• 02/09/2019
  • POR NEWTON LIMA* | ILUSTRAÇÕES CLAUDIA LIZ
Atualizado em
Iluminação: como escolher e pensar cada ambiente da casa (Foto: Divulgação)

O que antes era mera questão de consciência, hoje segue encabeçando nossa planilha de orçamentos domésticos: a conta de luz. Nem sempre tivemos razão para refletir sobre o processo e custos de produção da energia elétrica, mas após sucessivas ameaças de racionamento fomos conduzidos não só a entender como a estabelecer limites importantes nas rotinas diárias. Sustentabilidade!

Convivemos com gráficos e cores nas contas de luz. Planos de incentivo e multas por excessos vem moldando nosso modelo de consumo, mas será que estamos “criando juízo” na origem do entendimento ou seguimos simplesmente com receio das despesas no final do mês?

A iluminação correta transforma qualquer ambiente. Ela é responsável pela nossa primeira impressão sobre um espaço, assegurando a sensação de conforto visual. Definir um projeto de iluminação está diretamente relacionado à proposta do ambiente, considerando que apenas com luzes diferentes a mesma sala de estar pode ganhar um tom intimista, romântico, alegre e agregador. Por outro lado, erros podem ser comprometedores: um local mal iluminado se tornará frio, insosso e impessoal por não ter suas características valorizadas.

Iluminação: como escolher e pensar cada ambiente da casa (Foto: Divulgação)

Para facilitar o entendimento, destaco os tipos mais comuns de pontos de luz:

– Difuso: luz que não incide num único foco direto e que visa iluminar o ambiente como um todo. Exemplo: pontos de luz no teto;

– Indireto: luz restrita, que compõe a decoração do ambiente com pequenos e limitados focos de luz. Exemplo: bocais, abajures, luminárias de piso;

– Dirigido: luz proveniente de uma direção única e que geralmente ilumina um objeto especifico. Exemplo: spots, arandelas e pendentes.

Iluminação: como escolher e pensar cada ambiente da casa (Foto: Divulgação)

Qual seria a luz adequada para cada cômodo da casa?

Hall

A primeira impressão é a que fica! A atmosfera deve ser convidativa, por isso pontos de luz difusos exercerão um papel correto nesse caso.
Tipo de luz: quente/amarela

Sala de estar

É o onde as pessoas recebem e passam a maior parte do tempo. A iluminação na sala de estar deve ser confortável aos olhos e, ao mesmo tempo, possibilitar conversas e entretenimento com a TV, se for o caso. As luzes podem ser focadas nas áreas de leitura ou lazer e spots no teto ou arandelas na parede poderão destacar os quadros. Abajures nas mesas laterais valorizam objetos de decoração e dão um tom intimista.
Tipo de luz: quente/amarela

Sala de jantar

Muito embora o projeto deva contemplar a sala inteira, o foco da iluminação está na mesa de jantar. Pendentes são muito comuns nesses casos, e o uso de um dimmer (aparelho que regula a intensidade da luz) vai assegurar o tom desejado a cada ocasião, desde jantares românticos com luz baixa, até um encontro de amigos, com intensidade maior de luminosidade.
Tipo de luz: quente/amarela

Cozinha

Como se trata de um ambiente de atividade intensa, a luz deve ser bem clara, até para evitar acidentes. O ideal é instalar pontos difusos ao longo do layout com luminárias apropriadas.
Tipo de luz: fria/branca

Escritório, banheiro e área de serviço

Vale a mesma regra da cozinha. Luzes fracas podem causar sonolência, então pontos de iluminação fortes são mandatórios, mas considere lâmpadas fluorescentes e LED que aquecem menos.
Tipo de luz: fria/branca

Quarto

Aqui a iluminação deve ser acolhedora (fora da área do closet). Considere um ponto central abrangente e pontos indiretos auxiliares por meio de arandelas na parede ou abajures nas mesas laterais da cama para leitura.
Tipo de luz: quente/amarela

Iluminação: como escolher e pensar cada ambiente da casa (Foto: Divulgação)

Dicas rápidas!

– Para economizar energia e tornar o ambiente mais harmonioso, o ideal é pintá-lo em cores claras. Evite pintar muitas paredes e teto com cores escuras, pois isso exige mais luz para compensar, podendo elevar o consumo de energia devido ao acumulo de calor.

– Nada impede o uso de uma única parede colorida, ou aplicação de papéis de parede e revestimentos diversos. Existem no mercado tintas de cor branca que refletem mais a luz, ideais para o teto. 

– A iluminação incorreta pode causar ofuscamento ou redução na capacidade de distinguir detalhes e objetos. Isso ocorre quando a luz é mal distribuída no ambiente e apresenta contrastes excessivos. Atenção na escolha dos tipos de lâmpada e respectivas potências!

– Lâmpadas fluorescentes estão dominando o mercado. Antes utilizadas apenas em escritórios, tomaram forma e design para adequação em todos os bocais e para todas as situações. Aqui o consumo é bem menor. Avalie.

Iluminação: como escolher e pensar cada ambiente da casa (Foto: Divulgação)


– Valorize a luz natural substituindo as cortinas de tecido pesado por tecidos mais leves, fluidos e com alguma transparência. Se o ambiente possui pé-direito alto (distância do teto ao piso) instale as cortinas bem acima do umbral, para valorizar a altura do espaço. Um pé-direito regular tem 2,60 m.

– O mercado dispõe de vários modelos de persianas translúcidas com filtro solar na composição. Considere esse atributo onde há forte incidência de luz solar – assim, você evitará superfícies danificadas e alterações na cor de objetos e livros com o passar do tempo.

Por hoje ficamos por aqui. Até a próxima!

Iluminação: como escolher e pensar cada ambiente da casa (Foto: Divulgação)

*Newton Lima é formado em administração de empresas, mas é como designer de interiores, cenógrafo e comunicador que se reinventou e viu seu nome crescer. Nas redes sociais, ele já acumula milhares de seguidores por conta de seus inúmeros projetos autorais e curadoria de imagens e assuntos, fruto de um olhar criterioso. Quinzenalmente na Casa Vogue, a coluna “Use bem o que se tem” trará dicas descoladas de decoração, com o melhor do design brasileiro e do mundo e o que mais vier de seu radar ligado 24 horas por dia.