Violência de Gênero

Por Manuela Azenha, redação Marie Claire — São Paulo

O julgamento do ex-jogador Daniel Alves começou nesta segunda-feira (5), em Barcelona, na Espanha. Acusado de estupro por uma mulher de 24 anos, está preso preventivamente desde janeiro de 2023 no país enquanto aguarda a sentença.

O julgamento tem previsão de durar até quarta-feira (8) e ao todo ouvirá 28 testemunhas, entre elas a mulher de Alves, a modelo Joana Sanz, e o amigo do acusado, Bruno, que o acompanhava naquela noite.

No primeiro dia, além das considerações iniciais de acusação e defesa, houve os depoimentos da própria denunciante – por 1 hora e 15 minutos, com voz distorcida e às portas fechadas, como medidas de proteção de identidade –, e de uma amiga e uma prima que estavam com ela na noite em que teria acontecido o estupro. Também depuseram dois garçons e um porteiro da boate Sutton, em Barcelona.

Para a promotora de Justiça do Ministério Público de São Paulo Silvia Chakian, este é um julgamento “emblemático”: "Coincide com o movimento de avanço legislativo na Espanha e joga luz sobre o tema do consentimento para atos sexuais. Ausência de capacidade plena da vítima, emprego de força física ou coação moral, ausência de liberdade para manifestação de vontade, mitos sobre o comportamento da vítima de violência sexual e credibilidade da palavra da mulher, são todos elementos que virão à tona durante os debates no Tribunal."

A audiência começou às 10h30 da Espanha – 6h30 no horário de Brasília. A advogada do ex-jogador, Inés Guardiola, tentou anular o processo com o argumento de que Alves começou a ser investigado sem seu conhecimento – o que teria prejudicado o brasileiro. Também alegou que houve violação de direitos fundamentais pelo fato de que um perito particular não pôde participar do exame psicológico da vítima.

A advogada de acusação, Ester García López, apresentou um documento mostrando que a denunciante está afastada do trabalho devido a complicações emocionais decorrente do suposto estupro. Ainda expôs a denúncia feita contra a mãe de Alves, Lúcia, – também presente no tribunal –, que divulgou fotos da vítima em suas redes sociais.

A pedido da defesa, e com anuência da acusação, a ordem de depoimentos foi invertida e Alves será o último a se pronunciar no julgamento, na quarta-feira.

Atitude "nojenta": o que disse a amiga

A amiga interrompeu o seu depoimento algumas vezes para chorar, e relatou que a denunciante foi encontrada “chorando inconsolavelmente”: "Conheço ela desde os três anos e nunca a tinha visto chorar assim na minha vida". Também relatou que a vítima repetia "ele me machucou muito, ele me machucou muito". "No final, nós três [a denunciante, a amiga e a prima] choramos porque não sabíamos como reagir", disse.

Segundo a amiga, Alves aproximou-se dela e da denunciante com uma atitude "nojenta": “Ele colocou as mãos nas minhas costas e quase encostou na bunda. Minha amiga falou que ele encostou na vagina dela”. Ainda reforçou que a relação sexual entre a vítima e o acusado não foi consensual, e que a vítima contou à amiga que Alves a teria agarrado no banheiro, a jogado no chão e dito algo como “você é minha putinha”.

A amiga também comentou o atual estado da vítima: "Ela perdeu muito peso, não se encontra mais com os amigos porque não confia em ninguém. Pensa que a estão seguindo, nunca está tranquila, acha que estão tentando fotografá-la. É difícil tirá-la de casa. Fica obsessiva com tudo."

"Choramos dia sim, dia não": o depoimento da prima

A prima, também presente na boate naquela noite, contou detalhes do episódio e como o trauma impacta ainda hoje a vida da denunciante e de seus familiares: "Estiveram por muito tempo lá, não sei quanto. Quando ela saiu, estava com a cara feia... Então perguntei se ela estava bem? Ela só disse "vamos!". Fomos embora. Ela disse que ele [Daniel Alves] fez muito mal a ela, que tinha ejaculado dentro dela... Minha prima não dorme, toma remédio, antes não era assim. Tem tomado antidepressivos, não trabalha. Apenas sai de casa quando queremos e insistimos muito. Choramos dia sim, dia não."

Ela também afirmou que a vítima foi ao banheiro voluntariamente, mas que só se deu conta de que local se tratava quando entrou e foi impedida de sair.

Depoimentos dos garçons

O primeiro garçom a depor foi quem intermediou o contato entre Alves e as mulheres – o que ele descreveu como um procedimento comum na presença de famosos. Ele relatou que Bruno, um amigo de Alves, indicou quais delas seriam convidadas à área VIP.

O segundo funcionário relatou que Alves e o amigo pediram duas garrafas de champanhe e que a porta do banheiro da área estava aberta. Disse não lembrar de maiores detalhes.

Depoimento do porteiro

Para encerrar a audiência desta segunda-feira, o porteiro da boate afirmou que prestou assistência à denunciante, aos prantos, e nesse momento Alves passou perto deles sem dizer nada.

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