Os discos imperdíveis do primeiro semestre de 2018

Revelado através dos White Stripes - duo criado com sua ex-mulher, a baterista Meg, que alcançou o grande público no começo do século e acabou em 2011 - Jack White divide opiniões neste seu terceiro álbum solo que passa por todas as fases da música americana que se possa pensar.

Em 'Amor é isso', Erasmo retorna ao seu melhor personagem, o cantor romântico e filosófico , que conseguia invadir as ondas do rádio com a voz sem polimento. Além de canções próprias, o disco traz composições de Marcelo Camelo (“Sol da Barra”), Nando Reis (“Minha âncora”) e parcerias com Arnaldo Antunes (“Parece que foi hoje”) e Adriana Calcanhotto

Com 13 faixas, produção e convidados de primeira, alguma variedade musical e muita segurança nos raps, o disco desta ex-stripper e ex-participante de reality show de ascendência dominicana é uma das mais poderosas estreias da história do hip-hop.

Disco do expoente do novo jazz Kamasi Washington tem 144 minutos, divididos nos lados “Earth” (mais extrovertido, mundano) e “Heaven” (mais interiorizado, espiritual). Neste LP quádruplo , o saxofonista americano de 37 anos reelabora o melhor do estilo nos anos 1950 a 1970.

Em "Mana" , este carioca que cresceu em Entre Rios (interior de Minas), firmou-se em Belo Horizonte e hoje mora em São Paulo reforça o orgulho do sangue latino-americano e exala seus mestres — Belchior, Caetano Veloso, Tom Zé —, como mostra na sequência inicial, que traz “1986”, “Apologia” e “Matança”.

Com a frase "Odeio ser bipolar, é maravilhoso", Kanye West voltou com assustadora franqueza em 'ye'. No oitavo álbum, primeiro desde “The life of Pablo” (2016), o rapper passa a limpo seus tormentos mais recentes, mantendo as qualidades de produtor e versador .

Sexto álbum da banda inglesa — a mais bem-sucedida (artística e comercialmente) do rock mundial nos últimos 15 anos —, este é o disco menos convencional (e menos rock) da carreira desses garotos de Sheffield que deram uma sacudida na cena em 2006, quando estrearam com “Whatever people say I am, that's what I'm not” .

“Edu, Dori & Marcos” é um álbum de doze canções que, em vez de mirar na missão impossível de recriar a inocência de um encontro que os três tiveram no palco, no início de 1960, funciona como uma homenagem entre amigos. Marcos escolheu duas músicas de Dori e duas de Edu — que seguiram a mesma lógica.

Em seu quinto álbum (mas primeiro com uma produção "tão relevante", em suas palavras) , o músico de 22 anos atravessa as margens da Zona da Mata de Pernambuco para lançar sua ciranda em novos ares. Assim, leva adiante a bandeira dos ritmos tradicionais e as influências do cultuado compositor Siba.

Terceiro álbum do cantor, compositor, violonista e arranjador carioca Thiago Amud, “O cinema que o sol não apaga” é bem mais que um disco : é praticamente uma catedral, na qual se empilham referências das mais variadas — folclóricas, populares, eruditas, contemporâneas, brasileiras ou não.

Os californianos do Deafheaven partem de um dos subgêneros mais impenetráveis e menos comerciais do rock — o black metal — para conceber, em 2018, um disco com sabor de clássico, dentro da grande tradição .