Gastronomia
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Considerado a bíblia da gastronomia mundial, o prestigiado Guia Michelin indica, anualmente, os melhores restaurantes para comer ao redor do mundo. Após uma pausa de três anos por conta da pandemia, o célebre livrinho francês (agora somente em formato digital), anunciou na noite de segunda-feira (20) os restaurantes no Rio de Janeiro e em São Paulo agraciados com as cobiçadas estrelas — espécies de troféus da gastronomia que apontam cozinhas refinadas, pratos preparados com criatividade, ousadia e ingredientes de qualidade, e talentos em ascensão.

Dos 140 restaurantes avaliados - dos quais 60 foram recém-incorporados à seleção -, quinze restaurante receberam uma estrela e seis ostentam duas. Desses três cariocas ganharam uma estrela e outros três, duas. A novidade é o San Omakase Room, japonê com menu degustação no Leblon contemplado com uma estrela. O Lasai, do chef Rafa Costa e Silva, por sua vez, ganhou a segunda estrela e passou para o time de cima. Comer em uma dessas mesas tem seu preço: os menus podem ultrapassar a casa dos R$ 1.000, sem bebidas. Saiba como é e quanto custa comer em cada um dos restaurantes estrelados do Rio:

Uma estrela:

De acordo com os parâmetros do Michelin, uma estrela é designada a uma cozinha de grande nível, com produtos de primeira qualidade e execução refinada, que vale a pena conhecer

Cipriani. Inaugurado há quase 30 anos no Belmond Copacabana Palace, o restaurante é parte fundamental do hotel centenário, o mais famoso do país. Com vista privilegiada da icônica piscina, o salão tem decoração com arranjos de flores naturais, espelhos e lustres italianos. O menu degustação de 11 etapas, com releituras de pratos italianos com técnicas contemporâneas, como o risoto à caçadora e o vitelo com funghi e nozes, custa de R$ 575 a R$ 695. O chef Nello Cassese oferece ainda a opção de menu vegano e sem glúten (R$ 495). Para reservar um lugar na mesa do chef, com menu exclusivo servido para até seis pessoas na cozinha, desembolsa-se de R$ 2.9950 até R$ 5.950 por pessoa, dependendo das bebidas. Av. Atlântica 1.702,(2548-7070). Seg a sáb, das 19h à meia-noite.

Mee. À beira da piscina do Copacabana Palace, o Mee foi dos primeiros asiáticos a merecer uma estrela Michelin no Rio. Sua cozinha é uma viagem pela Ásia, misturando sabores tailandeses, coreanos, vietnamitas, chineses e japoneses. No omakase, o cliente se senta no balcão e vê de perto as preparações dos 16 (R$ 560) ou 19 (R$ 665) pratos que integram a degustação. Com direito a explicações do chef. (Alberto Morisawa?). Para a harmonização com saquê, deve-se desembolsar mais R$ 590 e, com champanhe Ruinart, mais R$ 1.950. O menu degustação, com nove etapas, sai a R$ 515, e o vegetariano a R$ 480 (mais R$ 490 com harmonização). O menu à la carte inclui iguarias como o bluefin tartare, com atum bluefin, ovas de capelim e mujol e molho ponzu (R$ 185), além de pad thai de camarões com amendoim (R$ 150) e carpaccio de wagyu (R$ 105). Copacabana Palace. Av. Atlântica 1.702 (2548-7070). Ter a dom, das 19h às 23h. Reservas com 24 horas de antecedência.

San Omakase Room, no Leblon: 'experiência japa única' — Foto: Diego Batista
San Omakase Room, no Leblon: 'experiência japa única' — Foto: Diego Batista

San Omakase Room. Com apenas oito lugares no balcão, o restaurante intimista procura trazer uma imersão na mesa e na cultura japonesas. Do outro lado, oito profissionais ficam a postos para entrar em ação, comandados pelo sensei André Nobuyuki Kawai. Em duas horas e meia, seis etapas (que se desdobram em muitas) e chás fumegantes em um menu omakase que revela as singularidades da cultura nipônica. Do corte largo de um bluefin trazido do Mar Mediterrâneo na véspera; ao omelete japonês na frigideira retangular de cobre; com wasabi fresco, ralado e misturado na hora. Com pargo, robalo, tainha, sardinha, prejereba, olho-de-cão, enguia, cortes de bluefin akami, chutoro e otoro, os sushis podem vir com dois tipos de arroz de acidez distintas, o que muda tudo. De sobremesa, uma cerejeira de espuma cítrica, com tronco de chocolate e terra de matchá. A casa só abre quatro vezes na semana, trabalha apenas com reservas e recebe com dois menus fechados surpresa: o Tokubetsu (R$ 680) e o Nigirizushi (R$ 470). Rua Conde Bernadote 26, Leblon. Qua a sáb, às 20h. Somente com reservas: 2112-5199.

Duas estrelas:

A dupla estrela significa uma cozinha excelente, com pratos surpreendentes e originais, para a qual vale um desvio.

Lasai. Desde 2022 em um espaço exclusivo para dez pessoas acomodadas no confortável balcão, em Botafogo, o chef Rafa Costa e Silva, moldado por mestres da culinária contemporânea na Espanha — ele foi braço-direito de Andoni Luis Aduriz, do premiado Mugaritz, no País Basco — dá atenção esmerada a cada detalhe, no preparo das receitas à frente do cliente. O menu é extenso e segue o conceito farm-to-table (do campo à mesa): são 15 atrações preparadas com ingredientes simples, orgânicos, a maioria vegetais, vindos das fazendas e hortas de Rafa e Malena, sua mulher e anfitriã no pequeno salão. Preparados com técnica esmerada e criatividade, pratos como grão-de-bico com abacate, couve rábano e ikura; ceviche de pupunha; ostras com coco e limão-caviar; batata-doce, ricota, abobrinha e pecan estão entre as possíveis aberturas da noite. O baile segue com porco curado com banana e sarraceno, vieiras com cogumelos e castanha-de-caju, camarão carabineiro com abóbora e couve-de-bruxelas. As sobremesas são três. O jantar pode ser harmonizado com oito vinhos, boa parte deles naturais, garimpados a dedo pela sommelière Maíra Freitas (consagrada a melhor do país nesta edição), e um saquê de polimento nas alturas. Com cifras idem: R$ 1.150, mais R$ 550 pelas taças e 12% de serviço. Largo dos Leões 35, Humaitá (3449-1854). Ter a sex, às 20h. Sáb, às 19h e às 22h30.

Oteque. No casarão de 1938 em Botafogo, o paranaense Alberto Landgraf, filho de pai alemão e mãe japonesa, privilegia os peixes e frutos do mar em sua cozinha moderna, minimalista e altamente técnica, lapidada no Japão e em Londres com os chefs Tom Aikens e Gordon Ramsay. Da cozinha aberta, Landgraf manda pratos como a sardinha em conserva com foie gras no brioche, atum rabilho com caviar e maionese de peixe, ouriço com creme de mexilhão e cebola assada, músculo braseado com cenoura assada, tutano e castanha caramelizada. O menu sazonal de oito etapas (sendo seis de peixes, uma de carne vermelha e uma de sobremesa, que pode sempre ir além) custa R$ 895. Se quiser acompanhar com vinhos — rótulos de pequenos produtores garimpados pelo sommelier Léo Silveira servidos em taças austríacas Zalto, as melhores e mais caras do mundo —, acrescente R$ 675 ou R$ 795 (com rótulos premium). Rua Conde de Irajá 581, Botafogo (3486-5758). Ter a sáb, das 19h às 23h30.

Oro. Instalado num atraente espaço no Leblon, o restaurante do chef Felipe Bronze, que depois de conquistar os amantes da boa mesa ganhou fama com o grande público comandando programas de TV, se apresenta como cozinha brasileira de vanguarda, feita no fogo. A casa, que manteve suas duas estrelas Michelin, sob o comando do chef e da sommelière Cecilia Aldaz, trabalha com dois menus degustação, Criatividade (R$ 690), mais robusto, e Afetividade (R$ 590). A primeira seção do cardápio, batizada de “comer com as mãos”, é comum aos dois menus e tem 11 “snacks”, coisas como ostra, jabuticaba e shissô roxo; ou pescado, melão e matcha. A segunda parte, “com talheres”, dependendo do menu escolhido com direito a duas ou quatro opções, tem etapas como cordeiro com homus de feijão-manteiguinha; e black cod, missô e bok choy. A harmonização acrescenta R$ 290 ou R$ 370 (no menu com mais etapas). Após sobremesas a escolher, como “tudo coco”, vale fechar com o café (coado ou expresso) mais gostosuras (R$ 30), que vem com brigadeiro oro, cajuzinho, pudim e queijadinha. Leblon: Rua General San Martin 889 (98596-2230/3841-6859). Ter a sex, das 19h às 23h. Sáb, das 13h às 15h e das 19h às 23h.

Metodologia universal

Criado pelos irmãos André e Édouard Michelin em 1900 para incentivar viagens de carro, o guia trazia desde dicas de como trocar pneu a mapas e listas de restaurante e hotéis. As estrelas começaram a ser distribuídas em 1926, e o ranking de uma a três entrou em vigor cinco anos depois. Desde então, a metodologia de avaliações é seguida à risca, e a aura de mistério que envolve as visitas se mantém. É um dos segredos mais bem guardados da gastronomia.

Diferentemente de outras premiações, como o 50 Best, que reúne um time de mais de mil jurados (entre jornalistas e críticos, chefs, donos de restaurantes e influenciadores), o Michelin preza pela discrição total e tem inspetores próprios. São funcionários especializados, com um olhar mais técnico, que viajam anonimamente — atualmente, o guia avalia mais de 30 mil estabelecimentos em 40 países — e comem em média em 250 restaurantes por ano. A identidade dos inspetores é mantida sob sigilo absoluto: a empresa só conta que o time representa 15 nacionalidades e 25 idiomas.

Prato do Lasai, restaurante carioca com uma estrela Michelin: origem dos insumos conta na avaliação — Foto: Divulgação/Rodrigo Azevedo
Prato do Lasai, restaurante carioca com uma estrela Michelin: origem dos insumos conta na avaliação — Foto: Divulgação/Rodrigo Azevedo

Ao contrário do que muita gente pensa, ambiente ou qualidade do serviço não são levados em conta ao atribuir estrelas. O que entra em jogo são a qualidade e origem dos ingredientes, o domínio das técnicas, a harmonia dos sabores, a personalidade do chef na cozinha e a consistência entre as visitas. De acordo com a instituição, os inspetores se revezam para voltar aos restaurantes em épocas distintas. Eles não tomam notas no lugar, mas depois escrevem um relatório detalhado, e as decisões são tomadas em conjunto. Os mesmos critérios são seguidos em todo o mundo.

— É isso que garante que uma estrela em Tóquio mostre a mesma promessa de qualidade que uma estrela em Nova York ou no Rio — afirma Gwendal Poullennec, diretor Internacional da publicação.

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