![Quando surgiu o beijo grego e de onde vem esse nome? — Foto: Getty Images](https://cdn.statically.io/img/s2-marieclaire.glbimg.com/UL61xwEneGmNI_IL47qkvul9NZg=/0x0:4500x3000/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_51f0194726ca4cae994c33379977582d/internal_photos/bs/2024/C/l/RKxzfoRu2ZVJaqY7svdw/quando-surgiu-o-beijo-grego-e-por-que-ele-ganhou-esse-nome.jpg)
No ABC da vida e do sexo, o beijo grego é um verbete que dispensa muitas apresentações. Mas, se você precisa de uma, aqui vai: o beijo grego nada mais é do que dar uma lambida ou beijo no ânus de alguém – uma tara milenar que, surpreendentemente (ou não), começou como um carinho entre homens; e, hoje, está na boca de todo mundo. Ou quase.
A região anal é uma zona erógena que, se incluída com carinho e sem tabus no sexo, pode levar mulheres e homens a novas sensações orgásticas e intensificar o prazer. Simples de fazer, o beijo grego, porém, repele muitas pessoas não só pela área ser pouco explorada na hora de transar, mas porque a ideia de colocar a boca no ânus de outra pessoa, para alguns, causa nojo e repulsa – mas, com a higiene em dia e disposição dos dois lados, por que não dar uma chance?
A seguir, a gente te conta mais sobre a origem do beijo grego – e te ajuda a entender porque essa prática tão cheia de repulsa pode te levar do inferno ao céu.
Onde surgiu o beijo grego e por que tem esse nome
O beijo grego não necessariamente nasceu como uma forma de liberdade sexual ou de experimentar novas formas de prazer. Pelo contrário: surgiu na Grécia Antiga mais como uma questão prática.
Naquela era, que durou entre 1100 e 146 a.C., durante as orgias que eram organizadas entre os gregos, os homens caíam de boca na região anal para lubrificação. Isso porque o ânus, ao contrário do canal vaginal, não tem lubrificação própria. Então, era uma forma de conseguir facilitar a penetração.
(Aqui um disclaimer importante: o ideal nos dias de hoje para lubrificar o ânus para penetração é usar e abusar dos lubrificantes – seja para intensificar o prazer, trazer mais conforto à prática e para não machucar a região.)
Por mais que o nome seja marca registrada, beijo grego não é, necessariamente, o termo usado em todas as regiões do mundo para descrever um beijo no ânus.
Aqui no Brasil mesmo temos as variações anilíngua e cunete (essa última virou uma espécie de apelido carinhoso). Em países onde o espanhol é língua nativa, também é comum se referir à prática como beso negro (beijo negro, em português).
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Por que o beijo grego é considerado tabu?
Em entrevista concedida a Marie Claire em outubro, a socióloga, psicanalista e membro da Sociedade Psicanalítica Iracy Doyle Ingrid Gerolimich explica que o motivo pelo qual se pensa que a boca e a região anal não combinam é um reflexo de uma sociedade conservadora e patriarcal, que estabelece regras sobre o que é aceitável ou não entre quatro paredes – e, assim, nos priva de dar novas asas ao tesão.
“O sexo é reflexo da maneira como a sociedade se organiza, e esse modelo pode sim aprisionar corpos e desejos”, reforça a socióloga.
Isso e o fato de o ânus ser um órgão tido como “sujo” e escatológico tende a afastar as pessoas de se arriscarem para dar uma bitoca ali. O ideal para desmistificar dessas amarras é ter bastante diálogo com a parceria sobre esses mitos que cercam o beijo grego. E, claro, a tentativa e a prática podem levar à perfeição – neste caso, ao delírio.