• Juliana Malacarne
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A caxumba é comum em crianças (Foto: Thinkstock)

Os casos de caxumba aumentaram 568% na cidade de São Paulo de 1º de janeiro a 30 de abril deste ano, em comparação ao mesmo período do ano passado. O município já registrou 275 casos da doença infectocontagiosa. Bastante comum em crianças, ela é frequentemente associada à inflamação da glândula parótida, que provoca dor e inchaço na região do pescoço. Dos casos registrados, pelo menos 80 foram de alunos e funcionários de instituições escolares.

Outras cidades brasileiras também tiveram aumento na incidência de caxumba. Em Porto Alegre, foram 101 casos até abril deste ano – número três vezes maior do que o registrado no mesmo período do ano passado. Em Curitiba, 342 casos foram notificados em 2016. Em Goiânia foram 62, e em Campinas, 130.

O estado que mais apresentou casos até junho deste ano foi São Paulo, onde 842 pessoas foram infectadas. No Distrito Federal são 638 casos da doença, quase cinco vezes mais que no ano passado inteiro, quando foram registrados 130.

No Rio Grande do Sul, o número de casos é quase o dobro do ano anterior. Em 2015, o estado registrou 276 casos da doença, e de janeiro a junho deste ano 549 pessoas já foram infectadas.
 

A importância da vacina

Apesar do aumento significativo, não há motivo para pânico, já que a caxumba é, na maioria das vezes, uma doença benigna e existe uma vacina para a prevenção. De acordo com a infectologista Raquel Muarrek, do Hospital São Luiz Morumbi, em São Paulo (SP), o motivo mais provável para a ocorrência desse surto é justamente uma falha na imunização.
 

As reações a vacinas são raras. Mantenha o calendário de vacinação do seu filho atualizado (Foto: Thinkstock)

Mantenha o calendário de vacinação do seu filho atualizado (Foto: Thinkstock)

De acordo com estimativas do Ministério da Saúde 95% da população recebeu pelo menos uma dose da vacina. “Está acontecendo uma queda na barreira vacinal da população; as pessoas estão deixando de se vacinar ou deixando de tomar o reforço”, explica a médica.

Para manter seu filho protegido da caxumba são necessárias duas doses de vacina conforme recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS). A tríplice viral, que protege contra sarampo, rubéola e caxumba, deve ser tomada aos 12 meses e a tetraviral, que também imuniza contra a varicela, pode ser tomada aos 15 meses. (Confira aqui o calendário de vacinação infantil)

A vacina funciona na grande maioria dos casos, mas não é 100% eficaz. Por isso, vale tomar alguns cuidados no dia a dia para evitar a doença. A caxumba é transmitida por meio de gotículas de saliva. Por isso, é recomendado lavar as mãos com frequência, não compartilhar talheres e copos e nem beijar alguém que esteja com a doença. Uma pessoa infectada pode transmitir o vírus seis dias antes do início dos sintomas e até cerca de nove dias depois.

Os sintomas da caxumba


Segundo o pediatra Eduardo Hatanaka, do Hospital Sepaco, em São Paulo (SP), os primeiros sinais da doença são febre, dor de cabeça e dificuldade para engolir. “Apesar de ser uma das características mais associadas à infecção, estima-se que em 30% dos casos não ocorra aumento no volume das glândulas”, afirma. Não existe um tratamento específico para a caxumba. O ideal é evitar alimentos ácidos, que podem estimular as glândulas salivares e tomar cuidados para controlar a dor e a febre.

Os casos em que a caxumba traz complicações, como a meningite viral, são raros e o tratamento também é voltado ao alívio dos sintomas. Os meninos podem apresentar ortite (inflamação dos testículos), o que é mais comum em jovens adultos e adolescentes.As meninas podem ter ooforite (inflamação dos ovários).

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