A cantora Preta Gil revelou que sofreu uma sepse no último dia 23. Por causa desse diagnóstico, a artista precisou interromper o tratamento contra um câncer de intestino e se ausentar das redes sociais.
Ela contou que, após um mal-estar em casa, foi ao hospital com um quadro de desidratação. No dia seguinte, sofreu um choque séptico (forma mais grave da sepse) causado por uma bactéria que entrou no seu organismo, provavelmente pelo cateter que ela utiliza para fazer quimioterapia.
“Eu passei por momentos delicados, mas graças a Deus, aos meus orixás, às minhas santas, aos médicos que formaram uma equipe impecável, eu estou aqui agora podendo gravar esse vídeo para vocês, bem e recuperada”, disse a cantora.
Preta compartilhou que ficou com sequelas por causa da sepse, uma delas no pulmão, que está sendo tratado com antibiótico. Ela terá de passar por três semanas de reabilitação para poder retomar o tratamento oncológico.
“A minha cabeça está bem, o meu espírito está bem. Eu recebi uma enxurrada de amor da minha família e dos meus amigos. Isso foi muito importante. Como eu sempre digo, o amor cura”, postou a artista.
O que é a sepse?
A sepse é uma síndrome causada por uma resposta inflamatória exagerada do corpo a um agente infeccioso, como bactéria (mais comum), vírus ou fungo. A inflamação se espalha pelo corpo e pode causar queda da pressão arterial e falência dos órgãos.
A infecção mais frequente em casos de sepse é a pneumonia, embora outras também possam levar à síndrome, como infecção urinária, meningite, apendicite, diverticulite, pancreatite e erisipela. Para a maioria das pessoas, essas condições não vão evoluir para uma forma perigosa. Alguns indivíduos, no entanto, como Preta, correm um risco maior de desenvolver uma sepse:
- Pacientes hospitalizados;
- Idosos;
- Pessoas com câncer;
- Indivíduos imunossuprimidos, como pessoas com HIV ou que usam medicação imunossupressora;
- Diabéticos;
- Usuários de drogas.
“Jovens sem comorbidade nenhuma também podem ter uma sepse. Depende de quão agressiva é a bactéria”, afirma Amilton Silva Junior, gerente médico de pacientes críticos do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.
Segundo o médico, estatísticas apontam que a síndrome é responsável por 6% das admissões hospitalares nos Estados Unidos. Trata-se, ainda, da principal causa de internação nas unidades de terapia intensiva.
Em sua forma mais grave, a sepse evolui para o choque séptico, quando a pressão arterial cai tanto que precisa de medicamentos endovenosos para voltar ao normal. Nesse caso, a taxa de mortalidade chega a 50% dos pacientes.
Sintomas e prevenção
Na maioria das vezes, sobretudo no caso de pessoas sem comorbidades, a sepse se desenvolve porque uma infecção não foi diagnosticada e tratada no início. Por isso, é importante ficar atento aos sintomas e sinais de infecções: febre ou hipotermia, sonolência, confusão mental, frequência cardíaca acima de 100 batimentos por minuto, falta de ar, dor e calor na pele.
O diagnóstico será clínico, com o auxílio de exames laboratoriais — como exame, urina e coleta do líquor — e de imagem, a exemplo de tomografia e raio-x. Já o tratamento costuma ser à base de antibióticos e hidratação, principalmente venosa, e remédios para controlar os sintomas.
Para prevenir a sepse, o médico do Hospital Alemão Oswaldo Cruz recomenda ter o calendário de vacinas em dia, lavar as mãos constantemente e, principalmente, procurar ajuda caso identifique sinais e sintomas de uma infeção.