Saúde

Por Marcella Centofanti, Colaboração Para Marie Claire — São Paulo

Na nossa cultura, o nascimento de um bebê é associado a um dos episódios mais felizes na vida de uma mulher. No entanto, a chegada de um nenê também costuma desencadear um sentimento conflitante com a ideia de plenitude: a tristeza. Entre a melancolia dos primeiros dias e a sombra persistente do baixo astral, existe um caminho tênue que separa um quadro chamado baby blues da depressão pós-parto.

O que é o baby blues?

O baby blues, também conhecido como tristeza materna, é um quadro transitório que ocorre nos primeiros dias depois do parto. É comum que as mães experimentem um estado de tristeza, melancolia, choro frequente, sensibilidade emocional aumentada, irritabilidade e ansiedade. Estima-se que a condição acometa de 50% a 85% das pessoas que dão à luz.

“Durante o período puerperal, a mulher passa por diversas mudanças físicas, sociais e hormonais que contribuem para o surgimento do baby blues. Além disso, a adaptação à nova realidade de cuidar de um recém-nascido, o cansaço devido à privação do sono e as demandas da maternidade podem ser fatores contribuintes”, diz a psicóloga Isabela Gimenez, do Hospital e Maternidade Santa Joana.

É natural sentir tristeza e ambivalência quando um bebê chega
— Isabela Gimenez, psicóloga do Hospital e Maternidade Santa Joana

Embora não haja um prazo definido para o término desse estado emocional, espera-se que os sintomas se amenizem em duas a três semanas.

O que é a depressão pós-parto?

A depressão pós-parto é um quadro depressivo que pode surgir a partir da quarta semana após o parto até o décimo oitavo mês de vida do bebê. Seus sintomas incluem tristeza constante, perda de vitalidade, falta de prazer, distúrbios alimentares e de sono, sensação de rejeição pelo bebê e até mesmo pensamentos suicidas.

Enquanto o baby blues apresenta oscilações emocionais que podem ser amenizadas por fatores como descanso adequado e autocuidado, a depressão pós-parto é constante, persistente e interfere na funcionalidade da mulher.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), em países desenvolvidos, a incidência da doença varia entre 10% e 15% das mulheres, enquanto no Brasil, um país em desenvolvimento, a incidência sobe para 19%.

“Eu acredito que existe uma subnotificação grande. Muitas mulheres não buscam ajuda ou não são diagnosticadas. Elas retraem o sofrimento, por não ser uma reação emocional socialmente esperada no momento que nasce um bebê”, afirma Isabela Gimenez.

Quais são os fatores de risco do baby blues e da depressão pós-parto?

Isabela Gimenez aponta que algumas situações podem aumentar o risco tanto de baby blues quanto de depressão pós-parto. São eles:

- Episódios depressivos prévios, depois do parto ou não;

- Histórico familiar de depressão ou de outros transtornos psiquiátricos;

- Ambiente familiar estressor;

- Falta de suporte social e financeiro;

- Gravidez na adolescência;

- Gravidez não desejada;

- Parto ou amamentação problemáticos;

- Bebês com alguma complicação de saúde.

Como tratar o baby blues e a depressão pós-parto?

De acordo com Hospital e Maternidade Santa Joana, o baby blues pode ser o prenúncio da depressão pós-parto, se não for devidamente cuidado.

No entanto, o tratamento das duas condições difere. O baby blues não é considerado um transtorno psicológico ou psiquiátrico. Medidas de autocuidado, uma rede de apoio e a eliminação de fatores estressores, como a falta de sono, costumam ser suficientes para amenizar os sintomas.

Já a depressão pós-parto exige uma abordagem mais complexa. “É recomendado que a pessoa tenha o acompanhamento de psicólogo, psiquiatra e da equipe obstétrica. O suporte multidisciplinar desempenha um papel fundamental na recuperação da mãe”, diz Isabela Gimenez.

A psicóloga alerta que hoje existem muitos remédios antidepressivos que podem ser ingeridos com segurança tanto na gestação quanto no período de amamentação, sem prejuízo para o bebê.

Tanto o baby blues como a depressão pós-parto não aparecem do nada. As oscilações emocionais podem dar sinais durante a gestação.

“Grupos de gestantes e espaços que promovam a expressão emocional têm uma função psicoprofilática, ajudando a prevenir a depressão pós-parto e outros distúrbios psicológicos e psiquiátricos. Esses espaços também possibilitam a detecção precoce de possíveis transtornos”, aponta Isabela Gimenez.

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