Nesta sexta-feira (22), o presidente Lula (PT) indicou a advogada Vera Lúcia Santana Araújo para ocupar o posto de ministra substituta do Tribunal Superior Eleitoral, antes ocupado pela advogada Maria Claudia Bucchianeri.
Vera Lúcia será a segunda mulher negra no TSE a ser indicada pelo governo Lula. Em agosto, a advogada Edilene Lôbo também tomou posse como ministra substituta, e em seu discurso defendeu a necessidade de vencer a "herança estrutural de desigualdade de oportunidades" com relação às mulheres negras no Brasil.
Nascida em Livramento da Nossa Senhora, cidade no interior da Bahia, Vera Lúcia Araújo é filha de um garimpeiro semianalfabeto e de uma mãe professora de Português de escola infantil, Vera relata que teve uma adolescência difícil. O pai morreu quando ela tinha 13 anos. Viúva, a mãe levou os seus seis filhos para Vitória da Conquista, onde estariam mais perto de Salvador para poder levar adiante os estudos.
“Foi fundamental ir a Salvador porque descobri o Brasil, na época um país sob uma ditadura militar e empresarial”, disse em entrevista à Marie Claire.
Vera foi a primeira mulher a compor uma lista tríplice escolhida pelo STF para a vaga de juíza substituta do Tribunal Superior Eleitoral, em 2022 com a aposentadoria de Rosa Weber. Como advogada, trabalhou com sindicatos, foi coordenadora jurídica do Departamento Nacional de Trânsito, do Detran-DF e atuou no Ministério da Justiça em 1986 com direitos dos migrantes. Foi diretora de projetos da Fundação Cultural Palmares e participou do grupo que regulamentou terras quilombolas no governo de Fernando Henrique Cardoso.