Política

Por Manuela Azenha, redação Marie Claire — São Paulo

O México provavelmente terá a primeira mulher na presidência do país, em 2 de junho deste ano. Duas candidatas lideram as pesquisas eleitorais: a ex-prefeita da Cidade do México, Claudia Sheinbaum, favorita na corrida e aliada do atual presidente, Andrés Manuel López Obrador, e a ex-senadora Xóchitl Gálvez, de oposição.

“Ter uma mulher no mais alto cargo político do país é um feito histórico no México”, diz a cientista política Flavia Freidenberg, professora do Instituto de Pesquisas Jurídicas na Universidade Autônoma do México (UNAM). “Esse acontecimento se dá em um cenário de múltiplas violências, em que as mulheres lutaram muito nos últimos anos para conseguir participar da política de forma igualitária, e em 2014 conseguiram incluir a nível constitucional a paridade de gênero como um princípio que rege a democracia.”

As duas candidaturas defendem diferentes projetos de país, de acordo com Freidenberg, e divergem em temas como papel do Estado, funcionamento de instituições e políticas de segurança pública, por exemplo. “As duas são de centro, Scheinbaum com posicionamentos mais à esquerda e Gálvez mais à direita - mas essas diferenças não são tão claras porque o México faz parte de um contexto econômico global e em relação aos Estados Unidos que na verdade deixa pouca margem de discricionariedade para qualquer candidatura.”

Segundo a pesquisadora, ainda está incerto o que as candidatas defendem com relação aos direitos das mulheres. “Nenhuma delas fez muito para defender esta causa, tampouco está claro qual delas representa o movimento feminista e como se posicionam em temas centrais como aborto e direitos LGBT.”

De acordo com reportagem do El sol de México, quando perguntada sobre aborto durante a campanha, Scheinbaum declarou que a Suprema Corte já tem resolução pela descriminalização do procedimento e que cabe a cada estado aplicar a decisão. Em 2021, publicou no X (antigo Twitter) um trecho da resolução que adverte que nenhuma mulher pode ser presa por abortar.

Já Gálvez afirmou ser a favor das mulheres decidirem sobre seus próprios corpos, mas reconheceu que os partidos políticos têm suas próprias agendas sobre o tema.

Quem é Claudia Sheinbaum?

Sheinbaum, de 61 anos, lidera a corrida com cerca de 59% das intenções de voto. É aliada do atual presidente, Andrés Manuel López Obrador, mais conhecido como AMLO, político de esquerda que desfruta de amplo apoio popular. Ambos são do partido Morena.

De perfil acadêmico, é formada em Física pela Universidade Autônoma do México (UNAM), e mestre e doutora em engenharia de energia. Sheinbaum foi líder estudantil na década de 1980 e participou de protestos em defesa da educação pública e contra o aumento de taxas para estudantes.

Em 2000 assumiu o primeiro cargo na política institucional, como secretária de meio ambiente de Obrador, então governador, e com quem mantém relações estreitas desde então. Sheinbaum acompanhou Obrador nas três campanhas presidenciais que ele disputou, até 2018, quando foi eleito presidente do México, e ela tornou-se a primeira mulher à frente do governo da capital, Cidade do México, com 47% dos votos - 19 pontos à frente da segunda colocada. Antes disso, também foi chefe de gabinete de Tlalpan, entre 2015 e 2017.

Durante sua última gestão, Sheinbaum priorizou pautas ambientais e ampliou a rede de transportes limpos. Também implementou bolsas de estudos a alunos de baixa renda e programas de atividades extracurriculares em regiões periféricas da cidade. Um ponto de divergência entre ela e AMLO surgiu durante a pandemia de covid-19: enquanto o presidente menosprezou a relevância do vírus, Sheinbaum defendeu o uso de máscara e distanciamento social.

No último mandato, Sheinbaum enfrentou um escândalo: um acidente em uma linha de metrô em 2021 matou 27 pessoas. A obra foi feita em um governo anterior, mas Sheinbaum foi acusada de não ter realizado a devida manutenção, em decorrência de políticas de austeridade fiscal.

Quem é Xóchitl Gálvez?

Gálvez, indígena otomí de 61 anos, aparece em segundo lugar nas pesquisas eleitorais, com cerca de 36% das intenções de voto. É opositora de López Obrador, e concorre pelo partido conservador PAN, com apoio dos tradicionais PRI, que pela primeira vez em 94 anos não terá candidato próprio, e PRD.

Nasceu em Tapatepec, Hidalgo, povoado a 130 km da capital, onde, segundo ela, vendia gelatina para ajudar a mãe, que trabalhava como lavadeira. Gálvez formou-se em engenharia de computação como bolsista pela UNAM.

A candidata de oposição veste roupas tradicionais indígenas e é comumente vista andando de bicicleta pelas ruas da Cidade do México. Ela é tida por seus simpatizantes como uma personalidade autêntica, popular e sem filtros.

Em 1992, Gálvez fundou a empresa High Tech Service, dedicada ao desenvolvimento de projetos de alta tecnologia. Também é fundadora da empresa Omei, de infraestrutura.

Começou a carreira política em 2000, no governo do então presidente Vicente Fox, como membro e depois diretora-geral da Comissão de Desenvolvimento dos Povos Indígenas. Em 2010 perdeu a eleição para governar Hidalgo, seu estado natal.

De 2015 a 2018, Gálvez foi subprefeita de uma região abastada da Cidade do México. Depois elegeu-se senadora, de 2018 a 2023 - ano em que protagonizou a cena que a tornaria candidata à presidência. Uma certa manhã, pedalou 30km até o Palácio Nacional para confrontar Obrador por acusações feitas sistematicamente contra ela em suas entrevistas matinais. Ao ser barrada na porta, conseguiu uma foto simbólica e seu nome disparou nas pesquisas no Google. A visibilidade fez com que desistisse de concorrer ao governo da Cidade do México e mirar o mais alto cargo do Executivo.

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