Saúde

Por Marcella Centofanti, Colaboração Para Marie Claire — São Paulo

O sangramento é uma etapa natural do ciclo menstrual e varia bastante de pessoa para pessoa. O seu padrão pode ser um indicador importante da saúde. Por isso, é preciso estar atenta ao que é típico para você, em termos de duração, quantidade, cor e sintomas associados ao fluxo.

O ciclo menstrual é uma série de mudanças pelas quais o corpo passa para preparar a gravidez. O processo é regido pela combinação de quatro hormônios: o folículo-estimulante (FSH) e o luteinizante (LH), produzidos pelo sistema nervoso central, e o estrogênio e a progesterona, fabricados pelos ovários.

As alterações provocadas pelo quarteto fazem com que, a cada mês, um dos ovários libere um óvulo — isso é chamado de ovulação. O organismo, então, causa mudanças no endométrio, a camada que reveste o útero internamente, para receber um embrião. Se o óvulo liberado não for fertilizado, o endométrio se desprende pela vagina. Esse é um período menstrual.

De acordo com diretrizes da Federação Internacional de Ginecologia Obstetrícia, revisadas em 2018, o ciclo menstrual é considerado normal se variar entre 24 e 38 dias. Dificulta ainda mais o cálculo o fato de o intervalo entre os sangramentos poder se alterar em até nove dias de um mês para o outro, ainda dentro da normalidade.

A menstruação dura, em média, de três a sete dias. Em geral, começa e termina com um pequeno sangramento conhecido como borra de café, pela tonalidade marrom.

Os dias de fluxo mais intensos costumam ser o segundo e terceiro. A cor varia de vermelho vivo a um tom arroxeado, pela eventual presença de coágulos. Odor, só o de sangue.

Quais são os tipos de fluxo menstrual?

O fluxo menstrual pode ser classificado em leve, moderado ou intenso. A ginecologista e obstetra Luana Ariadne Ferreira, especialista em patologia do trato genital inferior e colposcopia do Hospital Edmundo Vasconcelos, descreve cada um deles:

- Leve: dura três ou quatro dias e tem poucos coágulos. Um absorvente a cada quatro horas é suficiente para segurar o volume de sangue;

- Moderado: demora quatro, cinco ou seis dias e tem maior presença de coágulos. A pessoa precisa trocar o absorvente com mais frequência e às vezes tem um sangramento para a calcinha ou para a roupa;

- Intenso: se estende por mais de sete dias. A mulher renova a proteção da calcinha a cada duas ou três horas; às vezes nem a combinação de absorventes internos e noturnos seguram os vazamentos.

É considerado normal se a pessoa eliminar até 80 ml de líquido por ciclo — o equivalente a um terço de xícara de chá.

De acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos Estados Unidos, o fluxo intenso, conhecido no jargão médico como hipermenorreia, afeta uma em cada cinco mulheres.

Quais fatores afetam a menstruação?

Alterações no fluxo menstrual nem sempre são um sinal de que algo está errado. Elas podem ser inerentes à fisiologia ou decorrentes de um tratamento, como os hormonais.

“Hoje em dia, a tendência dos anticoncepcionais é ter o mínimo de hormônio possível. Os fluxos ficam mais leves, porque o endométrio não se prolifera tanto”, explica Karla Giusti, ginecologista, obstetra, especializada em reprodução humana da Maternidade São Luiz Star.

A fase da vida da paciente ajuda a entender se o fluxo é adequado ao perfil dela. É esperado que garotas que começaram a menstruar, por exemplo, tenham ciclos irregulares, porque o eixo hormonal ainda está em fase de amadurecimento.

No entanto, caso o sangramento seja tão intenso que cause uma anemia ou atrapalhe as atividades cotidianas, é necessário tratar o problema, muitas vezes com o uso de hormônios.

Na outra ponta, mulheres no climatério — transição da fase reprodutiva para a pós-menopausa — também podem manifestar alterações na menstruação. Uma vez que o ciclo menstrual cessa, não é esperado que a mulher sangre mais.

Sangrar na menopausa é igual a procurar o médico
— Karla Giusti, ginecologista e obstetra da Maternidade São Luiz Star

A terapia de reposição hormonal pode causar vazamentos esporádicos, uma vez que o estradiol prolifera o endométrio, independentemente de a pessoa não ovular mais.

Para investigar se há algum problema, o ginecologista pode pedir exame de ultrassom, dosagens hormonais e um procedimento chamado histeroscopia, que avalia com uma câmera o interior do útero.

Em alguns casos, o fluxo leve também é sinal de alerta. “Pode ser um indício de que o endométrio não está se proliferando adequadamente, por uma falha dos ovários. Se a mulher está tentando engravidar, esse sinal deve ser investigado”, diz a médica da Maternidade São Luiz Star.

Quais problemas de saúde estão relacionados ao fluxo?

Fatores ambientais podem interferir na quantidade e na duração da menstruação. Um dos agentes mais comuns é o estresse. “O sistema nervoso central comanda o ciclo menstrual, junto com os ovários e o útero”, explica Luana Ariadne Ferreira.

O peso da pessoa — para mais ou para menos — também pode afetar o fluxo.

Entre as doenças relacionadas à irregularidade menstrual, a médica cita:
- Pólipos uterinos;
- Miomas uterinos;
- Adenomiose;
- Endometriose;
- Moléstia inflamatória pélvica, também conhecida como doença inflamatória pélvica (DIP);
- Síndrome de ovários policísticos (SOP);
- Distúrbios na tireoide;
- Câncer de útero e endométrio;
- Diabetes

“Se a pessoa não estiver usando nenhum anticoncepcional e notar uma diferença no fluxo, tanto um aumento quanto uma diminuição no número de dias ou no volume, é importante que ela procure o médico”, avisa Karla Giusti.

Já as usuárias de métodos hormonais muitas vezes têm de lidar com pequenos sangramentos aleatórios, os famosos escapes. “Talvez alguma coisa tenha mudado na composição corporal dela e o médico possa rever o tipo ou a quantidade do hormônio utilizado”, diz ela.

Como lidar com o fluxo menstrual?

Até muito pouco tempo atrás, era tabu falar sobre menstruação. Hoje, felizmente, o assunto está naturalizado em muitos meios de comunicação, famílias e escolas. Não à toa, é crescente a gama de produtos oferecidos para pessoas que menstruam.

Os coletores menstruais, por exemplo, são uma boa opção para quem tem alergia à cobertura do absorvente e sofre com coceira e vermelhidão, principalmente da área da vulva.

A única recomendação é que o copinho de silicone seja trocado e higienizado adequadamente, para não causar infecções.

Antes do primeiro uso, lave seu coletor com água morna e ferva-o por 10 minutos. Separe um recipiente específico para isso e manipule o coletor sempre com as mãos limpas. Durante o período menstrual, o objeto deve ser lavado apenas com água corrente e sabão neutro. Enxágue bem o copo para não ficar nenhum resíduo menstrual e seque-o para usar novamente.

O tempo de uso muda de acordo com o fluxo menstrual de cada mulher, mas em geral o coletor pode ser utilizado por até 12 horas antes de ser esvaziado e limpo.

Para aquelas que não se sentem bem em introduzir um objeto na vagina, a recomendação são as calcinhas especiais ou mesmo os absorventes internos e externos tradicionais — os dois últimos devem ser trocados a cada quatro horas, no máximo. “As bactérias amam o sangue”, alerta Karla Giusti.

“Algumas pacientes bem ligadas à natureza coam o fluxo menstrual e ‘plantam’ o líquido. Elas sentem que estão devolvendo para a terra aquilo que um dia receberam”, conta Luana Ariadne Ferreira.

“Em contrapartida, outras pacientes detestam menstruar e podem usar hormônios para bloquear o sangramento. Sabendo as preferências de cada uma, o médico pode orientar as melhores práticas”, afirma.

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