Luísa Matsushita, do Cansei de Ser Sexy, publica relato sobre aborto que fez há 11 anos: 'Me sinto grata a cada dia'

Cantora usou as redes socias para compartilhar decisão importante que tomou quando morava nos Estados Unidos, pois lá tinha outra legislação na época, e explicou os motivos que a levaram à ela. Desabafo acontece em semana decisiva sobre a situação do aborto no Brasil, após a Câmara dos Deputados aprovar na última quarta-feira (12) o requerimento de urgência para a tramitação do projeto de lei nº 1.094/24, que busca equiparar o aborto acima da 22ª semana a crime de homicídio simples

Por — de São Paulo (SP)


Luísa Matsushita dá relato forte sobre aborto que fez em 2013 Instagram/@luisa_matsushita

Luísa Matsushita, a Lovefoxxx, vocalista do Cansei de Ser Sexy, fez algo fora do comum para si mesma na manhã deste sábado (15). A vocalista do grupo, que voltou recentemente em uma turnê de reunião para celebrar a carreira que chegou a alçar fama internacional nos anos 2000, abriu sua intimidade para falar sobre um aborto que fez em 2013 em Portugal, onde a interrupção é legalizada até a 10ª semana de gestação desde 2007.

Em um Story feito no seu Instagram, Luísa dividiu o que motivou a sua decisão em um relato forte e tocante, com o objetivo de incentivar os seus seguidores a votarem de forma consciente, conforme ela diz quando começa o texto: "Regularizem a situação eleitoral de vocês! Temos que votar bem!". Leia na íntegra abaixo:

"Eu abortei em 2013, eu AMO meu aborto. Morava nos Estados Unidos, estava num relacionamento estável tinha 29 anos e fiz um aborto legal com dignidade no Planned Parenthood. Meu aborto tem 11 anos e me sinto grata a cada dia por não ter que ter gerado uma pessoa aqui pela qual teria toda a responsabilidade. Eu amo meu aborto. Eu amo a vida que tenho do jeito que ela é. EU NUNCA QUIS SER MÃE! Isso teria que ser a escolha e o direito de TODAS AS MULHERES."

Luísa Matushita fala sobre aborto que fez em 2013 — Foto: Reprodução

O que é o projeto de lei nº 1.094/24?

O projeto tem autoria de Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), mas outros 31 deputados federais assinaram o projeto em concordância e entre eles estão 11 deputadas mulheres. Ele busca equiparar o aborto acima da 22ª semana a crime de homicídio simples e, caso a lei seja aprovada, a pena para quem realizar, seja nos casos legais hoje — gravidez decorrente de estupro, anencefalia fetal e de risco de vida à pessoa gestante — ou não, pode variar de seis a vinte anos de prisão.

Isso faria com que a pena por aborto seja maior do que a pena de uma pessoa condenada por estupro. No caso de estupro de uma pessoa adulta, a sentença pode ir de 6 a 10 anos. Se a vítima for menor de idade, varia de 8 a 12 anos. No caso de estupro de vulnerável, de 8 a 15 anos. Se resultar em lesão corporal grave, a sentença pode chegar a 20 anos.

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