O que é ser autossexual? Conheça termo que Kourtney Kardashian se identifica

A autossexualidade ficou mais em evidência depois que Kourtney Kardashian revelou se identificar como uma. Mas você sabe o que é ser autossexual? À Marie Claire, a sexóloga Bárbara Bastos fala sobre o significado e qual é a diferença para uma pessoa narcisista

Por , redação Marie Claire — São Paulo


Kourtney Kardashian declarou ser autossexual Reprodução/ Instagram

Você já ouviu falar no termo “autossexualidade”? A expressão ficou mais em evidência recentemente, depois que Kourtney Kardashian revelou ser autossexual em conversa com a terapeuta Casey Tanner, da página QueerSexTherapy no Instagram. Para ela, todos “somos seres sensuais, portanto, depender da nossa própria sensualidade, em vez de depender apenas dos outros para nos excitar, tem um poder profundo.”

O termo é recente: foi mencionado pela primeira vez em 1989 pelo terapeuta sexual Bernard Apfelbaum. À Marie Claire, a sexóloga Bárbara Bastos define que a autossexualidade é caracterizada pela atração sexual em si mesma. “É quando a pessoa encontra satisfação, desejo e prazer sexual com o próprio corpo, mais do que com outras pessoas”, diz a profissional. “Entretanto, isso não significa que ela não possa ter um relacionamento amoroso feliz e saudável”, completa.

A própria Kardashian é casada com o baterista da banda Blink-182, Travis Baker. Ela ainda refletiu como esse tipo de atração “tira a pressão do sexo em parceria”: “Traz muito prazer ao nosso tempo sozinhos. Onde quer que você esteja no espectro da autossexualidade, nada disso está errado. Divirta-se, literalmente.”

“Isso pode significar usar lingerie sexy, mesmo que seu parceiro ou parceira dificilmente dê uma segunda olhada. Pode significar fazer o cabelo e a maquiagem para que você se sinta bem e excitada, mesmo quando você está em um relacionamento monogâmico de longo prazo e a outra parte quase não perceba”, refletiu, pontuando que também pode significar tomar banho “com amor” e “desfrutar genuinamente de seu corpo.”

Não é somente masturbação

Bastos afirma que a masturbação é uma opção de atividade para satisfazer o desejo sexual em si mesma, mas não o único. “Durante o ato, a pessoa autossexual pode se imaginar em situações eróticas e ter prazer com esses pensamentos. Diferente de pessoas não sexuais, que quando fazem o toque íntimo pensam em outras pessoas ou nelas com parcerias”.

“Sentir-se sexy em determinadas situações não significa necessariamente que a pessoa vai ter atração sexual por si mesma. Claro que isso pode aumentar a autoestima, autoconfiança e segurança própria, porém é diferente dessa atração sexual”, aponta. A especialista observa que uma pessoa autossexual vai além das atividades sexuais, focando na valorização da própria companhia como fonte de prazer emocional e físico.

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A autossexualidade também não é sinônimo de ser narcisista, segundo a especialista. O narcisismo é um transtorno de personalidade caracterizado por um padrão generalizado de sensação de superioridade. Já a pessoa autossexual não tem uma admiração excessiva por ela mesma ou uma visão inflada e desequilibrada de si. “É uma forma saudável de se encontrar em si mesma como a fonte principal de prazer”, diz a especialista.

Como se descobrir autossexual?

Para a Bastos, o processo depende muito da auto exploração emocional e física, além da necessidade de se observar e ter consciência dos desejos e vontades próprias.

“É importante ter clareza para entender quando você sente mais atração sexual por si mesma do que por outras pessoas. E também, ser sincera com você para declarar isso, mesmo com receio do que outros possam pensar”.

“A sexualidade é uma área fluida na nossa vida, é um espectro e não somente preto no branco. Lembrando que existem profissionais como psicólogos e terapeutas sexuais que podem facilitar esse caminho”, declara.

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"É bom saber que não sou louca"

Outra representante do “movimento” é a modelo brasileira Luana Sandien. Ao The Sun irlandês, ela explicou que é atraída por si mesma. “Sempre me senti assim, mas não tinha um nome para descrever isso. É bom saber que não sou louca ou uma grande narcisista. Que a autossexualidade é algo real, que muitas pessoas vivem”, afirmou.

“As pessoas confundem muito. Não é eu me olhar no espelho e pensar ‘vou transar comigo’. Eu me quero tanto, eu me acho uma mulher tão completa, que não há quem me dê todo o valor que eu me dou. Sou autossexual, auto-suficiente, independente", disse ao Correio Braziliense.

"Eu tive relacionamentos, mas sempre faltava algo. Posso dizer que eu sou apaixonada por mim. Quando estou me tocando, penso no meu corpo, penso em mim. Eu sinto às vezes atração por outras pessoas, mas por mim é mais forte. Penso que como outra pessoa não é suficiente para mim, prefiro ficar comigo mesma. Posso parecer egocêntrica, metida, mas é como eu me sinto”, afirma.

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