Para quem está planejando engravidar, se alimentar bem pode fazer a diferença. “A alimentação pode auxiliar na preparação do corpo feminino, aumentando as chances de uma gestação”, afirma Natalia Barros, nutricionista especialista em gestantes e fundadora da NB Clinic Nutrição e Saúde Feminina, de São Paulo. Também é isso que diz um novo estudo de revisão, publicado no fim de maio na revista científica Nutrients, que revelou as melhores dietas para ter mais chances de engravidar.
![Mulher comendo prato saudável — Foto: Reprodução/Getty Images](https://cdn.statically.io/img/s2-crescer.glbimg.com/Zd98Iq23RGkOHH-rmz2SvLjgnTc=/0x0:612x408/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_19863d4200d245c3a2ff5b383f548bb6/internal_photos/bs/2023/f/y/kiBENKT1ep3fkSzrwigg/istockphoto-985502848-612x612.jpg)
Além disso, o estudo comprovou que essas dietas podem influenciar na possibilidade de um parto saudável tanto em mulheres que conceberam naturalmente quanto nas que precisaram de tecnologia de reprodução assistida. “A alimentação é fundamental para uma boa gestação, ela é responsável por fornecer nutrientes e substratos para um desenvolvimento e crescimento fetal adequado e para manutenção da saúde materna antes, durante ou após o parto”, explica Natalia Barros.
Os pesquisadores descobriram que a dieta mediterrânea, as diretrizes dietéticas holandesas, a dieta ProFertility e a dieta Fertility foram capazes de beneficiar os resultados de fertilidade. Por outro lado, a dieta ocidental falhou em mostrar resultados positivos para quem está planejando engravidar.
Para chegar a esta conclusão, foi realizada uma meta-análise consultando bancos de dados. O estudo reuniu artigos já publicados sobre o impacto dos padrões de dieta na fertilidade de mulheres em idade reprodutiva.
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As dietas mais indicadas
As tendências alimentares foram divididas em três grupos de dieta: mediterrânea, saudáveis (diretrizes dietéticas holandesas, ProFertility e a Fertility) e não saudáveis (padrão ocidental). Mas, como mencionado acima, somente os dois primeiros grupos tiveram resultado relevante para trazer benefícios à concepção de bebês saudáveis. Saiba mais sobre cada uma das dietas:
Mediterrânea
“A pesquisa mostrou que a adesão à dieta mediterrânea foi positivamente associada a melhores taxas de fertilidade, sendo a mais promissora para mulheres tentantes”, diz Natalia Barros. Segundo ela, o padrão alimentar mediterrâneo vem sendo muito estudado ultimamente. “Trata-se de uma alimentação com alto consumo de frutas, vegetais, peixes, nozes, gorduras saudáveis e baixo consumo de carnes e gorduras não saudáveis, sendo usada como tratamento e prevenção de diversas condições”, explica.
ProFertility
"A Profertility por ser um padrão de dieta mais recente ainda não possui um banco denso de estudos publicados se comparada a dieta mediterrânea”, destaca Barros. Ambas as dietas possuem um padrão alimentar similar, rico em compostos bioativos, nutrientes e antioxidantes, como explica a especialista. “A diferença se faz na indicação do consumo de alimentos com menos pesticidas e agrotóxicos e o uso de suplementos dietéticos pela dieta ProFertility”, acrescenta.
Ela é caracterizada por maior ingestão de ácido fólico suplementar, vitamina B12, vitamina D, frutas e vegetais com baixo teor de pesticidas, grãos integrais, frutos do mar, laticínios e alimentos à base de soja e menor ingestão de frutas e vegetais com alto teor de pesticidas. A pesquisa mostrou que a dieta pode trazer melhorias significativas em resultados como nascidos vivos, gravidez clínica e com técnicas de reprodução assistida.
“A ProFertility para mulheres tentantes também pode ser uma estratégia interessante, principalmente por agregar as recomendações em relação a diminuição da exposição a toxinas ambientais, uso de produtos orgânicos e a suplementação dietética adequada. Isso é fundamental para o desenvolvimento e crescimento fetal, prevenir complicações gestacionais, como diabetes gestacional e pré-eclâmpsia, evitar deficiências nutricionais, atuar na programação metabólica e garantir a saúde materna”, reforça Natalia Barros.
Fertility
É uma dieta rica em vegetais, gorduras insaturadas, laticínios com alto teor de gordura e suplementos dietéticos. Segundo o estudo, este padrão de alimentação mostrou um risco 66% menor de infertilidade ovulatória e 27% menor de infertilidade devido a outras razões.
Diretrizes Dietéticas Holandesas
É aconselhado o aumento da ingestão de vegetais, frutas, peixes, carnes magras em doses equilibradas, grãos integrais e gorduras saudáveis. De acordo com o estudo, este padrão alimentar pode aumentar em 65% as chances de gravidez clínica.
Dieta não saudável
Já a dieta ocidental mostrou-se prejudicial para a fertilidade, de acordo com o artigo. Ela é caracterizada pelo consumo de alimentos industrializados, refinados, açucarados, processados e ultraprocessados, como os fast-foods, lanches, refrigerantes e carnes com alto teor de gordura, como explica Natalia Barros.
Esta alimentação pode fazer mal à saúde geral da mulher. “Todos esses alimentos contribuem para um padrão mais inflamatório e menor oferta de nutrientes, o que pode influenciar de forma negativa para o funcionamento de diferentes sistemas, entre eles o sistema reprodutivo. No estudo, a adesão a esse tipo de dieta levou a queda nos parâmetros de fertilidade”, finaliza a nutricionista.
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