Planejando a gravidez
 

Por Amanda Moraes


Para quem está planejando ter um bebê, o primeiro passo é conhecer o seu corpo. E isso não vale apenas para as mulheres, os homens também precisam tomar certos cuidados e verificar se a fertilidade está em ordem antes de começar as tentativas. Afinal, segundo dados da Sociedade Brasileira de Urologia, em cerca de 30% dos casos, a infertilidade está no homem.

Existem maneiras de melhorar a fertilidade masculina — Foto: Freepik
Existem maneiras de melhorar a fertilidade masculina — Foto: Freepik

“A infertilidade masculina está relacionada com baixa concentração, qualidade e motilidade dos espermatozóides”, explica Karla Giusti, ginecologista e obstetra da Rede D'Or São Luiz, especialista em reprodução humana. Quando está associada a alterações hormonais ou problemas genéticos, é sempre importante buscar orientação médica.

Mas, para quem não possui um diagnóstico e busca maneiras de aumentar as chances de uma gravidez, existem algumas medidas simples que podem ser tomadas que fazem a diferença. Veja 10 dicas recomendadas por especialistas em reprodução humana para melhorar a fertilidade masculina.

1. Consultas de rotina

“Procure um urologista desde cedo e crie o hábito de ir ao médico, de conhecer seu corpo, tirar dúvidas e fazer exames. Assim como as mulheres vão ao ginecologista de forma rotineira, os homens também devem ir ao urologista continuamente. Acredito que isso ainda é um tabu, mas é muito importante”, afirma Daniel Suslik Zylbersztejn, coordenador médico do Fleury Fertilidade e PhD em reprodução humana.

As consultas de rotina ajudam a prevenir diversas doenças e problemas de saúde, incluindo a infertilidade. “A varicocele [dilatação das veias nos testículos], por exemplo, é uma das principais causas da infertilidade masculina que é tratável. Ela pode ser identificada na adolescência e, se for diagnosticada cedo, podemos implementar o tratamento precocemente, que é feito por cirurgia. Assim, conseguimos devolver o potencial reprodutivo do homem e evitar o prejuízo progressivo”, explica o especialista.

2. Vacinação em dia

Além de proteger e prevenir surtos de doenças virais, a vacinação pode ajudar na fertilidade também. “É importante estar com a vacinação em dia, especialmente a vacina da tríplice viral [para prevenção contra sarampo, da caxumba e da rubéola]. A caxumba afeta as glândulas salivares, causando inchaço na bochecha, mas, na fase adulta, o vírus pode atingir as células testiculares, causando a orquite [infecção dos testículos]”, diz Daniel Suslik Zylbersztejn. Esse quadro faz com que a região fique inchada e dolorida e pode prejudicar a produção dos espermatozoides.

3. Alimentação equilibrada

O estilo de vida pode fazer toda a diferença. Começando pela alimentação, as refeições podem influenciar a fertilidade masculina. É fundamental manter uma dieta saudável e balanceada e algumas comidas específicas podem ajudar ainda mais. “Alimentos ricos em antioxidantes, como frutas, vegetais, grãos, nozes, peixes ricos em ômega-3 e alimentos ricos em zinco, como carne magra e legumes, podem ser benéficos”, orienta Karla Giusti.

Os ultraprocessados, por outro lado, devem ser evitados ao máximo. “Alimentos inflamatórios, como frituras, gorduras, enlatados e embutidos, também podem piorar as condições para a produção de espermatozoides”, alerta.

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4. Prática de exercícios

Fazer atividade física regularmente também é fundamental. “O exercício ajuda a manter um peso saudável, regula os níveis hormonais e melhora a circulação sanguínea, o que pode beneficiar a saúde dos testículos e a produção de espermatozoides”, diz Giusti. Além disso, ele ajuda a prevenir a obesidade. “Homens obesos sofrem de um ‘sequestro de hormônios’ na gordura, diminuindo sua ação em órgãos como o testículo”, afirma a especialista.

A obesidade afeta o organismo como um todo. “Causa um prejuízo global, em todas as atividades celulares. Também existe o calor local que a obesidade gera na região da bolsa testicular, prejudicando a produção de espermatozoides”, completa Daniel Suslik Zylbersztejn. Vale destacar que o excesso de peso favorece comorbidades, como diabetes e hipertensão, que podem influenciar a capacidade reprodutiva, como explica Karla Giusti.

5. Sono adequado

“A privação de sono pode afetar negativamente os níveis hormonais e a produção de espermatozóides, levando a quadros de obesidade e acúmulo de substâncias oxidativas, que levam à piora da qualidade das células em geral”, diz a especialista da Rede D'Or São Luiz. Isso não é novidade para a comunidade científica. Um estudo de 2019 realizado pela Universidade de Aarhus, na Dinamarca, comprovou que o sono adequado está associado com a melhora da qualidade do esperma. Segundo os pesquisadores, a chave parece estar em se deitar antes das 22h30 e dormir por sete horas e meia a oito horas por noite.

6. Evitar consumo de cigarro, álcool e outras drogas

“O álcool é uma droga e traz prejuízos para a saúde. Quando ele é metabolizado pelo nosso organismo, ele libera substâncias tóxicas que entram na corrente sanguínea e ativam as nossas reações inflamatórias. Com isso, essas substâncias vão para todo o corpo, inclusive para o testículo”, diz Daniel Suslik Zylbersztejn.

De acordo com o especialista do Fleury Fertilidade, nos homens, o álcool interfere na produção do espermatozoide. “As reações inflamatórias fazem com que nosso organismo gere radicais livres que, por sua vez, vão gerar um estresse oxidativo. Tudo isso acaba prejudicando a qualidade do esperma, em especial na integridade do DNA, isto é, o cromossomo do espermatozoide acaba se fragmentando, o que pode causar a infertilidade em homens”, esclarece Zylbersztejn.

Enquanto o álcool em excesso pode afetar a produção, o tabagismo pode comprometer a qualidade do esperma. “Ele altera as condições de citoplasma, membrana celular e núcleo. Homens fumantes têm menores taxas de proteína P2, essencial para o desenvolvimento dos cromossomos e para a reprodução. Sua deficiência pode causar infertilidade”, explica Karla Giusti.

7. Cuidado com a cafeína

“A cafeína em excesso pode trazer prejuízo para a fertilidade, podendo prejudicar a motilidade dos espermatozoides”, diz Daniel Suslik Zylbersztejn. Além disso, uma pesquisa publicada no American Journal of Epidemiology em 2010, realizada com homens dinamarqueses que consumiam muito café tiveram a contagem e a concentração de espermatozóides ligeiramente reduzidas.

“Mas não existem estudos que mostrem que o consumo moderado de café traga prejuízos. Cerca de dois expressos por dia, aproximadamente, não vejo problema”, diz o especialista do Fleury Fertilidade. “Mas bebidas como energéticos não são bem-vindas, porque a concentração de cafeína é muito alta”, alerta.

8. Relaxar a mente e o corpo

O estresse pode causar diversos efeitos no corpo que interferem na fertilidade, sejam eles alterações hormonais, diminuição da libido. “É fundamental controlar o estresse. Atividades físicas e de relaxamento, como ioga e meditação, podem ser ótimos para acalmar a mente e ajudar a melhorar a fertilidade masculina”, sugere Karla Giusti.

9. Suplementos como aliados

Existem vários processos do organismo que podem agravar a infertilidade. Um deles é o estresse oxidativo, estado do corpo quando os níveis de antioxidantes não são altos o suficiente para compensar os efeitos nocivos dos radicais livres - que podem causar danos às células quando não neutralizados. Quando os radicais livres atingem o líquido seminal, pode afetar negativamente a fertilidade, como o possível dano à membrana espermática e dano direto ao DNA, levando a fragmentação do material genético e uma piora da qualidade do espermatozoide.

“Por conta de uma grande quantidade de estresse oxidativo - que pode ocorrer por diversos motivos, como a idade avançada - pode ser recomendado o consumo de antioxidantes para combater essa grande oxidação”, diz Daniel Suslik Zylbersztejn. Essa substância está presente em alimentos e suplementos - mas segundo o urologista, é importante que estes sejam indicados por um especialista para ter a dosagem adequada.

Além disso, os médicos podem recomendar outros suplementos em casos de deficiências nutricionais. “Vitaminas como C, E, zinco e selênio podem ser utilizadas”, destaca Karla Giusti. O zinco é útil na manutenção dos níveis normais de testosterona. Já o selênio reduz o risco de defeitos congênitos e melhora a baixa contagem de espermatozóides. A vitamina C aumenta a motilidade e a contagem do esperma, além de o proteger contra danos ao DNA causados ​​pelo estresse oxidativo. A vitamina E, por sua vez, atua na proteção e na eficácia das células reprodutoras - e também é um ótimo antioxidante.

10. Atenção a certas medicações e tratamentos

Antes de começar a tentar engravidar, é importante fazer uma lista de todos os medicamentos que está tomando e consultar seu médico. Algumas medicações podem afetar a qualidade ou quantidade do esperma e, nesses casos, pode ser que o seu médico consiga recomendar uma alternativa mais favorável à fertilidade.

Mas, quando não há outra saída, como em tratamentos que envolvem quimioterapia - que traz prejuízos na formação de espermatozoides - é preciso ir em busca de outros caminhos. “Normalmente é recomendado que o homem congele o seu sêmen antes de ser exposto a essas medicações e tratamentos que são mais fortes”, afirma Daniel Suslik Zylbersztejn. “Isso também pode ser útil para homens que pretendem ser pais em uma idade mais avançada, pois sabemos que pode afetar a qualidade do esperma”, finaliza.

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