Planejando a gravidez
 

Por Amanda Moraes


Para quem está planejando engravidar, pode ser preciso abandonar alguns hábitos para aumentar as chances de uma gravidez. O consumo de álcool é um dos primeiros que o casal precisa dizer adeus. Segundo Helen O’Neil, especialista em fertilidade do Instituto da Saúde da Mulher, da Universidade College London, da Inglaterra, as mulheres devem parar de beber completamente quando começarem as tentativas - e seguir o plano por pelo menos três meses.

Segundo especialistas, é importante limitar o consumo de álcool para aumentar as chances de engravidar (Foto: Getty Images) — Foto: Crescer
Segundo especialistas, é importante limitar o consumo de álcool para aumentar as chances de engravidar (Foto: Getty Images) — Foto: Crescer

No entanto, para quem não está disposto a abandonar o álcool, ela apresentou uma outra alternativa. “Eu diria a todas as mulheres para parar de beber quando pretendem começar uma família. Mas quem não quer deve cortar o álcool quando estiver na fase lútea [duas semanas antes da menstruação]. O clube do vinho pode não gostar, mas o álcool parece reduzir as chances de engravidar em certas épocas do mês”, afirma O’Neil.

Isso é comprovado por um estudo realizado em 2021 pela Universidade de Louisville, nos Estados Unidos. A análise sugeriu que beber durante a fase lútea pode perturbar os eventos hormonais, afetando as chances de uma concepção. Os pesquisadores descobriram que tomar de três a seis bebidas por semana durante esse período estava associado a uma chance reduzida de 44% de engravidar. Por isso, segundo a especialista, apesar de não ser tão benéfico quanto o corte total de álcool, seguir a recomendação de não beber nas duas últimas semanas do ciclo pode ser uma outra saída.

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'Quanto mais tempo melhor'

Daniel Suslik Zylbersztejn, coordenador médico do Fleury Fertilidade e PhD em Reprodução Humana, concorda com a indicação de O’Neil para cortar o álcool por pelo menos três meses quando o casal quiser engravidar. “No meu consultório, eu sempre falo que os pacientes devem parar de beber ou reduzir ao máximo assim que começarem a pensar nisso. Quanto mais tempo melhor, mas três meses é o mínimo”, afirmou.

Para ele, este é um bom período para que o organismo se recupere das consequências do álcool. “Pense como se estivéssemos fazendo uma fila de óvulos. Aquele óvulo que vai ser ovulado hoje está sendo impactado pelo uso do álcool por pelo menos três meses. Cortar a bebida é uma forma de evitar alterações no organismo que podem prejudicar as chances de uma gravidez natural”, explicou.

Se o casal não conseguir parar de beber, Zylbersztejn também recomenda que a mulher pare depois da ovulação. “Se ela beber no período pós-ovulatório e tiver formado embrião, o consumo de álcool pode ser suficiente para ela não gerar o processo de implantação”, disse.

Já para Newton Eduardo Busso, chefe do Departamento de Ginecologia do Centro de Estudos do Grupo Santa Joana, apenas deixar a bebida nas duas últimas semanas do ciclo não é uma medida tão eficaz. “É difícil estabelecer uma quantidade segura de consumo de álcool para quem está planejando engravidar, não existe um consenso entre a comunidade médica sobre isso”, acrescentou. Por isso, ele recomenda que o casal deixe de beber completamente por pelo menos três meses para um melhor resultado.

Como o álcool afeta a fertilidade?

“O álcool é uma droga e traz prejuízos para a saúde. Quando ele é metabolizado pelo nosso organismo, ele libera substâncias tóxicas que entram na corrente sanguínea e ativam as nossas reações inflamatórias. Com isso, essas substâncias vão para todo o corpo, inclusive para o testículo e para o ovário”, afirmou Daniel Zylbersztejn.

De acordo com o especialista do Fleury Fertilidade, nos homens, o álcool interfere na produção do espermatozoide. “As reações inflamatórias fazem com que nosso organismo gere radicais livres que, por sua vez, vão gerar um expresso oxidativo. Tudo isso acaba prejudicando a qualidade do esperma, em especial na integridade do DNA, isto é, o cromossomo do espermatozoide acaba se fragmentando”, disse Zylbersztejn. “Essa alta fragmentação é uma das principais causas da infertilidade em homens”, destacou.

No caso das mulheres, a produção do óvulo pode ser afetada. “O óvulo começa a maturar logo depois da menstruação e fica numa ‘casinha’ chamada folículo, que fica numa região embebida de sangue que, quando a mulher bebe álcool, fica cheio de substâncias tóxicas”, diz o especialista. O óvulo precisa de nutrientes para se desenvolver e os recebe por meio do sangue. Assim, consequentemente, também acaba recebendo os produtos tóxicos. “Isso interfere na qualidade desse óvulo que está se formando, além de poder levar a uma falha de implantação do embrião no útero ou até um abortamento por não ser um ambiente adequado para a concepção”, acrescentou.

Também existem estudos que afirmam que a ingestão de álcool afeta os processos envolvidos na ovulação. O consumo de bebida alcoólica pode fazer com que nenhum óvulo seja liberado durante a parte ovulatória do ciclo, o que impede a fecundação e o início de uma gestação.

Mas não é só sobre o álcool

Vale destacar que existem muitos outros fatores que podem interferir na fertilidade. “Não pense que as bebidas alcoólicas são um método anticoncepcional, isso não é verdade”, ressaltou Newton Busso. Também é preciso levar em consideração o estilo de vida de cada casal. “Uma dieta saudável e parar de fumar, por exemplo, podem aumentar as chances de engravidar”, afirmou.

Além disso, é importante checar se a saúde está em ordem. “A mulher precisa procurar um obstetra ou ginecologista para saber se tem alguma patologia que possa trazer problemas na gravidez, fazer exames como o Papanicolau para identificar possíveis infecções ginecológicas, teste de HIV para verificar se há alguma doença sexualmente transmissível que possa trazer risco para a gestação e analisar o histórico familiar”, ressaltou. “E o mesmo vale para o homem”, acrescentou.

Para Newton Busso, essas medidas são tão importantes quanto cortar o álcool - ou até mais. “É preciso parar de beber e se afastar de substâncias tóxicas que podem afetar a fertilidade, sem dúvidas. Mas, as mulheres que querem engravidar devem procurar uma orientação concepcional que não se limite só a diminuir o álcool, existem outras preocupações que podem fazer a diferença”, finalizou o especialista.

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