A escolha do método contraceptivo pode ser confusa para algumas mulheres. São tantas opções disponíveis, que muitas vezes não sabemos qual é a melhor aposta. No entanto, se o critério for eficácia, uma das melhores possibilidades é o dispositivo intrauterino (DIU).
A eficácia de uma estratégia contraceptiva pode ser medida de algumas maneiras. Uma delas é o Índice de Pearl. Essa metodologia calcula o número de pessoas que, dentro de um grupo de 100 indivíduos, engravidaram usando um método durante um ano.
A metodologia compara ainda o uso correto, aquele que segue a prescrição de bula, e o uso habitual. A eficácia da pílula anticoncepcional, por exemplo, uma das ferramentas mais utilizadas para prevenir a gravidez indesejada, varia bastante no primeiro e no segundo cenário.
Diferença entre o uso correto e o uso habitual
Se a pessoa fizer o uso correto da pílula que combina progesterona e estrogênio, terá 0,3% de risco de engravidar em 12 meses. Porém, no uso habitual a probabilidade de gravidez é de 8%.
Na vida real, é comum que a pessoa se esqueça de engolir o comprimido em um dia atribulado. Ou ela toma o remédio e, em seguida, tem uma diarreia por uma outra causa, atrapalhando a absorção do medicamento.
Já o DIU não corre esse risco, porque ele não depende da memória da usuária, nem vai deixar de agir se a pessoa tiver um problema gastrointestinal.
Por isso, de acordo com os parâmetros da Organização Mundial da Saúde (OMS), as estratégias contraceptivas classificadas como muito efetivas são aquelas que não dependem do comportamento da pessoa, como o DIU.
A taxa de erro do DIU de cobre é de 0,6% no uso correto e 0,8% no uso habitual — ou seja, praticamente a mesma coisa. No caso do dispositivo hormonal, a taxa de erro é de 0,5% e 0,7%, comparando o uso prescrito na bula e o da vida real — ambos também baixíssimos.
“A falha do DIU é muito menor do que a pílula, por exemplo. Ele oferece a comodidade de não ter que se lembrar de tomá-lo. Além disso, o DIU não costuma causar nenhum tipo de risco de interação com medicamentos”, afirma a ginecologista Mariane Nunes de Nadai, professora da Faculdade de Medicina da USP de Bauru e médica parceira da DKT South America.
“O DIU causa poucos eventos adversos, quando comparado a qualquer método hormonal que tem estrogênio, por exemplo”, diz ela.