Fluxo menstrual: o que é normal e quais sinais precisam de atenção?

O fluxo menstrual pode variar de pessoa para pessoa, porém algumas características da menstruação são importantes para avaliar a saúde íntima. Reunimos aqui algumas dicas que indicam o que é normal e quais sinais podem acender alertas

Por Redação Marie Claire — São Paulo


Analisar o fluxo menstrual é importante para detectar doenças e problemas no organismo — Foto: Pexels

Entre os muitos assuntos que envolvem o ciclo menstrual, a intensidade é motivo de dúvidas constantes. Por variar de acordo com cada organismo, estilo de vida e fatores externos, como o uso de anticoncepcionais, pode ser difícil avaliar se a menstruação está normal.

Porém, a obstetriz especialista em saúde íntima Mariana Betioli conta que, apesar de cada organismo ser único, há parâmetros considerados normais e alerta quando o volume pode ser considerado um sinal de atenção.

“Partindo do princípio de que cada organismo funciona de forma única, não há apenas uma resposta certa quando se fala em fluxo menstrual, ele depende de alguns fatores como a genética, questões ambientais, faixa etária e uso de anticoncepcionais”, explica a especialista.

Durante os primeiros ciclos de menstruação, logo após o menarca, Mariana alerta de que os fluxos tendem a ser irregulares, mesmo comportamento que pode acontecer próximo ao período da menopausa. Ela ainda pontua que ganho ou perda de peso consideráveis, esportes de alto impacto, períodos de estresse e algumas doenças, também podem impactar no volume e ciclo da menstruação.

“Quem tem fluxo leve menstrua até 50 ml em um período menstrual, já quem tem fluxo moderado, pode sangrar até 80ml. Até 160 ml, apesar de intenso, o fluxo é considerado normal”, esclarece.

Há mulheres que têm um sangramento ainda mais abundante, o que, segundo a especialista, é mais comum entre as adolescentes ou em quem utiliza um dispositivo intrauterino, o DIU.

“Quando a menstruação ultrapassa de 170ml de sangue durante um período menstrual, deve ser investigada por um especialista para que sejam excluídas complicações como endometriose, adenomiose, mioma, fibromas, pólipos e alterações hormonais”, afirma.

Em relação aos ciclos, a obstetriz conta que, normalmente, eles têm intervalos de 21 a 35 dias, com período menstrual que varia de 2 a 8 dias. Também há outros tipos de sangramento vaginal que podem ser confundidos com menstruação, como a loquiação, por exemplo, e que fogem dos parâmetros entendidos como normais para o fluxo.

“O sangramento pós-parto, conhecido como loquiação, acontece porque a placenta se desliga do útero. Como o corpo da mãe mandava sangue para o bebê pela placenta, quando ela sai, o fluido continua sendo enviado para essa área até que o processo de cicatrização esteja completo e o útero volte ao tamanho normal. Tal condição não deve ser confundida com menstruação”, diz.

A obstetriz também dá uma para quem quer medir o fluxo menstrual. “Uma forma eficiente e prática de medir o fluxo da menstruação é usando o coletor menstrual. O copinho tem marcações que indicam os ml coletados durante o período de uso e ajudam também a quem menstrua a acompanhar outras alterações na menstruação como a mudança de cor e a presença de coágulos”, finaliza.

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