Fábrica de chocolate do século 19 é descoberta no subsolo de prédio em Barcelona

A intervenção arqueológica é liderada pela Global Geomàtica SL, com supervisão do Serviço de Arqueologia de Barcelona (ICUB) e o serviço de Patrimônio Arqueológico e Paleontológico da Generalitat. As obras são promovidas pela Barcelona de Infraestructuras Municipales, SA (BIMSA).

O imóvel de quatro andares passa por reformas para abrigar apartamentos com apoio assistencial. Como o prédio faz parte do Plano Especial de Proteção do Patrimônio Arquitetônico, as obras contemplam um trabalho de controle arqueológico, que teve início em março de 2023.

Até o momento, arqueólogos identificaram paredes com arcos e portas com características de um palácio gótico do século 14. Acredita-se que o local teria sido propriedade da Pia Almoina, instituição de caridade que a partir de 1277 acolheu pessoas pobres, dando a elas abrigo, comida e roupas.

Segundo documentos, entre os séculos 15 e 16, a propriedade foi convertida na pousada Hostal de Sant Pere. No século 18, o imóvel foi dividido em três, um dos quais se tornou o edifício da Plaça de la Llana, número 23.

No século 19, uma fábrica de chocolate se instalou no espaço. A descoberta foi confirmada pelo Almanaque da Exposição Universal de 1888, que cita a fábrica (Clemente Guardia, chocolates e pastillaje) e seu endereço. A intervenção arqueológica recuperou elementos do comércio, como placas de chumbo que foram utilizadas para fazer os rótulos dos chocolates.

De acordo com o Heritage Daily, a fábrica foi uma das chocolatarias mais celebradas de Barcelona na época, chegando a exportar seus produtos para outros territórios controlados pela Espanha.

A escavação continua no subsolo, ao mesmo tempo que outra equipe estuda as fachadas do prédio, de forma a documentar as descobertas e entender a evolução do imóvel. Os achados serão registrados e transferidos para o Serviço de Arqueologia de Barcelona (ICUB), onde serão preservados.