Direitos Reprodutivos
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A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (16) o regime de urgência para o Projeto de Lei 1904/24, do deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) e outros, que equipara o aborto de gestação acima de 22 semanas ao homicídio. Os projetos com urgência podem ser votados diretamente no Plenário, sem passar antes pelas comissões da Câmara. Ainda não há data para que o texto seja analisado pela Casa.

A votação foi motivo de protesto de parlamentares de esquerda, que discordam da forma que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), conduziu a votação. O tema da votação não foi anunciado por Lira, que declarou a matéria aprovada depois de 23 segundos de maneira simbólica. A votação simbólica ocorre quando não há registro de voto dos deputados no painel. Geralmente, é adotada quando há consenso entre os parlamentares.

A deputada Sâmia Bomfim (Psol-SP) afirma que Lira fez uma "manobra". "Nenhum dos parlamentares entendeu que o projeto estava sendo votado porque ele não anunciou. Não foi possível fazer orientação de voto, registrar posição individual de ninguém. É um ataque aos direitos das mulheres e meninas, e essa confusão é proposital para quem não quer colocar suas digitais e rostos expostos como cúmplices de estupradores e pedófilos - que é quem comemora um projeto brutal como esse", comenta a parlamentar.

A tramitação com urgência causa preocupação em entidades, pesquisadores e organizações de justiça reprodutiva no país. “Na verdade, esse PL criminaliza integralmente o aborto no país e tem impacto brutal nas mulheres que sofreram violência sexual estupro e engravidaram”, afirma a antropóloga Debora Diniz, uma das principais pesquisadoras sobre aborto no Brasil. Por impactar sobretudo meninas, o projeto ganhou o apelido de PL da Gravidez Indesejada das entidades contrárias a ele.

Para a promotora de Justiça do MP-SP Silvia Chakian, o PL é "cruel e absurdo": "Dificulta sobremaneira o já traumático caminho da vítima de violência sexual que procura atendimento no SUS. Mais grave que isso: criminaliza gravemente, prevendo pena de seis a vinte anos de reclusão, a interrupção da gravidez decorrente de estupro, autorizada na nossa legislação penal já é tão restritiva, desde 1940. Pena privativa de liberdade, equiparada ao crime de homicídio, desproporcional, inclusive, em relação à pena prevista para o próprio estuprador."

O PL, ao equivaler o aborto ao homicídio simples, prev�� a possibilidade de uma pena maior para a mulher que interromper a gestação do que para o homem que a estuprou. Isso porque a pena prevista no Código Penal para homicídio simples é de 6 a 20 anos. No caso de estupro de uma pessoa adulta, a sentença pode ir de 6 a 10 anos. Se a vítima for menor de idade, varia de 8 a 12 anos. No caso de estupro de vulnerável, de 8 a 15 anos. Se resultar em lesão corporal grave, a sentença pode chegar a 20 anos.

O que diz projeto de lei que equipara aborto a homicídio

De autoria do deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), da bancada evangélica, o projeto de lei visa alterar os Artigos 124 (aborto autogestionado ou consentir que outra pessoa o faça), 125 (provocar aborto sem consentimento) e 126 (provocar aborto com consentimento) do Código Penal.

Se aprovado o projeto acrescenta que “quando houver viabilidade fetal, presumida gestações acima de 22 semanas, as penas serão aplicadas conforme o delito de homicídio simples [matar alguém, segundo o Código] previsto no art. 121 deste Código”. Além de Cavalcante, mais de 30 parlamentares assinaram o texto do projeto, incluindo Nikolas Ferreira, Eduardo Bolsonaro, Carla Zambelli e Bia Kicis.

Procurado, o deputado afirma que "O PL é a forma que temos de punir médicos, que se formaram para defender valores da vida, a se tornarem produtores de assassinatos de indefesos no ventre de suas mães”.

O parlamentar afirma que o requerimento de urgência é uma reação ao voto favorável da então ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Rosa Weber na ADPF 442, que prevê a descriminalização do aborto em todos os casos até a 12ª semana de gestação. O julgamento está paralisado devido a pedido de transferência ao plenário físico, feito pelo atual presidente da Corte, o ministro Luís Roberto Barroso. Não há previsão de retomada da apreciação da ADPF 442, até o momento.

A ação foi proposta pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) e Anis - Instituto de Bioética em 2017. Sob o pretexto de que a criminalização viola os direitos de mulheres, meninas e demais pessoas que gestam de decidirem sobre seus corpos, além de ser empecilho para o planejamento familiar no país.

Sóstenes Cavalcante define ainda ser uma contribuição à resolução do CFM que busca criminalizar a assistolia fetal. O parlamentar define o método como “degradação do ser humano”, “desvalorização da vida” e que partidos e o STF “ignoram a ciência que tanto dizem defender”.

Mais recente Próxima Projeto de lei prevê pena maior para mulher que abortar após sofrer estupro do que para estuprador
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