônio Domingues, A Nova Abolição aborda as organizações da resistência negra no período pós-abolicionista a partir de uma visão histórica e sociológica. O autor resgata a história da imprensa negra paulista e a luta dos negros pela conquista da cidadania desde a participação na Revolução Constitucionalista de 1932 até as ações afirmativas nos dias atuais, examinando o impacto das estruturas de poder, das relações sociais e das políticas públicas e trazendo reflexões acerca das transformações na luta antirracista no Brasil e da busca por uma sociedade mais igualitária.

Lançado em 2008 pela Selo Negro Edições, o livro de 184 páginas está avaliado com 4,8 estrelas de 5 na Amazon, onde é vendido por R$ 53. No único comentário disponível, o cliente define a compra como "excelente".

O Treze de Maio e outras estórias do pós-abolição é um compilado de textos do jornalista Raul Astolfo Marques, originalmente publicados na imprensa maranhense no fim do século XIX e início do século XX. Em estilo de crônica literária, os textos são um fonte histórica na visão de um intelectual negro que viveu in loco os primeiros anos do pós-Abolição. Através dos registros, é possível compreender mais a fundo os costumes e a expressão cultural dos recém-libertos longe dos grandes centros do país. A obra é organizada pelo sociólogo Matheus Gato, autor de O Massacre dos Libertos, e tem prefácio de Paulo Lins, autor de Cidade de Deus.

Publicada pela Fósforo Editora, a obra possui 208 páginas e está avaliada com 4,8 de 5 estrelas na Amazon, onde custa cerca de R$ 60. Amplamente elogiado pelos leitores, o livro foi apontado como um "conjunto de relatos únicos para conhecer a narrativa pós-escravatura e compreender o país atual". Astolfo Marques, por sua vez, foi destacado como um escritor hábil, "cuja leitura deveria ser obrigatória nas escolas". Há ainda menções positivas aos textos de apoio e ao acabamento da obra. Até o fechamento desta matéria, o livro não contava com comentários negativos.

Flores, Votos e Balas é uma obra da socióloga Angela Maria Alonso que explora a construção do movimento abolicionista a partir da perspectiva de uma rede de ativistas e associações antiescravistas que atuaram em diferentes frentes: nas manifestações públicas (as "flores"), na política institucional (os "votos") e na clandestinidade (as "balas"). O livro narra as trajetórias de personagens históricos como André Rebouças, Abílio Borges, Luís Gama, José do Patrocínio e Joaquim Nabuco, figuras importantes do movimento nas décadas que antecederam a assinatura da Lei Áurea.

Publicado em 2015 pela Companhia das Letras, o livro possui 568 páginas e é avaliado com 4,8 estrelas de 5 na Amazon, onde sai por volta de R$ 75. A obra foi descrita como "fundamental para compreender o movimento abolicionista brasileiro" e conhecer figuras de grande importância neste processo. A autora também foi elogiada por "fugir das dicotomias e polarizações fáceis e trazer profundidade a um processo histórico complexo e multifacetado". Um cliente, no entanto, apesar de afirmar que o exemplar é bonito e bem editado, critica o acabamento brochura, relatando que o livro fica rapidamente "arreganhado" mesmo sendo manuseado com cuidado.

Organizado pela antropóloga Lilia Moritz Schwarcz e pelo historiador Flávio dos Santos Gomes, Dicionário da Escravidão e Liberdade: 50 textos críticos é uma coletânea de 50 textos produzidos por dezenas de pesquisadores diferentes sob o objetivo de compor um dicionário temático sobre a escravidã. A publicação conta com verbetes como "Canções Escravas", "Movimentos Sociais Abolicionistas" e "Teorias Raciais". Conforme descrito em seu prefácio, a obra busca mostrar as múltiplas facetas do que seria "um poliedro em movimento", em que cada ensaio publicado leva a novos textos, pesquisas, aprofundamentos, comparações e contestações.

Publicado pela Companhia das Letras em 2018, o dicionário possui um total de 855 páginas. Encontrado por R$ 81 na Amazon, recebeu a média de 4,8 estrelas de 5 na avaliação dos leitores. O livro é descrito pelos leitores como "uma obra fantástica" e um "extraordinário esforço intelectual". Um dos leitores apontou ainda que os artigos são curtos e bem informativos, indicando caminhos para preparar aulas. Um usuário, no entanto, critica o fato de o livro só reunir, em sua maioria, artigos de pesquisadores do eixo Rio-São Paulo, deixando de fora historiadores de outros lugares do Brasil.

O Box Trilogia Escravidão inclui os três livros acerca do tema escritos pelo jornalista Laurentino Gomes, mesmo autor da trilogia Família Real no Brasil (1808-1822-1889). Os volumes tratam detalhadamente do processo escravista, que começa antes mesmo da chegada dos portugueses ao Brasil. O primeiro livro traz relatos que vão do primeiro leilão de cativos africanos em Portugal, em 1444, até a morte de Zumbi dos Palmares, em 1695; a segunda obra explora o século 18, período da corrida do ouro em Minas Gerais, até chegada da corte de Dom João VI, em 1808; o terceiro, por sua vez, fala sobre o período imperial, abordando até a abolição da escravatura em 1888 e passando pelas heranças do período da escravidão no Brasil atual.

Publicado pela Globo Livros, a trilogia soma um total de 1.608 páginas de textos e gravuras, avaliada com 4,2 de 5 estrelas na Amazon. O box, que custa R$ 148 na plataforma, foi descrito pelos leitores como "excelente", com um deles destacando que a leitura agradou logo nas primeiras páginas. Já outro usuário, apesar de elogiar o conteúdo dos livros, reclama que recebeu o box com amassados.

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