Lazer e cultura

Por Chloe Malle*


Uma vista de The Barbie Way Cul-de-Sac, com um pano de fundo pintando as montanhas de San Jacinto — Foto: Jaap Buitendijk/Divulgação Warner Bros. Pictures
Uma vista de The Barbie Way Cul-de-Sac, com um pano de fundo pintando as montanhas de San Jacinto — Foto: Jaap Buitendijk/Divulgação Warner Bros. Pictures

A Dreamhouse da Barbie não é um lugar para os tímidos. “Não há paredes, nem portas”, conta Greta Gerwig por e-mail. “A Dreamhouse presume que você não tem nada que gostaria que fosse privado – não tem lugar para se esconder”. Essa metáfora doméstica em camadas provou ser uma fonte rica para o cineasta, cuja homenagem para a icônica boneca da Mattel chegará em live-action aos cinemas brasileiros em 20 de julho.

O quarto da Barbie apresenta uma cama em forma de coração com uma colcha de lantejoulas — Foto: Jaap Buitendijk/ Courtesy of Warner Bros. Pictures
O quarto da Barbie apresenta uma cama em forma de coração com uma colcha de lantejoulas — Foto: Jaap Buitendijk/ Courtesy of Warner Bros. Pictures

Para traduzir este mundo imaginário para as telas, Gerwig recrutou a designer de produção Sarah Greenwood e a decoradora de cenários Katie Spencer, a equipe londrina por trás de reinos de época como em Orgulho e Preconceito e Anna Karenina. As duas se inspiraram no mid-century modernista de Palm Springs, incluindo a Kaufmann House de Richard Neutra, de 1946, e outros ícones fotografados por Slim Aarons. “Tudo sobre essa época era perfeito”, diz Greenwood, que se esforçou “para tornar a Barbie real neste mundo irreal”.

Área de estar toda rosa que se abre para a piscina  — Foto:  Jaap Buitendijk/ Courtesy of Warner Bros. Pictures
Área de estar toda rosa que se abre para a piscina — Foto: Jaap Buitendijk/ Courtesy of Warner Bros. Pictures

Nem ela, nem Spencer tiveram uma Barbie antes, então eles encomendaram a Dreamhouse pela Amazon para estudar. “A escala era bem estranha”, lembra Spencer, explicando como eles ajustaram as proporções peculiares dos quartos para 23% menores do que o tamanho humano para o set. “Na verdade, o quarto fica bem perto da cabeça e são necessários apenas alguns passos para atravessar a sala. Tem o estranho efeito de fazer os atores parecerem grandes no espaço, mas pequenos no geral”, fala Gerwig.

A atriz Margot Robbie como Barbie, descendo pelo escorregador em tamanho real da Dreamhouse erguida no Warner Bros Studios, em Leavesden na England — Foto: Jaap Buitendijk/ Courtesy of Warner Bros. Pictures
A atriz Margot Robbie como Barbie, descendo pelo escorregador em tamanho real da Dreamhouse erguida no Warner Bros Studios, em Leavesden na England — Foto: Jaap Buitendijk/ Courtesy of Warner Bros. Pictures

Erguida no Warner Bros Studios, nos arredores de Londres, a casa cinematográfica da Barbie reinterpreta o trabalho de Neutra como uma fantasia fúcsia de três andares, com um escorregador que se enrola em uma piscina que tem formato de rim. “Eu queria capturar o que tinha de tão ridiculamente divertido nas Dreamhouses”, conta Gerwig fazendo alusão com encarnações passadas, como o modelo boêmio dos anos 1970 (equipado com abajur trompe l’oeil Tiffany) e a mansão Queen Anne Victorian dos anos 2000, completa com espreguiçadeiras Philippe Starck. “Por que descer escadas quando você pode deslizar para dentro da piscina? Por que subir escadas quando você pode pegar um elevador que combina com o seu vestido?”. Suas próprias referências variaram de As Grandes Aventuras de Pee-wee, pinturas tortas de Wayne Thiebaud’s para o pequeno sótão do pintor Gene Kelly em An American in Paris.

No segundo andar, o closet da Barbie apresenta vitrines de caixas de brinquedos com as roupas penduradas — Foto: Jaap Buitendijk/ Courtesy of Warner Bros. Pictures
No segundo andar, o closet da Barbie apresenta vitrines de caixas de brinquedos com as roupas penduradas — Foto: Jaap Buitendijk/ Courtesy of Warner Bros. Pictures

Para o quarto da Barbie, a equipe combinou uma cabeceira estofada em veludo com uma colcha de lantejoulas. O armário dela, entretanto, revela roupas coordenadas em vitrines de caixa de brinquedos. “É definitivamente uma casa para uma mulher solteira”, conta Greenwood, observando que quando a primeira Dreamhouse (uma casa dobrável de papelão) foi vendida em 1962, era raro uma mulher possuir sua própria casa. “Ela é o ícone feminista definitivo”, acrescenta Spencer.

Confira o interior da Dreamhouse da Barbie, uma fantasia no mundo real — Foto: Jaap Buitendijk/ Courtesy of Warner Bros. Pictures
Confira o interior da Dreamhouse da Barbie, uma fantasia no mundo real — Foto: Jaap Buitendijk/ Courtesy of Warner Bros. Pictures

Em Barbie, como em filmes anteriores como Adoráveis Mulheres e Lady Bird, Gerwig criou um mundo inteiro. “Estávamos literalmente criando um universo alternativo da Barbielândia”, diz o diretor que buscava “autêntica artificialidade” em todas as oportunidades. Como um exemplo, ela cita o uso de um pano de fundo utilizado feito à mão em vez de CGI para capturar o céu e as montanhas de San Jacinto. “Tudo precisava ser tátil, porque os brinquedos são, acima de tudo, coisas que você toca.”

Tudo também precisava ser rosa. “Manter a criancice era fundamental", conta Gerwig. “Eu queria que os tons de rosa fossem bem brilhantes e que tudo fosse quase demais”. Em outras palavras, ela continua, ela não queria “esquecer o que me fez amar a Barbie quando eu era pequena”. A construção, aponta Gerwig, causou uma busca internacional na tonalidade fluorescente da tinta Rosco. “O mundo”, ela ri, “ficou sem rosa”.

*Matéria originalmente publicada na Architectural Digest
Traduzido por Maria Mesquita

Mais recente Próxima Casa de Mauritânia em 'Todas as Flores' é joia da arquitetura carioca; conheça
Mais do Casa Vogue

O distrito criativo tem arquitetura de interiores com influências brasileiras e da estética das casas espalhadas por grandes cidades em todo o mundo, como Berlim, Roma, Barcelona e Nova York

Por dentro da recém-inaugurada Soho House São Paulo, na Cidade Matarazzo

A marca holandesa Hunter Douglas, especialista no segmento de cortinas, persianas e coberturas, aposta na tecnologia para transformar a relação entre os espaços

Esta peça é o segredo para promover bem-estar e ampliar a conexão com o exterior em ambientes internos

O doce leva leite condensado, milho e canela! Veja tudo o que você precisa para não errar

Aprenda uma receita de canjica rápida e deliciosa

De acordo com a arquiteta Carolina Munhoz, integração estética, ergonomia, iluminação, organização e privacidade são os cinco pontos chave para construir um ambiente perfeito

Home office na sala: dicas e ideias para equilibrar o espaço de trabalho e relaxamento

Com edifícios antigos e paisagens pitorescas, estas cidades encantam com seus ares de épocas passadas

7 cidades lindas que parecem congeladas no tempo

Com pouco mais de 100 m², a residência possui três quartos, dois banheiros, garagem e quintal de 300 m²

Casa à venda nos EUA gera polêmica: quem comprar só poderá se mudar depois de 30 anos

A residência em Alphaville, em São Paulo, foi repaginada pelo escritório Fantato Nitoli Arquitetura

Reforma deixa casa de 500 m² mais iluminada e arejada

Nem casa, nem trabalho: o conceito de terceiro lugar tem como premissa espaços públicos onde é possível estabelecer vínculos e encontrar conforto para a mente e o coração

Terceiro lugar: 5 criativos revelam locais em São Paulo onde a conexão afetiva prevalece

Aquecedor, ninho de berço e mais – veja produtos a partir de R$48,98

8 itens para deixar o quarto do bebê quentinho no inverno

A Mega Tirolesa terá 3,4 km de extensão e ficará na cidade de Socorro, com início do trajeto localizado no Pico da Cascavel

São Paulo terá a maior tirolesa do mundo