Oscar 2024: veja curiosidades sobre os indicados ao melhor Design de Produção

Em meio às 13 categorias do Oscar, está o Design de Produção, que desempenha um papel fundamental na criação visual e estética do filme. Isso inclui a concepção de cenários, figurinos, adereços, iluminação e todos os elementos visuais que compõem a ambientação da narrativa cinematográfica. Os profissionais de design de produção desempenham um papel crucial na materialização da visão do diretor, contribuindo significativamente para a experiência sensorial e estética do público.

Para uma produção concorrer para a categoria de Design de Produção, ela deve atender a certos critérios estabelecidos pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas. Alguns desses requisitos são:

• Excelência artística e técnica: A produção deve exibir um trabalho artístico notável e técnico na criação de ambientes visuais que aprimoram a narrativa do filme.
• Contribuição significativa à história: O design de produção é essencial para a compreensão da história, de modo que proporciona um contexto visual que enriquece a experiência do espectador.
• Inovação e criatividade: A produção deve apresentar elementos visuais inovadores e criativos que se destacam, seja pela originalidade na escolha dos cenários, pelo uso de tecnologia avançada ou pela combinação única de elementos visuais.

O Oscar 2024 promete ser uma celebração não apenas da excelência de quem está na frente das câmeras, mas também dos talentos por trás delas. Conheça quais filmes foram indicados na categoria de Design de Produção e curiosidades desses títulos.

Roteirizado e dirigido por Greta Gerwig, o filme Barbie (2023) levou todos ao cinema vestindo rosa e foi um sucesso de bilheteria, alcançando mais de R$ 6 bilhões. O longa acompanha a rotina em Barbieland, onde todas as Barbies vivem em completa harmonia, até que uma das bonecas (interpretada por Margot Robbie) começa a desconfiar dessa vida perfeita. Confira algumas curiosidades por trás de toda a produção:

1. Falta da cor rosa no mundo

Já pensou em simplesmente não existir tinta rosa no mundo? Para criar o cenário perfeito e inserir os espectadores na Barbieland, muita tinta rosa foi utilizada, o que levou a uma escassez global.

2. Mundo desproporcional

No filme, a Barbie e todos os outros personagens são 23% maiores do que todo o resto da Barbieland e isso foi pensado de forma intencional. A fim de causar uma certa estranheza de como os acessórios da boneca são menores, eles proporcionaram isso nas telonas. Isso explica o motivo de alguns objetos serem pequenos, assim como o carro ou a própria Dreamhouse, que tem um teto baixo.

3. Inspiração no terror

Por mais que Barbie seja um filme cheio de cores e inspirado para ser um filme de comédia e fantasia, ele tem inspirações no filme de terror Psicose. A designer de produção, Sarah Greenwood, afirmou que a casa da Barbie Estranha foi inspirada no filme de Alfred Hitchcock.

4. Corrida Maluca

Além de referências ao mundo do terror, um desenho clássico dos anos 60 também serviu de inspiração para o filme. Mais uma vez colocando a Barbie Estranha em destaque, seu carro/ambulância é inspirado no 'Cupê Mal-Assombrado', o carro 2 da dupla Medo e Medinho da Corrida Maluca. Ao colocá-los lado a lado, é possível perceber a semelhança no formato dos carros.

Com atores de peso no elenco, como Emma Stone, Mark Ruffalo e Willem Dafoe, Pobres Criaturas (2023) é um filme de ficção científica e romance dirigido por Yorgos Lanthimos. O roteiro é de Tony McNamara e a direção de arte é comandada por Shonda Heath e James Price. O filme é baseado no livro de mesmo nome de Alasdair Grey, que traz uma referência ao clássico Frankenstein. A narrativa se passa na Era Vitoriana e acompanha Bella Baxter (Emma Stone), trazida de volta à vida após seu cérebro ser substituído pelo de uma criança que ainda não nasceu. Veja 4 curiosidades sobre os bastidores!

1. Gravado em Budapeste

Pobres Criaturas foi gravado em diversos sets construídos em Budapeste, na Hungria. Em meio aos cenários, Bella explora o mundo e faz viagens, como Londres e Lisboa.

2. Casa de Bella Baxter

Ao criar os cenários, Shonda Heath e James Price tiveram grandes influências da era vitoriana londrina, assim como a casa de Bella. A propriedade possui um estilo neoclássico e diversas pinturas, antiguidades e obras de arte do século XIX decoram os ambientes, e foi inspirado no Sir John Soanes Museum, em Londres.

3. Mistura de estilos

A fim de aproveitar ao máximo os estilos arquitetônicos da Era Vitoriana, os designers misturam referências arquitetônicas para os cenários em Lisboa. Além disso, criaram contrastes e texturas diferentes que se emendam entre si, da mesma forma que o médico (interpretado por Willem Dafoe) emenda animais.

Dividindo as atenções com Barbie, de Greta Gerwig, Oppenheimer (2023) conquistou uma bilheteria de R$ 4 bilhões. O longa dirigido e roteirizado por Christopher Nolan, e com a direção de arte de Ruth de Jong, relata a história de J. Robert Oppenheimer (interpretado por Cillian Murphy), o cientista que desenvolveu a bomba atômica durante a Segunda Guerra Mundial. Com efeitos especiais, uma história densa e uma narrativa interessante, Oppenheimer conta com nomes como Emily Blunt, Florence Pugh, Robert Downey Jr. no elenco.

1. Cena de explosão

Para causar ainda mais impacto nos espectadores e até mesmo no elenco e produção, a cena de explosão da bomba foi feita sem computação gráfica. O diretor Christopher Nolan e toda a equipe criaram uma explosão real, mas em miniatura, com elementos que simularam os efeitos do brilho e da nuvem que se forma.

2. Filmagens

O longa de 3 horas foi filmado principalmente no Novo México e na Califórnia, onde a equipe construiu cenários externos com uma visão de 360º, para que pudesse ser filmado de todos os ângulos e não ter apenas um lado voltado para a câmera.

3. Albert Einstein

Deixando a narrativa de Oppenheimer ainda mais próxima da realidade, a produção do filme obteve permissão para utilizar o antigo escritório de Albert Einstein no Instituto de Estudos Avançados. O espaço foi remodelado e passou a ser o escritório de J. Robert Oppenheimer (interpretado por Cillian Murphy). Isso aconteceu porque o escritório original de Oppenheimer passou por reformas ao longo dos anos, já o de Einstein permanecia intacto em seu estilo original.

Estrelado por Joaquin Phoenix, Napoleão (2023), dirigido por Ridley Scott, narra através das lentes de seu relacionamento com a Imperatriz Josephine como Napoleão Bonaparte chegou ao poder. Contando com Aline Leonetto como diretora de arte, o filme retrata a longa jornada de Napoleão até ser exilado na ilha de Santa Helena. O filme passa por diversos cenários importantes para contar a história do monarca. Confira curiosidades sobre os locais onde o filme foi gravado:

1. Explosão das Pirâmides de Gizé

Ao contrário do que é apresentado no filme, Napoleão Bonaparte não disparou canhões nas Pirâmides de Gizé. A batalha das pirâmides aconteceu em 1798, onde o monarca francês tinha o objetivo de cortar a ligação do Império inglês com as rotas que chegavam à Índia. No longa, é retratado Bonaparte disparando diretamente para as pirâmides, mas isso não aconteceu. As pirâmides estavam à vista das tropas do monarca, mas não estavam perto.

2. Catedral de Lincoln

Localizada em Lincolnshire, na Inglaterra, a gótica Catedral de Lincoln é o cenário onde acontece a coroação de Napoleão e Josephine. Entretanto, na verdadeira história, a cerimônia aconteceu na Catedral de Notre-Dame, em Paris.

3. Boughton House

Utilizada como o castelo de Napoleão no filme, a Boughton House fica em Northamptonshire, na Inglaterra e possui inspirações na arquitetura francesa. No século 17, a propriedade foi herdada pelo Duque de Montagu e passou por uma reforma, que é o cenário atual.

4. Petworth House

Construída no século 17 e inspirada nos castelos barrocos, a Petworth House, em West Sussex, é retratada como o palácio de Josephine. A propriedade possui uma enorme coleção de arte, incluindo pinturas renascentistas e objetos únicos, como o primeiro globo terrestre inglês.

5. Blenheim Palace

Situado em Oxfordshire, na Inglaterra, o local é o cenário perfeito para recriar os salões de Fontainebleau e o Palácio de Tulherias, na França. O palácio foi erguido no século 18 após a vitória de John Churchill na Batalha de Blenheim.

Inspirado no best-seller de David Grann e em uma história real, Assassino da Lua das Flores (2023) conta sua história a partir do relacionamento entre Ernest Burkhart (Leonardo DiCaprio) e Mollie Kyle (Lily Gladstone). A obra, dirigida por Martin Scorsese e com a direção de arte comandada por Jack Fisk, remonta aos anos 1920, em Oklahoma, onde assassinatos misteriosos aconteceram contra a tribo indígena Osage, uma terra rica em petróleo.

1. Período histórico e local

O longa é ambientado em uma Oklahoma do início do século 20, nos anos 1920. Nesse começo de período histórico, o diretor explora a história vergonhosa dos americanos através dos personagens.

2. Cenário construído do zero

Para tornar a narrativa ainda mais real e imersiva, a casa do pecuarista William Hale (interpretado por Robert De Niro) e a casa de campo de Mollie Kile (interpretada por Lily Gladstone) foram construídas do zero.

3. Nação Osage

Com uma história e narrativa tão importante, a produção estudou toda a história da Nação Osage por meio do livro de mesmo nome de David Grann. Além disso, os roteiristas Martin Scorsese e Eric Roth consultaram os líderes do Povo Osage, a fim de evitar cair em estereótipos negativos e racistas.