Saúde

Por Marcella Centofanti, Colaboração Para Marie Claire — São Paulo

Uma coceira causa desconforto em qualquer parte do corpo. No entanto, quando se manifesta na vagina, o prurido pode ser especialmente desagradável e constrangedor. Trata-se de um sintoma comum desencadeado por diversos fatores.

Quando se fala sobre coceira vaginal, a maioria das pessoas refere-se, na realidade, a um incômodo na região genital, que engloba também a vulva, a área externa do órgão sexual feminino.

“O prurido é uma queixa importante. A pessoa deve procurar um ginecologista para descobrir a causa do sintoma, que vai desde uma alergia até um câncer de vulva”, informa a ginecologista Ana Katherine da Silveira Gonçalves, membro da Comissão Nacional Especializada em Trato Genital Inferior da Febrasgo e professora da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

Segundo a médica, muitas pacientes associam a coceira à candidíase. Na maioria das vezes, porém, a infecção causada pelo fungo Candida leva a fama injustamente. A pessoa toma um antifúngico por conta própria e, além de não eliminar o sintoma, pode adiar o diagnóstico correto do problema.

“É preciso que um médico olhe a vulva para investigar se não tem alguma mancha ou uma lesão na região. A maioria das mulheres não tem o hábito de se autoexaminar com um espelho”, diz.

Um erro comum é jogar água quente na expectativa de aliviar o desconforto. “É péssimo, porque a coceira aumenta com o calor. O certo é colocar água fria. O gelo tem função anestésica”, aponta a médica.

A seguir, Gonçalves aponta sete causas frequentes de coceira na região íntima.

Alergias

Assim como um brinco de latão causa coceira na orelha de quem não tolera bijuterias, diversos produtos podem irritar a mucosa de vaginas sensíveis.

Entre as causas comuns estão o uso de sabonetes não apropriados para a área íntima, assim como perfumes e desodorantes que, embora sejam específicos para a região, causam desconforto em algumas pessoas.

Roupas íntimas também podem ser vilãs quando se trata de alergias. Os materiais sintéticos, como o nylon e a lycra, são frequentemente associados a irritações na vulva. Peças coloridas, como as pretas e vermelhas, tendem a ser ainda mais problemáticas do que as claras, por causa do pigmento.

“Com aquelas calcinhas de sex shop, é fatal: usou, ficou com coceira”, afirma a professora da UFRN. A sugestão é vesti-las em ocasiões especiais, por pouco tempo. Para o dia a dia, é melhor dar preferência por peças de algodão em tons mais claros, como branco.

Roupas apertadas também desencadeiam coceiras. O uso de peças justas, especialmente durante atividades físicas, retém calor e umidade, favorecendo o surgimento de irritações na região.

Gonçalves destaca que a vulva precisa de espaço para "respirar" e recomenda a escolha de calças e shorts confortáveis e arejados. Pelo mesmo motivo, é melhor abrir mão do uso contínuo de absorventes diários. O objeto abafa a região íntima e favorece a proliferação de micro-organismos e o surgimento de alergias em algumas pessoas.

Infecções vaginais e parasitas

A candidíase é uma infecção comum, que se manifesta quando há um crescimento exagerado do fungo Candida, geralmente Candida albicans. Estima-se que 75% das mulheres sofram com o problema pelo menos uma vez na vida.

“A candidíase é uma causa importante, mas não é o motivo mais frequente de coceira na vagina. A pessoa não deve se adiantar e tomar um remédio sem ter o diagnóstico correto do sintoma”, alerta a médica da Febrasgo.

Menos comuns são as verminoses. “Os oxiúrus, aqueles vermezinhos que causam prurido no ânus, podem se manifestar na vulva também”, aponta Gonçalves. A escabiose, popularmente conhecida como sarna, é outra causa do sintoma.

Doenças sistêmicas

Pode parecer estranho, mas, em algumas pacientes, a coceira está associada a enfermidades que não estão relacionadas à região genital.

Diabetes, leucemia e disfunções hepáticas, por exemplo, podem causar prurido”, diz Gonçalves.

As diabéticas têm mais propensão a desenvolver infecções, ressecamento da pele e problemas circulatórios, enquanto pessoas com doenças no fígado podem sentir coceira sem lesões aparentes. No caso dos pacientes com câncer no sangue, o incômodo costuma ser acompanhado de vermelhidão.

Infecções sexualmente transmissíveis (ISTs)

Algumas infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) podem desencadear prurido na região íntima.

Dentre elas, a professora da UFRN destaca o herpes genital, um vírus que pode permanecer latente no corpo e se manifestar em surtos recorrentes. Nesse caso, porém, o sintoma costuma vir acompanhado de ardência.

Outra condição associada à coceira é a tricomoníase vaginal, acompanhada de corrimento.

Na dúvida, é melhor fazer um teste.

Menopausa

Uma das diversas funções do estrogênio na saúde feminina é manter a elasticidade da mucosa vaginal, bem como a produção adequada de secreção natural, que desempenha um papel importante na proteção contra infecções e irritações.

Com a chegada da menopausa, o nível desse hormônio cai e a vagina pode se tornar mais seca e menos elástica. “A mulher, especialmente aquela que não faz reposição hormonal, pode ter ressecamento e prurido vaginal. Esses incômodos são agravados pelo uso de sabonetes pouco hidratantes e cáusticos, que retiram ainda mais a umidade natural da região íntima”, diz a médica da Febrasgo.

Gonçalves recomenda aplicar hidratantes vaginais, produtos que estão disponíveis em diversas formulações, são encontrados facilmente em farmácias e não possuem contraindicações significativas.

Outra opção são os cremes à base de estrogênio. “Esse tratamento deve ser prescrito por um médico, porque o uso inadequado de hormônios pode acarretar em riscos à saúde”, avisa a ginecologista.

Câncer vulvar

Uma coceira que não passa por ser sintoma de câncer de vulva. “A lesão que precede esse câncer pode começar só com prurido”, avisa Gonçalves.

Esse tumor é raro e representa 0,7% de todas as neoplasias em mulheres nos Estados Unidos, segundo a Sociedade Americana de Câncer. No Brasil, o Instituto Nacional de Câncer não fornece estatísticas sobre a doença.

De acordo com a fonte americana, o nódulo costuma ter coloração vermelha, rosa ou branca, de superfície áspera ou rugosa.

Fatores psicológicos

Uma das formas surpreendentes em que a ansiedade e o stress podem se manifestar é por meio da coceira na vulva, um sintoma desconfortável capaz de afetar a qualidade de vida de muita gente.

A mulher sente um prurido e, ao esfregar a região, o corpo libera uma substância chamada histamina, que envia mais sinais de coceira para o cérebro.

“Aí a pessoa se coça com a unha e cria uma escoriação. O arranhão começa a inflamar e a coçar também. Vira uma bola de neve e uma coisa vai alimentando a outra”, explica a médica.

Uma maneira de parar a liberação de histamina é anestesiar o local jogando água gelada.

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