Saúde

Por Marcella Centofanti, Colaboração Para Marie Claire — São Paulo

Foi por insistência que a jornalista Natalia Machuca, de 37 anos, descobriu que tinha no nariz a forma mais comum de câncer no Brasil. O tumor de pele não melanoma corresponde a cerca de 30% de todas as formas malignas da doença registradas no país.

“Eu costumo dizer que meu anjo da guarda trabalhou ativamente, porque eu sou uma pessoa meio relapsa. Só que, por algum motivo, eu fiquei encucada com um machucadinho no meu nariz”, relata.

Machuca notou que a ferida às vezes inchava, em um formato circular. Depois, criava uma casquinha e desaparecia por completo. Dali a pouco, o ciclo se repetia, em um processo que, segundo seus cálculos, deve ter durado no mínimo doze meses.

Em uma consulta de rotina com a dermatologista que a acompanhava há cerca de oito anos, a paciente mostrou o sinal. A médica, no entanto, a tranquilizou, dizendo que era só um sebinho. A jornalista argumentou que estava encucada com a ferida. Para acalmá-la, a dermato retirou o “sebinho” e enviou o material para uma biópsia.

Quando voltou ao consultório para pegar o resultado da análise, em agosto do ano passado, Machuca diz que a dermatologista tinha uma expressão de susto. A biópsia havia confirmado a presença de um carcinoma basocelular na paciente.

“Se dependesse da médica, eu nem teria feito a biópsia. Como se não bastasse, ela me disse: ‘Nossa, a sua cicatriz ficou feia. Seu ponto abriu?’. Eu respondi: ‘Não, você que tirou o ponto antes do tempo’”, relembra.

Mais dois médicos e uma segunda cirurgia

Insegura, a jornalista buscou a opinião de uma segunda dermatologista. A médica concordou que não havia mais vestígio de câncer na sua pele. Três meses depois, porém, a cicatriz começou a coçar intensamente. Machuca, então, procurou um terceiro profissional, desta vez um cirurgião plástico. “Na consulta, ele disse que, embora a biópsia mostrasse que não tinha mais nada no meu rosto, ele enxergava o câncer no meu nariz”, diz.

Dias depois, a jornalista passou por uma segunda cirurgia, desta vez no hospital, e levou quatro pontos na face. A biópsia revelou que, de fato, ainda havia tecido maligno na sua pele.

Machuca afirma não entender a origem da doença. “Não sou tão branca assim, não me exponho muito ao sol e tenho menos de 40 anos. É verdade que eu sempre odiei usar filtro solar, mas eu era aquela pessoa que ficava sentada embaixo do guarda-sol”, conta. Na opinião de seu cirurgião plástico, a paciente tem uma predisposição genética ao câncer.

O discreto sinal redondo no nariz que sumia e voltava despertou a dúvida da jornalista — Foto: Arquivo pessoal
O discreto sinal redondo no nariz que sumia e voltava despertou a dúvida da jornalista — Foto: Arquivo pessoal

Tipos de câncer de pele

O câncer de pele não melanoma tem tumores de diferentes tipos. Os mais frequentes são o carcinoma basocelular, como o Machuca — que é o mais comum e também o menos agressivo — e o carcinoma epidermóide.

Para o triênio de 2023 a 2025, o Instituto Nacional de Câncer (Inca) prevê 220 mil casos de da doença por ano, sendo 118 mil em mulheres. A enfermidade tem altos percentuais de cura, se for detectada e tratada precocemente. Porém, se não tratada adequadamente pode deixar mutilações expressivas.

“Cerca de 70% dos cânceres da pele são do tipo basocelular. Eles têm um crescimento mais lento e localizado”, afirma Juliana Casagrande, dermatologista e head do departamento de dermatologia do A.C.Camargo Cancer Center.

Diferentemente do melanoma, a versão mais agressiva do tumor de pele, o basocelular somente causa metástase — quando as células cancerosas se espalham para outras partes do corpo — em casos muito avançados e raros.

Fatores de risco para câncer de pele

Segundo o Inca, os seguintes fatores elevam a chance de uma pessoa ter a doença:

- Exposição prolongada e repetida aos raios ultravioletas do sol, principalmente na infância e adolescência;
- Ter pele e olhos claros, com cabelos ruivos ou loiros, ou ser albino;
- Ter história familiar ou pessoal de câncer de pele;
- Trabalhar sob exposição direta ao sol;
- Debilidade do sistema imunológico e exposição à radiação artificial.

Sinais, sintomas e diagnóstico

O câncer de pele não melanoma aparece sobretudo nas áreas do corpo mais expostas ao sol, como rosto, orelhas e couro cabeludo. “Na grande maioria dos casos, são feridas que não cicatrizam por mais de três semanas. É um machucado mais avermelhado que eventualmente sangra, forma casquinha e não cicatriza”, aponta a médica.

O diagnóstico é clínico, feito por um dermatologista em consultório. O médico avalia o corpo da pessoa com uma lente que se chama dermatoscópio. “Em caso de suspeita, a biópsia pode confirmar o diagnóstico, por meio de um exame anatomopatológico”, diz Casagrande.

Tratamento e prevenção

Na maioria dos casos, a cirurgia é o tratamento mais indicado tanto para carcinoma basocelular como para carcinoma epidermoide. Em sitações mais raras, pode ser necessário radioterapia e quimioterapia.

As medidas de prevenção da doença são:

- Evitar a exposição ao sol entre as 10 e as 16 horas;
- Aplicar na pele protetor solar com fator de proteção igual ou maior que 30;
- Usar boné, óculos e camisetas com proteção solar no tecido;
- Se for à praia ou à piscina, ficar embaixo das barracas;
- Sempre que entrar no mar ou na piscina, reaplicar o protetor solar após o banho.

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